terça-feira, 30 de abril de 2013

AUTISMOS/NEURODIVERSIDADE - Exame de conectividade neuronal do cérebro confirma casos de autismo

Exame detecta autismo pela atividade cerebral
Exame detecta autismo pela atividade cerebral
(imagem - a reprodução gráfica de um cérebro, na cor Azul, como a cor dos Autismos, brilha sobre um fundo azul escuro, CWRU)
Neurocientistas norte-americanos e canadenses desenvolveram uma técnica que detecta o autismo a partir da atividade cerebral de crianças.
Embora o autismo em sua vertente mais grave seja diagnosticado com bastante facilidade pelos especialistas, tem havido uma tendência a enquadrar no chamado "Transtorno do Espectro Autista" um número muito grande de crianças.
Para evitar esses diagnósticos polêmicos e controversos, várias equipes vêm trabalhando na busca de exames fisiológicos que possam ser mais precisos.
Segundo o Dr. Roberto Fernández Galán, da Universidade Case Western (EUA), o novo exame detecta o autismo com precisão de 94%.
Exame de autismo
O novo exame consiste na análise da conectividade funcional do cérebro, ou seja, a comunicação de um hemisfério cerebral com o outro. A mensuração é feita usando uma técnica conhecido como magnetoencefalografia, que mede os campos magnéticos gerados pelas correntes elétricas nos neurônios.
"Nós partimos da questão: 'É possível distinguir um cérebro autista de um não-autista simplesmente olhando para os padrões de atividade neural?' E a resposta é sim, é possível," disse Galán.
"Esta descoberta abre as portas para a criação de ferramentas quantitativas que complementem as ferramentas de diagnóstico existentes para o autismo com base em testes comportamentais," completou.
Os pesquisadores descobriram ligações significativamente mais fortes entre as áreas posterior e frontal do cérebro no grupo de autistas, com uma assimetria no fluxo de informações para a região frontal, mas não vice-versa.
Essa informação sobre direção das conexões é a grande novidade do estudo, podendo ajudar a identificar anormalidades anatômicas no cérebro das crianças com autismo. A maioria das avaliações atuais da conectividade funcional não trabalha com a direcionalidade das interações.
"Não é apenas quem está ligado a quem, mas sim quem está controlando quem," concluiu Galán.
LEIAM TAMBÉM SOBRE OS AUTISMOS NO MEU BLOG INFOATIVO.DEFNET - 

AUTISMO – TODOS PODEMOS SER/NOS TORNAR UM POUCO AZUIS? http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2013/04/autismo-todos-podemos-sernos-tornar-um.html

CEGOS/TECNOLOGIAS ASSISTIVAS - Foi lançado o Scanner Leitor Portátil para cegos terem leitura de texto em Braille

 Empresa cria programa que para dispositivos móveis que lê textos escritos em Braille
 Pessoas com deficiência visual serão beneficiadas com a inovação que vai melhorar suas vidas. A NN Solutions lançou o software, Scanner Leitor Portátil, que permite através de um dispositivo móvel, a leitura em voz alta de textos que não foram passados para o braille.
O software foi desenvolvido pela NN Solutions, empresa instalada na Incubadora do Parque Tecnológico da Bahia, e o programa de leitura para celular melhora a qualidade de vida de deficientes visuais e permite mais independência nas ações cotidianas. O programa captura uma imagem do texto por meio da câmera do celular, reconhece as letras presentes na imagem e em alguns segundos, ler o texto para o usuário por meio de voz sintetizada: “Esta solução é ideal para pessoas com alguma deficiência visual”, avaliou o gerente da empresa, Vitor Teixeira.
O Parque Tecnológico tem despertado o interesse dos estudantes em conhecer suas instalações e o que está sendo desenvolvido no empreendimento “O Parque Tecnológico está aberto para a aproximação da comunidade. Queremos popularizar este equipamento que é fundamental para o desenvolvimento científico e tecnológico do nosso estado”, enfatizou o secretário Paulo Câmera, titular da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (Secti), que coordena o parque.
Numa visita ao local, o estudante do IFBA de Porto Seguro, Mario Masseli, que é portador de deficiência visual, experimentou o scanner durante visita e avaliou o software: “Achei fantástico esse software que capta a imagem de um texto e traduz em voz. A visita ao Parque Tecnológico hoje foi muito importante porque ganhei um grande motivo para seguir em frente. Valeu a pena a viagem até aqui” comemorou o jovem que quer seguir carreira na área de tecnologia.
O Scanner Leitor Portátil (SLEP) é um aplicativo de acessibilidade sucesso em smartphones da Nokia e que agora tem uma versão para o consagrado sistema operacional da Google, o Android.
A nova interface, com botões que ocupam toda tela do aparelho e respondem rapidamente aos toques, proporciona mais conforto para o deficiente visual como comenta Jefferson Lisboa Teles – Voluntário de testes do Instituto de Cegos da Bahia: “A navegação está muito mais simples e intuitiva. Nunca tive experiência com aparelhos touchscreen e precisei de menos de 1 minuto para usar o aplicativo de olhos fechados”.
O SLEP é um aplicativo desenvolvido para dispositivos móveis com sistema operacional Android 4.0 ou superior e câmera de resolução superior a 3 Megapixel, com ajuste automático da distância focal (autofocus). Para sua maior comodidade, o Google Play verifica automaticamente se o dispositivo é compatível e não permitirá a instalação do aplicativo caso não seja.
Depois de instalada, a aplicação ocupa um espaço de aproximadamente 13 Mega Bytes na memória do aparelho. As dependências também ocupam espaço de memória no aparelho, que juntamente com o SLEP requer aproximadamente 20 Mega Bytes. Portanto certifique-se de que há espaço suficiente na memória para a instalação do SLEP e suas dependências.
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UMA LUZ NO FIM DO LIVRO http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/09/uma-luz-no-fim-do-livro.html

quinta-feira, 25 de abril de 2013

CÉLULAS TRONCO/MEMÓRIA - Cientistas norte-americanos utilizam transplante para restauração da memória

Transplante de células-tronco pode restaurar sua memória, aponta estudo

Pesquisa norte-americana revela que um transplante de células-troncos pode restaurar a memória corrompida no seu cérebro. Além de restaurar a memória danificada, estudo também pode auxiliar no desenvolvimento de novos medicamentos

Transplante de células-troncos pode restaurar sua memória, aponta estudo
*(imagem- uma representação de uma cabeça humana sobre fundo que deixa apenas a silhueta dessa cabeça que está cheia de pontos de interrogação em cores diferentes - Crédito: Shutterstock.com)
Cientistas da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, conseguiram transformar células-tronco embrionárias humanas em neurônios que podem recuperar a capacidade de memorização e aprendizagem. O experimento, que foi realizado em ratos, é o primeiro passo para implementar estas células-tronco no cérebro humano para o tratamento de doenças neurológicas.

No estudo publicado na revista Nature Biotechnology, as células-tronco implantadas no cérebro dos ratos conseguiram formar dois tipos de neurônios que se comunicam por meio do ácido gama-aminobutírico (GABA) e da acetilcolina. Essas duas classes de neurônios estão envolvidas em muitos aspectos do comportamento humano, como por exemplo, emoções, aprendizagem, memória, vício e transtornos psiquiátricos.

De acordo com Su-Chun Zhang, responsável pela pesquisa, as células-tronco embrionárias utilizadas na pesquisa foram cultivadas em laboratório. Após o transplante, os ratos que pertenciam a uma linhagem especial, que não rejeita os transplantes de outras espécies, tiveram resultados melhores nos testes de aprendizado e memória.

Além da reparação do cérebro por meio da substituição de células, os dois tipos de neurônios utilizados no experimento são fundamentais para o funcionamento do cérebro. Para os pesquisadores, a pesquisa pode ser considerada um avanço para a ciência, uma vez que ajuda a restaurar a memória danificada e também pode auxiliar no desenvolvimento de novos medicamentos.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

CEGOS/TECNOLOGIAS - Um smartphone em BRAILLE está para ser lançado

Primeiro celular em Braille pode chegar às lojas em 2013
(imagem - foto colorida de um menino sorrindo, no canto esquerdo, com um smartphone branco com teclas em braille e sinais para avançar e retroceder as comunicações - fotografia de divulgação)
Um novo smartphone, que adapta o Sistema Braille para exibir fotos e mapas para deficientes visuais, pode chegar ao mercado no final de 2013. Criado por Sumit Dagar, designer que trabalha em conjunto com pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Délhi, o produto transforma imagens em pontos salientes na superfície do aparelho, que podem ser reconhecidos por meio do tato.
Após um trabalho de pesquisa de três anos, Dagar desenvolveu um protótipo que apresentou bom desempenho nos testes e pode chegar ao mercado em breve. "A motivação por trás do projeto é dar um grande passo em design para ajudar os deficientes visuais que ainda usam produtos ineficientes e caros. Este projeto oferecerá uma plataforma inovadora que permitirá uma nova dimensão de comunicação para estes usuários", diz Dagar, em seu site oficial.
O trabalho foi apresentado pela primeira vez em um seminário TED Talks, em 2011, nos Estados Unidos e ganhou financiamento por meio de um prêmio da Rolex, que incentiva projetos inovadores pelo mundo. Segundo Dagar, quando o produto estiver pronto, ele será capaz de exibir imagens transmitidas em tempo real: uma pessoa com deficiência visual que esteja participando de uma videochamada, por exemplo, poderá "sentir" as expressões faciais da outra pessoa por meio do tato.
O aparelho inclui uma superfície composta por pinos salientes que se movimentam para cima e para baixo para mostrar imagens e textos para o usuário. O produto usa uma tecnologia conhecida como shape-memory alloy, que faz a superfície feita de alguns materiais, como aço e zinco, retornar à posição normal quando sofre ação do calor. Ainda não há previsão de quanto o produto custará quando chegar às lojas, nem os países que o receberão primeiro.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

SÍNDROME DE DOWN/ESPORTES - Nadador com Síndrome de Down poderá ser um campeão na Paralimpíada?

NADADOR COM SÍNDROME DE DOWN GANHA 07 TÍTULOS E SONHA COM NOVA CLASSE 


(imagem - foto colorida de um nadador com touca verde amarela dentro de uma piscina, ele é Caíque Aimoré, que sonha com as Paralimpíadas em 2016 - fotografia de divulgação Paratleta)
As chances são pequenas, quase remotas, mas o Brasil pode ter mais um grande destaque das piscinas disputando uma Paraolimpíada. Mas se ele ficar fora de 2016, ou mesmo de 2020, não será por falta talento, e sim pela ausência de uma categoria específica para quem tem síndrome de down.
Essa é a única barreira de Caíque Aimoré, 20 anos, um dos MELHORES do mundo em sua categoria, ainda não reconhecida pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC).
Mas às vezes a ausência dos Jogos nem parece ser grande coisa. Enquanto Daniel Dias e André Brasil chamavam a atenção do mundo nos Jogos de 2012, Caíque se tornava também o melhor do planeta, pena que com bem menos holofotes. No fim de 2012, ele ganhou sete medalhas de ouro no Campeonato Mundial para portadores de síndrome de down, em Loano, na Itália. Uma a mais do que Daniel Dias acabara de conquistar em Londres.
"Ele é muito dedicado e tem conquistado ótimos resultados entre pessoas com síndrome de down. Mesmo na categoria S14, a que ele tem condições de competir, ele sempre ganha alguma medalha aqui no Brasil, até em etapas nacionais", diz o irmão do nadador, Caiubi Aimoré, ao Paratleta Brasil, que completou:
"Em eventos internacionais, há uma movimentação nos bastidores para que entre uma categoria apenas de down nos Jogos. Atletas tem. Mas é muito difícil disso acontecer até os Jogos de 2016, não contamos com isso, infelizmente".
Mas Caíque compete em desvantagem nesta categoria, voltada para pessoas com deficiência intelectual, já que a síndrome de down provoca também algumas dificuldades físicas. Mesmo assim, ele faz planos de disputar uma Paralimpíada pelo Brasil, ainda que nesta condição desigual. Talento ele tem e não são só as medalhas que dizem. De todas as provas de natação, ele só não nada no estilo borboleta.
"Tenho orgulho de tudo que já conquistei, principalmente das 7 medalhas de ouro no Mundial de 2012, mas ainda sonho em representar o Brasil em uma paralimpíada. Quem sabe um dia, quero muito! Nado desde os 6 anos, cresci nas piscinas, e hoje a natação é a minha profissão, meu grande prazer. Todos que nadam comigo merecem ser vistos assim, como atletas, porque o que fazemos é mais do que superação, é esporte de alto rendimento", disse o nadador, à nossa reportagem.
Quem também falou com a nossa reportagem foi Murilo Barreto, coordenador técnico da Seleção Brasileira de natação. Ele confirmou que a possibilidade da categoria fazer parte dos Jogos de 2016 é mínima, mas elogiou o atleta, que vem representando a natação brasileira cada vez melhor.
"É muito complicado, porque a categoria que ele compete, a S14, entrou há muito pouco tempo. Então, fica muito difícil de subdividirem essa categoria mais uma vez. Mas ele vai bem. É uma pena que não tenhamos essa subdivisão".
Mas nas etapas do Mundial, Caíque pode continuar disputando, vencendo e defendendo seu posto de melhor do mundo. Assim, o Brasil ganha outro fenômeno paraolímpico das piscinas
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EM BUSCA DE UM CORPO “PERFEITO” PERDIDO, no tempo das Olimpíadas...http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/08/em-busca-de-um-corpo-perfeito-perdido.html

EPILEPSIAS/PRECONCEITOS - Audiência pública discutirá este distúrbio e os seus direitos na Câmara

Audiência discute atenção à saúde de pessoas com epilepsia

(imagem - uma fotografia de época, em preto e branco, com diversos homens vestidos de ternos e chapéus, com um banco de madeira.onde dois homens estão, um homem apoiando um outro e segura a sua cabeça, enquanto outro com chapéu côco. em pé de frente para eles, lhe abana com um lenço, o homem sendo atendido é MACHADO DE ASSIS)
A Comissão de Seguridade Social e Família promove na quinta-feira (25) audiência pública para discutir o tema “Epilepsia, uma doença não contagiosa que se manifesta em indivíduos de todas as idades”.
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), que sugeriu o debate, ressalta que a epilepsia atinge 1% a 2% da população em todos os países, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Assumindo uma prevalência de 2%, pode-se estimar que 4 milhões de brasileiros têm epilepsia”, afirma a parlamentar.
Segundo a deputada, o País precisa de uma política de atenção à saúde de pessoas com epilepsia em todas as esferas (física, psicológica e social), de modo que os portadores da doença possam exercer plenamente seus direitos de cidadão. “A maior parte das pessoas com epilepsia, mesmo tendo qualificação profissional, está fora do mercado formal de trabalho, devido ao estigma e ao preconceito relacionados à doença”, diz Jô Moraes.
Convidados
Foram convidados para a audiência:
- a presidente da Federação Brasileira de Epilepsia (Epibrasil), Maria Carolina Doretto;
- o secretário da Liga Brasileira de Epilepsia, Carlos Silvado;
- o procurador de Roraima Edmilson Fonseca;
- um representante do Ministério da Previdência.
A audiência será realizada às 9h30, no Plenário 7.
OBS- INFORMA O DEFNET - A nova e moderna concepção sobre EPILEPSIAS é que não devem ser denominadas como "doenças",pois ainda reforça os estigmas e preconceitos, pois se trata de um distúrbio neurológico, com crises diferenciadas, dependendo da área do SNC que estiver com uma maior descarga neuronal, não transmissível e com tratamentos eficazes para seu controle, que ocorre em diferentes situações da vida, podendo ser precipitados por eventos ou fenômenos ambientais ou psíquicos, que segundo a Wikipédia é: "Epilepsia (do grego antigo ἐπιληψία (Epilepsia) - "apreensão") é um conjunto comum e diversificado de desordens neurológicas caracterizadas por descargas elétricas anormais dos neurônios, as quais podem gerar convulsões."

SÍNDROME DE DOWN/UNIVERSIDADE - Jovem universitário do MS quer se torna mais um ator

Primeiro down universitário de MS quer ser ator

Quero ultrapassar barreiras e quero ter meus fãs', disse

foto
(imagem - foto colorida do jovem Vinicius participando de uma aula de artes, segurando as mãos de duas outras pessoas, duas mulheres, fotografia de Gerson Walber-Correio do Estado)
Fã de romances, dramas e filmes épicos no cinema, de documentários e das novelas da televisão brasileira, Vinícius Battaglin Coquemala Wanderley, 19 anos, nesta semana, passou a ser um dos integrantes das salas aula do curso de Artes Cênicas e Dança da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), Não haveria nada de inusitado nesta cena, não fosse por um detalhe: o jovem, que sonha em deixar de ser espectador e quer passar a fazer parte dos atos de uma peça teatral e ver o nome nas famosas letrinhas subindo no final dos filmes, tem Síndrome de Down. Aliás, ao que tudo indica, Vinícius é o primeiro portador do distúrbio genético do Estado a sentar no banco de uma universidade.
“Quero ultrapassar barreiras e quero ter meus fãs”, resume o sonhador. Vinícius terminou o ensino fundamental em 2010 e o médio, por meio do Ensino para Jovens e Adultos (EJA), em 2011.
No ano passado, preparou-se, “bem pouco”, admite, para prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e concorrer à vaga da graduação que sempre quis fazer. Inscreveu-se no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e disputou com outros à vaga em Arte Cênicas da Uems, curso criado em 2009. Ele foi chamado na terceira convocação, mas orgulha-se em dizer que não se valeu sistemas de cotas pra ingressar na universidade. “Briguei com os cabeças”, brinca, referindo-se ao fato de ter concorrido com candidatos sem as mesmas limitações dele.
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CARTA A UM JOVEM COM SÍNDROME DE DOWN NA UNIVERSIDADE http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/02/carta-um-jovem-com-sindrome-de-down-na.html

sábado, 20 de abril de 2013

DOENÇAS RARAS/PESQUISAS - Estudo da USP - Síndrome de Williams provoca estresse mais elevado

Estudo da USP
Síndrome de Williams provoca estresse mais elevado em crianças com seu quadro 

São Paulo - Inspirado nas dificuldades enfrentadas por crianças e adolescentes que sofrem da Síndrome de Williams-Beuren no contexto escolar, um estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina (FM) da USP apontou um elevado índice de estresse dessas pessoas comparado com outras sem a doença.

A Síndrome de Williams-Beuren é uma doença congênita rara, que atinge 1 entre 20.000 nascidos vivos. A pessoa doente apresenta anomalias cardiovasculares e cardíacas importantes, podendo ter hipertensão arterial, alterações renais no trato urinário e musculoesquético, como escoliose, lordose e alteração osteoarticular.
Problemas gastrointestinais, oculares e má formação dentária também aparecem como sintomas da doença, podendo apresentar também hiperacusia, ansiedade, depressão, déficit de atenção e deficiência intelectual de leve a moderada. Devido a condição clínica, as crianças e adolescentes com síndrome de Williams têm dificuldades na coordenação motora fina, como amarrar cadarços, usar tesoura, escrever com letra cursiva e outros.
A pesquisa, desenvolvida pela psicopedagoga Vera Alice Amaral, partiu de uma iniciativa de estudo sobre estresse dos professores. Devido às características próximas dos sintomas de quem sofre de estresse, os pacientes que sofrem da Síndrome de Williams passaram a ser o foco do estudo.
Se uma pessoa sem a síndrome no enfrentamento de estresse podem ter problemas cardíacos, hipertensão e problemas mentais, uma pessoa com doença, sem a devida atenção e sofrendo de estresse, pode estar em maior perigo”, conta a pesquisadora.
Vera Alice afirma que, em muitos casos, os professores não conseguem reconhecer os sintomas da síndrome, o que pode agravar o nível de estresse do aluno. “Na minha atuação como professora, sempre me incomodei com as crianças que apresentavam dificuldades de aprendizagem”, conta.
“Busquei respostas na Psicopedagogia e fiquei intrigada com a deficiência intelectual”, relata, ressaltando que “se especializou no assunto e se surpreendeu com as mais variadas síndromes, especialmente a de Williams, quando se tornou voluntária da Associação Brasileira da Síndrome de Williams”.

CÂNCER/NANOTECNOLOGIAS - Nanodiamantes como terapia para o CÂNCER DE MAMA

Diamantes ajudam a curar câncer de mama 
Diamantes ajudam a curar câncer de mama
(imagem - representação com desenhos de nanodiamantes com o formato de pequenas bolas de futebol, de cor azul, em grupos de três, que têm de 4 a 6 nanômetros de diâmetro - UCLA)
Recentemente, os médicos começaram a categorizar o câncer de mama em quatro grupos principais, de acordo com a composição genética das células cancerosas.
A categoria do câncer em geral determina o melhor método de tratamento.
Mas o câncer de um dos quatro grupos - o chamado "tipo basal" ou câncer de mama "triplo negativo" (CMTN) - tem sido particularmente difícil de tratar porque geralmente não responde aos medicamentos que são muitas vezes eficazes no tratamento de outros tipos de câncer de mama.
Felizmente, uma terapia pode estar a caminho, uma terapia baseada em uma substância que parece ter pouco ou nada a ver com medicamentos.
Dean Ho e seus colegas da Universidade da Califórnia (EUA) desenvolveram um tratamento potencialmente mais eficaz para o CMTN que usa diamantes.
São diamantes minúsculos, em escala nanométrica, tão pequenos que são conhecidos como nanodiamantes.
Os nanodiamantes têm entre 4 e 6 nanômetros de diâmetro e têm a forma de pequenas bolas de futebol.
Subprodutos da mineração convencional que procura diamantes para joias e uso industrial, os nanodiamantes formam aglomerados quando são associados com as drogas da quimioterapia, levando o medicamento diretamente às células a serem tratadas.
Isto melhora significativamente o efeito das drogas.
"Este estudo demonstra a versatilidade dos nanodiamantes como agentes de entrega de medicamentos diretamente no tumor," disse Ho. "O agente que nós desenvolvemos reduz os efeitos colaterais tóxicos associados com o tratamento e leva a reduções significativas no tamanho do tumor."
A equipe combinou várias fármacos que combatem o câncer na superfície dos nanodiamantes, incluindo a epirubicina, uma droga de quimioterapia altamente tóxica, mas amplamente utilizada, que é frequentemente administrada em combinação com outros medicamentos contra o câncer.
O novo composto mostrou-se capaz de se ligar a um material da membrana celular revestido com anticorpos que ocorre em grande quantidade na superfície das células tumorais.
Quando testado em camundongos, o agente à base de nanodiamantes diminuiu notavelmente o crescimento do tumor e eliminou os efeitos colaterais devastadores do tratamento convencional do câncer de mama.
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EU, VOCÊ, NÓS E O CÂNCER. http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/07/eu-voce-nos-e-o-cancer.html

sexta-feira, 19 de abril de 2013

ALZHEIMER/PESQUISAS - Perda de memória é revertida em células nervosas de animais

Cientistas revertem perda de memória em células cerebrais animais

Neurocientistas da The University of Texas Health Science Center at Houston, nos EUA, conseguiram reverter a perda de memória em células cerebrais animais.
A pesquisa representa um grande passo nos esforços para ajudar pessoas com perda de memória ligada a distúrbios cerebrais, tais como a doença de Alzheimer.

Usando células nervosas do caracol de mar, os cientistas inverteram a perda de memória determinando quando as células estavam preparadas para a aprendizagem.

Os cientistas foram capazes de ajudar as células a compensar a perda de memória treinando-as através da utilização de esquemas de formação otimizados.

Os resultados aparecem no The Journal of Neuroscience.

"Apesar de muito trabalho ainda precisar ser feito, temos demonstrado a viabilidade de nossa nova estratégia para ajudar a superar os déficits de memória", afirma o autor sênior John " Jack" Byrne.

Em 2012, Byrne e seus colegas mostraram um aumento significativo na memória de longo prazo em caracóis marinhos saudáveis chamados Aplysia californica, animal que possui um sistema nervoso simples, mas com células com propriedades semelhantes a outras espécies mais avançadas, incluindo seres humanos.

A coautora da pesquisa Yili Zhang desenvolveu um sofisticado modelo matemático que pode prever quando os processos bioquímicos no cérebro do caracol estão preparados para a aprendizagem.

O modelo é baseado em cinco sessões de treino programadas em intervalos de tempo diferentes que variam de 5 a 50 minutos. Ele pode gerar 10 mil horários diferentes e identificar o cronograma mais em sintonia com a aprendizagem ideal.

"A questão de acompanhamento lógica era se poderíamos usar a mesma estratégia para superar um déficit na memória. A memória ocorre devido a uma mudança na resistência das ligações entre os neurônios. Em muitas doenças associadas com déficits de memória, essa mudança é bloqueada", explica Byrne.

Para testar se sua estratégia iria ajudar na perda de memória, os pesquisadores simularam um distúrbio do cérebro em uma cultura de células, pegando as células sensoriais do caracol do mar e bloqueando a atividade de um gene que produz uma proteína da memória. Isto resultou em uma diminuição significativa na força das conexões dos neurônios, que é responsável pela memória de longo prazo.

Para imitar as sessões de treinamento, as células receberam um produto químico em intervalos prescritos pelo modelo matemático. Após cinco sessões de treino, que, como o estudo anterior foram em intervalos irregulares, a força das ligações voltou quase ao normal nas células danificadas.

"Esta metodologia pode ser aplicada aos seres humanos se pudermos identificar os mesmos processos bioquímicos nos seres humanos. Nossos resultados sugerem uma nova estratégia para o tratamento de déficit cognitivo", conclui Byrne.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

ALZHEIMER/PESQUISAS - Universidade de Brasília faz mapeamento genético para Alzheimer

Pesquisa da UnB mapeia genes causadores de doenças do envelhecimento
Professor Otávio de Toledo Nóbrega, do Departamento de Farmácia da UnB,  membro da Comissão Científica de Gerontologia do 7º Coger
(imagem - foto colorida do Professor Otávio de Toledo Nóbrega, do Departamento de Farmácia da UnB, membro da Comissão Científica de Gerontologia do 7º Coger (Emília Silberstein/UnB Agência)

O crescente aumento da expectativa de vida do brasileiro traz à tona a importância de se discutir as doenças do envelhecimento. Entre elas, o mal de Alzheimer que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta cerca de 36 milhões de pessoas no mundo. Mas a falta de pesquisas amplas ainda dificulta o entendimento sobre o avanço da doença. "Os principais dados sobre Alzheimer são baseados em estudos de associação, realizados com amostra originada de uma única população", explica a pesquisadora da Universidade de Brasília, Andréa Lessa Benedet.

Andréa é autora de um estudo que considera a mistura de raças no entendimento do Alzheimer e chama a atenção para a influência da proporção genética de ancestralidade nos pacientes com a doença. Ela avaliou 120 pacientes com Alzheimer e 412 que não manifestaram a doença e concluiu que os que possuem estrutura genética herdada das populações ameríndias, povo nativo das Américas, como os indígenas, têm menor predisposição à doença. Já os pacientes que possuem maior herança genética de europeus e africanos seriam mais suscetíveis ao Alzheimer.

O estudo foi publicado no periódico internacional Dementia Geriatric Cognitive Disorders e será apresentado no 7º Congresso Centro-Oeste de Geriatria e Gerontologia (Coger), que ocorre de 26 a 28 de setembro, em Brasília. Outras duas pesquisas realizadas na UnB serão apresentadas durante o evento. Uma delas, realizada pelo estudante Aparecido Pimentel Ferreira, trata da intolerância à glicose e sua relação com o diabetes tipo 2, e foi premiada como o 2º melhor trabalho científico do país em 2012, segundo a revista da Associação Médica Brasileira. Outro destaque é a tese de doutorado de Einstein Francisco Camargos sobre o uso de antidepressivo para tratamento de insônia em pacientes com Alzheimer, contemplado com o I Prêmio de Incentivo à Pesquisa em Envelhecimento da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Distrito Federal (SBGG-DF).

Além de geriatras e gerontólogos, o congresso irá reunir profissionais de saúde, gestores e interessados na discussão do envelhecimento. "O evento abordará não só as doenças do envelhecimento, o envelhecimento biológico, mas também os impactos para o Estado e a assistência", conta o professor Otávio de Toledo Nóbrega, do Departamento de Farmácia da UnB, orientador de uma das pesquisas que serão apresentadas no evento e membro da Comissão Científica de Gerontologia do 7º Coger.

A programação prevê ainda Prova de Título em Geriatria e Gerontologia para os que desejarem o reconhecimento de especialista na área. As inscrições para o evento podem ser feitas na página do Congresso. Aos interessados em efetivar a participação com antecedência, a comissão organizadora concederá desconto na inscrição. Até 30 de abril, por exemplo, estudantes de graduação pagam R$ 140 para participar do evento. Já em 1º de julho, o valor sobe para R$ 190.
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MÃES, ALZHEIMER E MÚSICA. http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/05/maes-alzheimer-e-musica.html

segunda-feira, 15 de abril de 2013

APOSENTADORIA/PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - Aprovada na Comissão de Finanças menor contribuição para aposentadoria

Finanças aprova tempo menor de contribuição para aposentadoria de  Pessoas com deficiências


Texto também traz regras mais flexíveis para a aposentadoria por idade.
A Comissão de Finanças e Tributação aprovou, na quarta-feira (10), proposta que reduz os limites de tempo de contribuição e de idade para a concessão de aposentadoria a pessoas com deficiência. O texto aprovado é um substitutivo do Senado ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 277/05, do ex-deputado Leonardo Mattos.
Atualmente, a legislação previdenciária não estabelece qualquer diferenciação nos critérios de aposentadoria para pessoas com deficiência.
Pela proposta, para os casos de deficiência grave, o limite de tempo de contribuição para aposentadoria integral de homens passa de 35 para 25 anos; e de mulheres, de 30 para 20 anos. Quando a deficiência for moderada, as novas condições para aposentadoria por tempo de contribuição passam a ser de 29 anos para homens e de 24 para mulheres. Caso a deficiência seja leve, esse tempo será de 33 anos para homens e 28 para mulheres.
Já a aposentadoria por idade passa de 65 para 60 anos, no caso dos homens, e de 60 para 55 anos, no caso das mulheres, independentemente do grau de deficiência. A condição é o cumprimento de um tempo mínimo de 15 anos de contribuição e comprovada a deficiência por igual período.
Regulamento do Executivo definirá as deficiências consideradas graves, moderadas e leves para a aplicação da lei.
Renda mensal
O substitutivo do Senado prevê ainda que a renda mensal da aposentadoria devida ao segurado com deficiência será calculada aplicando-se sobre o salário de benefício os seguintes percentuais: 100% no caso de aposentadoria por deficiência grave, moderada ou leve; 70%, mais 1% do salário de benefício por grupo de doze contribuições mensais, até o máximo de 30%, no caso de aposentadoria por idade.
O relator na Comissão de Finanças, deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), recomendou a aprovação da proposta, com o argumento de que ela não acarreta aumento nas despesas da seguridade social além das já estabelecidas no projeto originalmente aprovado pela Câmara.
“O substitutivo do Senado introduziu alterações que visam a aprimorar o texto, eliminando lacunas existentes na proposta original e tornando mais rigorosos alguns critérios e condições estabelecidos para a fruição do benefício”, afirmou o relator.
Tramitação 
O projeto havia sido aprovado pela Câmara em abril de 2010, mas retornou à Casa por ter sido modificado no Senado. O substitutivo, já aprovado também pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, tramita em regime de urgência e ainda será votado pelo Plenário.

Íntegra da proposta:

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Marcelo Oliveira

PROJETO BRAIN/NEUROCIÊNCIAS - Projeto INICIATIVA CÉREBRO tem investimento de 100 milhões de dólares

Mapeamento do cérebro pode ser tão importante quanto genoma humano

Presidente americano Barack Obama anuncia investimento de US$ 100 milhões em pesquisas sobre o cérebro
Presidente americano Barack Obama anuncia investimento de US$ 100 milhões em pesquisas sobre o cérebro Foto: Mandel NGAN / AFP
(imagem - foto colorida - com uma projeção em fundo azul com as palavras em inglês: Brain research through advancing innovative neurotechnologies - BRAIN INITIATIVE, com o Presidente dos EUA, Barack Obama no canto direito - fotografia de Mandel NANG/AFP)

No início de abril, Barack Obama anunciou um projeto ousado que promete revolucionar a compreensão da mente humana. Com o objetivo de mapear todos os neurônios do cérebro, a Iniciativa Brain (Brain Research through Advancing Innovative Neurotechnologies) visa a ajudar os pesquisadores a encontrar novas formas de tratar, curar e prevenir doenças cerebrais como o mal de Alzheimer e a esquizofrenia. Para isso, o presidente americano destinou R$ 100 milhões do orçamento de 2014, que será votado pelo congresso.
Devido a sua grande ambição e a seu alto investimento, a Brain está sendo comparada com o Projeto Genoma Humano, concluído com sucesso em 2003. O próprio Obama, em fevereiro, principiou o cotejo: “Cada dólar que nós investimos para mapear o genoma humano rendeu R$ 140 para a nossa economia - cada dólar. Hoje nossos cientistas estão mapeando o cérebro humano para descobrir as respostas para o Alzheimer. Esta é a hora de atingir um nível de pesquisa e desenvolvimento não visto desde o ápice da Corrida Espacial”.
Por outro lado, alguns pesquisadores veem o projeto com ressalvas. “Muito dinheiro está sendo solicitado sem realmente prestar atenção se essa ciência é uma boa ciência. Questões a respeito de qual é a melhor forma de proceder são muito complicadas, e deve haver uma discussão e um debate muito mais abertos quando os riscos são tão altos”, argumenta o neurologista Donald Stein, professor da Escola de Medicina da Universidade Emory, em Atlanta.
Histórico
A Iniciativa Brain não surgiu por acaso. Nos últimos anos, a ciência avançou muito no estudo do cérebro e no desenvolvimento de novas ferramentas para mapear as conexões neuronais. Houve um aumento notável da resolução de tecnologias de imagem e os primeiros lampejos do que a nanociência ainda pode se transformar. Hoje cientistas podem usar pulsos de luz para determinar como atividades específicas de células no cérebro afetam o comportamento, assim como utilizar imagens de alta resolução para observar como o cérebro é estrutural e funcionalmente conectado em seres humanos vivos.
Embora essas inovações tecnológicas tenham incrementado nosso conhecimento sobre o cérebro humano, ainda há um longo caminho a ser percorrido no tratamento de doenças neurológicas e psiquiátricas. Para isso, novas ferramentas devem ser criadas, e foi com esse escopo que a Iniciativa Brain surgiu.
Objetivos
Com cerca de 100 bilhões de neurônios e 100 trilhões de conexões, o cérebro humano é, ao mesmo tempo, um mistério e um desafio. O projeto Brain promete fornecer respostas para as intrincadas questões que permeiam esse órgão. “A iniciativa é muito importante para o avanço no conhecimento da função cerebral normal e patológica”, acredita Fernando Cendes, professor e Chefe do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
O projeto desenvolverá tecnologias que vão permitir aos pesquisadores produzir imagens dinâmicas do cérebro em ação, a fim de mostrar como células individuais e complexos circuitos neurais interagem na velocidade do pensamento. Com isso, novas portas serão abertas para compreender como o cérebro grava, processa, utiliza, armazena e recupera grandes quantidades de informações.
O esforço é grande, mas pode valer a pena. Se bem sucedido, o projeto vai encontrar novas formas de tratar e curar distúrbios neurológicos e psiquiátricos, como Alzheimer, Parkinson, esquizofrenia, autismo, epilepsia, depressão e lesão cerebral traumática. A Organização Mundial da Saúde estima que, daqui a menos de 20 anos, 65,7 milhões de pessoas tenham algum tipo de demência, o dobro do número atual. Os casos podem chegar a 115,4 milhões em 2050.
Li Li Min, doutor em neurociências pela McGill University, do Canadá, e professor do Departamento de Neurologia da FCM-Unicamp, acredita no sucesso da empreitada. “Na doença de Parkinson, foi visto que havia uma falta de produção do neurotransmissor dopamina, e hoje um dos tratamentos é o uso de medicação que possa repor esse neurotransmissor, e assim deve ocorrer no momento que conhecermos mais sobre como funcionam o cérebro normal e o com doença”, exemplifica.
A cura de doenças como o Alzheimer pode, na verdade, tratar-se de sua prevenção. Esse processo degenerativo ocorre de forma anormal aos 60, 70 anos, ou até mesmo antes, ainda que o princípio da morte celular, que leva à perda de memória e outros sintomas, seria esperado apenas após os 95 ou 100 anos. “A cura de algumas doenças neurodegenerativas é algo complexo, pois isso envolve mudar mecanismos que são inerentes ao envelhecimento normal. Portanto a ‘cura’ aqui seria evitar que o mal de Alzheimer aconteça antes do tempo”, esclarece Cendes.

Investimento

Para que os objetivos propostos pela Iniciativa Brain se tornem realidade, um investimento massivo é necessário. Dada a natureza do projeto, cientistas e engenheiros de diversos setores devem fazer parte desse estudo. Por isso, a iniciativa será liderada pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (Darpa) e pela Fundação de Ciência Nacional (NSF). Juntas, as três instituições vão somar 100 milhões de dólares em investimentos no orçamento de 2014.
Interesses dessas instituições que lideram a iniciativa norteiam o projeto. A Darpa, por exemplo, quer desenvolver tecnologias que melhorem a compreensão do cérebro humano para transformar a maneira de diagnosticar e tratar soldados feridos que estão sofrendo de estresse pós-traumático, lesão cerebral e perda de memória, de acordo com seu vice-diretor, Geoffrey Ling.
Instituições de pesquisa privadas também vão apoiar e investir no projeto. Entre elas, o Instituto Allen para a Ciência Cerebral (US$ 60 milhões), o Instituto Médico Howard Hughes (US$ 30 milhões), o Instituto Salk para Estudos Biológicos (US$ 28 milhões) e a Fundação Kavli (US$ 4 milhões por ano, nos próximos dez anos).

Projeto Genoma Humano

Outro estudo ambicioso que teve grande investimento, US$ 3,8 bilhões de 1988 até 2003, foi o famoso Projeto Genoma Humano (PGH), com o qual a Iniciativa Brain é comparada. Ao sequenciar o DNA humano, o PGH trouxe avanços na compreensão das doenças genéticas, da mesma forma que o projeto Brain busca entender as doenças cerebrais.
Segundo Ling, assim como o sequenciamento do genoma humano, a Iniciativa Brain constitui-se de uma oportunidade para agregar pesquisadores em prol de conhecimentos que terão impacto duradouro na vida, na economia e na segurança dos Estados Unidos. “Esse tipo de projeto estabelece as bases para futuras inovações e descobertas. Na verdade, o sequenciamento do DNA é um marco entre as descobertas que agora criam a oportunidade de desvendar os mistérios do cérebro”, ressalta o vice-diretor da Darpa. 
Para os neurologistas Min e Cendes, a Iniciativa Brain pode vir a ser tão importante, ou até mais, do que o Projeto Genoma Humano. Mas o êxito do projeto não é consenso entre os cientistas.
Ressalvas

A complexidade do cérebro humano e a ambição do projeto Brain deixam alguns cientistas céticos em relação ao mapeamento do cérebro humano ativo. Apesar dos avanços da neurociência nos últimos anos, as causas das doenças neurológicas e psiquiátricas ainda são desconhecidas. “Eu sinto que a Iniciativa Brain não é conceitualmente bem pensada, e não será provável enfrentar a complexidade dos mecanismos que estão subjacentes à função do cérebro. Essa iniciativa está sendo impulsionada por tecnologia não comprovada, sem qualquer consideração do que precisa ser medido e por quanto tempo. Na minha mente, a tecnologia deve seguir os conceitos, e não o contrário”, justifica Stein.
Conforme Iván Izquierdo, coordenador do Centro de Memória do Instituto do Cérebro da PUCRS e Diretor da Academia Brasileira de Ciências, tudo depende do que se pretende “mapear”, pois essa palavra pode indicar coisas muito diferentes. “Para dar um exemplo da complexidade do assunto, só numa estrutura do lobo temporal, chamada hipocampo (aquela em que se formam muitas memórias), existem 200 milhões de células chamadas piramidais. Cada uma delas recebe sinapses de mil ou 10 mil neurônios, e emite axônios a outras cem a mil. O que vão mapear disso aí, se não sabemos nem onde está a maioria dos neurônios que enviam fibras ou recebem fibras de cada neurônio hipocampal?”, questiona.
Para Stein, outro problema é investir e colocar ênfase em apenas uma abordagem, o que pode impactar todos os outros campos de trabalho biomédico. “É preciso haver múltiplas iniciativas em várias frentes. Colocar ‘todos os ovos na mesma cesta’ pode ser grandioso, mas não vai avançar a ciência em geral. E não há absolutamente nenhuma garantia de que, mesmo que eles possam ‘mapear todas as conexões do cérebro sob todas as suas condições dinâmicas’ (o que não podem), que todas as doenças serão curadas. Eu não sou contra a ‘grande ciência’, desde que seja boa, mas também não acho que outras áreas igualmente válidas de pesquisa biomédica devem ser sacrificadas em seu lugar", alega.
Apesar dos argumentos de colegas cientistas, Ling defende o projeto: “Sem um entendimento completo de como funciona o cérebro ao longo de sua vida útil, é quase impossível compreender como tratar esse órgão quando ele está funcionando de forma anormal. Isso não é exclusivo para o cérebro; pesquisa básica é o alicerce necessário para o desenvolvimento de um novo tratamento, mais eficaz e curas”, destaca. 
E mesmo que o projeto seja ambicioso, Cendes reforça que a iniciativa pode resultar avanços significativos. “Quando iniciaram o projeto genoma, também houve este tipo de crítica (alguns achavam que seria impossível codificar todo genoma humano no prazo estabelecido), mas o projeto foi realizado em tempo, e os avanços foram muito grandes e importantes”, justifica

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SEREMOS, NO FUTURO, CIBORGUES? Para além de nossas deficiências humanas http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/02/seremos-no-futuro-ciborgues-para-alem.html

domingo, 14 de abril de 2013

ALZHEIMER/SÍNDROME DE DOWN - Em ambas uma proteína SNX27 é associada a déficits cognitivos

Proteína da doença de Alzheimer está ligada à síndrome de Down

Grupo descobriu que falta da proteína SNX27 causa os mesmos déficits cognitivos em ambas doenças. Desafio é encontrar meios de aumentar sua produção no cérebro

O geneticista francês Jérôme Lejeune descobriu há mais de 50 anos que a síndrome de Down é causada pela presença de uma cópia extra do cromossomo 21. Mas até hoje permanece o mistério acerca de porque isso compromete o desenvolvimento físico e cognitivo. Agora, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Médica Sanford-Burnham acreditam ter encontrado uma pista.
Os cientistas, que estavam investigando a doença de Alzheimer, descobriram que ratos que não possuíam uma proteína conhecida como SNX27 tinham muitos dos mesmos déficits de aprendizagem e memória que os ratos com síndrome de Down. Investigando o cérebro de pessoas com a síndrome, os pesquisadores descobriram que eles também não tinham a SNX27. 
Embora o cromossomo 21 não esteja diretamente envolvido na produção SNX27, ele codifica um regulador – miR-155 – que inibe sua produção. De acordo com o estudo, publicado no periódico Nature Medicine, os níveis de miR-155 no cérebro de pessoas com síndrome de Down se correlacionam quase exatamente com a redução da SNX27.
"No cérebro, a SNX27 mantém determinados receptores na superfície celular – os receptores que são necessários para os neurônios dispararem corretamente", disse o autor principal do estudo, Huaxi Xu, em um comunicado divulgado pelo instituto. "Assim, acreditamos que na síndrome de Down a falta de SNX27 é pelo menos parcialmente responsável por déficits cognitivos e de desenvolvimento."
Para testar suas descobertas, a equipe de Xu introduziu mais SNX27 nos ratos com síndrome de Down. Conforme esperado, os ratos mostraram melhoras imediatas na função cognitiva e no comportamento. Agora os pesquisadores estão investigando moléculas que possam aumentar a produção de SNX27 no cérebro humano.
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A PAGAR-SE UMA PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/09/pagar-se-uma-pessoa-com-sindrome-de.html

sexta-feira, 12 de abril de 2013

CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA/DIREITOS - Câmara Federal aprova Projeto 3750/08 sobre brinquedos adaptados em parques públicos

Finanças aprova adaptação de parquinhos a crianças com deficiência

Comissão analisou somente aspectos financeiros e orçamentários da proposta.

*(imagem - foto colorida de uma criança em cadeira de rodas sendo empurrada dentro de um local com suportes suspensos, amarelos e azuis, como um brinquedo em parque público, segundo a visão do desenho universal e a acessibilidade nesses espaços- foto do blog projetinho de vida)
A Comissão de Finanças e Tributação aprovou na quarta-feira (10) o Projeto de Lei 3750/08, que torna obrigatórios brinquedos adaptados para crianças com deficiência em playgrounds e parquinhos públicos de todo o País. A proposta, da deputada Sueli Vidigal (PDT-ES), tem o objetivo de contribuir para a socialização dessas crianças.
O relator, deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR), analisou apenas os aspectos financeiros e orçamentários da proposta e concluiu que ela não implica em aumento ou diminuição de receitas ou despesas públicas da União, mas dos municípios.
Conforme a Constituição, compete aos municípios organizar e prestar os serviços públicos de interesse local. Por esse motivo, a matéria foi aprovada com emenda que eliminou a previsão de que as despesas estariam previstas no Orçamento da União.
Alfredo Kaefer lembrou ainda que a Lei da Acessibilidade (10.098/00) já determina que os parques de diversões, públicos e privados, devem adaptar pelo menos 5% de cada brinquedo e identificá-lo para utilização por pessoas com deficiência.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. A proposta também já havia sido aprovada pela Comissão de Seguridade Social e Família.
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Daniella Cronemberger