sexta-feira, 27 de outubro de 2023

ALZHEIMER&PREVENÇÃO - Pesquisa indica qual fruta reduz risco de Alzheimer

 Pesquisa indica qual fruta reduz risco de demência; você costuma consumir?

Estudo da Universidade de Cincinnati mostra como uma fruta, rica em antocianinas, pode ajudar a prevenir distúrbios cognitivos e Alzheimer

(imagem publicada na matéria - um cérebro azul dentro de um perfil humano também azul, saindo de dentro das circunvoluções do cérebro uma nuvem simbolizando perdas das memórias)

Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, lançou uma luz sobre o poder dos alimentos naturais em nossas vidas.

Segundo a pesquisa, participantes com sobrepeso e declínio cognitivo, entre 50 a 65 anos, viveram melhorias significativas após o consumo diário de mirtilo, ou “blueberry” para os americanos, durante um período de três meses.

Os detalhes da pesquisa

No teste que durou por volta de 90 dias, os voluntários foram separados em dois grupos, sendo eles:

  1. grupo – Consumiu um placebo em pó com água;
  2. grupo – Já o outro grupo consumiu mirtilo na mesma consistência e em uma quantidade equivalente a meia xícara da fruta.

O uso de mirtilo neste formato foi planejado para garantir que o teste fosse executado às cegas.

O que aconteceu ao final do período de testes?

No término do experimento, os médicos identificaram melhoras significantes no desempenho das tarefas ligadas a acesso lexical dos pacientes que consumiam mirtilo, além de menor interferência de informações estranhas na memória e outros benefícios relacionados ao processo cognitivo.

Os resultados deste estudo são promissores para o futuro do tratamento de distúrbios cerebrais, incluindo o Alzheimer.

Por que os mirtilos são benéficos para a cognição humana?

A resposta para esta pergunta está na composição química destas pequenas frutas de cor violeta. Os mirtilos são ricos em antocianinas, micronutrientes responsáveis pela coloração da fruta.

Encontradas na maioria das frutas vermelhas, as antocianinas atuam como anti-inflamatórios e defensores contra radicais livres, devido a seu alto potencial antioxidante. Isso explica os impactos positivos dos mirtilos na memória, atenção e funções executivas, comprovados pelo estudo.

Na corrida contra o relógio para prevenir e tratar distúrbios cerebrais, a natureza mais uma vez se mostra uma aliada valiosa.

A inclusão da pequena fruta na dieta diária pode representar um passo importante para melhor qualidade de vida à medida que envelhecemos.

FONTE - https://catracalivre.com.br/saude-bem-estar/pesquisa-indica-qual-fruta-reduz-risco-de-demencia-voce-costuma-consumir/

LEIAM OUTRAS MATÉRIAS E TEXTOS SOBRE ALZHEIMER NO MEU BLOG - INFOATIVO DEFNET

Alzheimer não é  uma piada, mas pode ser poesia de vida - https://infoativodefnet.blogspot.com/2011/06/alzheimer-nao-e-uma-piada-mas-pode-ser.html

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Dor Crônica&Demências - Quanto maior a dor crônica maior o risco de demência

 Quanto maior a dor crónica maior o risco de demência, diz um novo estudo


(imagem publicada - da matéria CNN Portugal - Uma senhora idosa apoiada em uma janela ...)

As dores crónicas, tais como artrite, câncer ou dores nas costas, com duração superior a três meses, aumentam o risco de declínio cognitivo e demência, segundo um novo estudo.

O hipocampo, uma estrutura cerebral associada à aprendizagem e à memória, envelheceu cerca de um ano numa pessoa de 60 anos que tinha uma dor crónica em comparação com pessoas sem dor.

Quando a dor era sentida em dois locais do corpo, o hipocampo encolheu ainda mais - o equivalente a pouco mais de dois anos de envelhecimento, segundo estimativas do estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

"Por outras palavras, o hipocampo (volume de matéria cinzenta) num indivíduo de 60 anos com dor crónica em dois locais do corpo era semelhante ao volume (sem dor) de um com 62 anos", escreveu o autor Tu Yiheng e os seus colegas. Tu é professor de psicologia na Academia Chinesa de Ciências em Pequim.

O risco aumentou à medida que o número de locais de dor no corpo aumentou também, segundo o estudo. O volume do hipocampo foi quase quatro vezes menor em pessoas com dores em cinco ou mais locais do corpo, em comparação com as que tinham apenas dois - o equivalente a até oito anos de envelhecimento.

"Perguntar às pessoas sobre quaisquer condições de dor crónica, e defender o seu seguimento por um especialista em dor, pode ser um fator de risco modificável contra o declínio cognitivo que podemos abordar de forma proativa", disse o investigador da doença de Alzheimer, Richard Isaacson, neurologista do instituto de doenças neurodegenerativas da Florida, nos Estados Unidos, que não esteve envolvido no novo estudo.

A cognição diminuiu com a dor

O estudo analisou dados de mais de 19.000 pessoas que tinham sido submetidas a exames ao cérebro como parte do UK Biobank, um estudo governamental a longo prazo com mais de 500.000 participantes do Reino Unido com idades compreendidas entre os 40 e os 69 anos.

Pessoas com vários locais de dor no corpo tiveram um desempenho pior do que as pessoas sem dor em sete de 11 tarefas cognitivas, de acordo com a investigação. Em contraste, as pessoas com apenas um local de dor tiveram pior desempenho em apenas uma tarefa cognitiva - a capacidade de se lembrarem de realizar uma tarefa no futuro.

O estudo controlou uma variedade de condições contributivas - idade, consumo de álcool, massa corporal, etnia, genética, história de cancro, diabetes, problemas vasculares ou cardíacos, medicamentos, sintomas psiquiátricos e tabagismo, para citar algumas. Contudo, o estudo não controlou os níveis de exercício, sublinhou Isaacson.

"O exercício é a ferramenta mais poderosa na luta contra o declínio cognitivo e a demência", defendeu Isaacson. "As pessoas afetadas pela dor crónica podem ser menos capazes de aderir à atividade física regular como um mecanismo potencial para o aumento do risco de demência."

Igualmente importante é uma ligação entre dor crónica e inflamação, disse Isaacson. Uma revisão de estudos de 2019 revelou que a dor desencadeia células imunitárias chamadas micróglia para criar neuroinflamação que pode levar a alterações na conectividade e função cerebral.

Pessoas com níveis de dor mais elevados tinham também maior probabilidade de ter a massa cinzenta reduzida noutras áreas do cérebro que afetam a cognição, como o córtex pré-frontal e o lobo frontal - as mesmas áreas atacadas pela doença de Alzheimer. De facto, mais de 45% dos doentes de Alzheimer vivem com dor crónica, de acordo com um estudo de 2016.

O estudo também não foi capaz de determinar os défices de sono - a dor crónica torna muitas vezes difícil ter uma boa noite de sono. Um estudo de 2021 descobriu que dormir menos de seis horas por noite na meia-idade aumenta o risco de demência em 30%.

Uma incapacidade global

Globalmente, a dor lombar é uma das principais causas de anos vividos com incapacidade, com a  dor no pescoço a ocupar o quarto lugar, de acordo com um estudo de 2016. Artrite, danos nos nervos, dor causada por cancro e lesões são outras das principais causas.

Os investigadores estimam que mais de 30% das pessoas em todo o mundo sofrem de dor crónica: "A dor é a razão mais comum para as pessoas procurarem cuidados de saúde e a principal causa de incapacidade no mundo", de acordo com artigos publicados na revista The Lancet em 2021.

Só nos Estados Unidos, pelo menos uma em cada cinco pessoas, ou cerca de 50 milhões de americanos, vivem com dor de longa duração, de acordo com os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA.

Quase 11 milhões de americanos sofrem de dor crónica de alto impacto, definida como dor que dura mais de três meses e que é "acompanhada por pelo menos uma restrição importante de atividade, tal como não poder trabalhar fora de casa, ir à escola, ou fazer tarefas domésticas", segundo National Center for Complementary and Integrative Health dos Estados Unidos.

A dor crónica tem sido associada à ansiedade, depressão, restrições na mobilidade e nas atividades diárias, dependência de Opióides, aumento dos custos com saúde e baixa qualidade de vida. Um estudo de 2019 estimou que cerca de 5 a 8 milhões de americanos utilizavam opioides para controlar a dor crónica.

Tratar a dor crónica

Os programas de controlo da dor normalmente envolvem vários especialistas para encontrar o melhor alívio para os sintomas, ao mesmo tempo que fornecem suporte para a carga emocional e mental da dor, de acordo com a John Hopkins Medicine.

O tratamento médico pode incluir medicamentos de venda livre e prescritos para interromper o ciclo da dor e aliviar a inflamação. As injeções de esteróides também podem ajudar. Os antidepressivos aumentam a quantidade de serotonina, que controla parte do caminho da dor no cérebro. A aplicação de breves choques elétricos nos músculos e terminações nervosas é outro tratamento.

Terapias como a massagem, hidromassagem e exercícios podem ser sugeridas por terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. Tratamentos quentes e frios e acupuntura também podem ajudar.

Psicólogos especializados em reabilitação podem recomendar técnicas cognitivas e de relaxamento, tais como meditação, tai chi e ioga, que podem tirar a mente da fixação na dor. A terapia cognitivo-comportamental é um tratamento psicológico fundamental para a dor.

Pode ser sugerida uma dieta anti-inflamatória, como a redução de gorduras trans, açúcares e outros alimentos processados. A perda de peso também pode ser útil, especialmente para as dores nas costas e joelhos.

FONTE - https://cnnportugal.iol.pt/demencia/dor/quanto-maior-a-dor-cronica-maior-o-risco-de-demencia-diz-um-novo-estudo/20230225/63f8c1530cf2c84d7fc98ba7

Leia mais sobre Demências e Dor Crônica (o que vivencio há mais de 12 anos) no meu blog INFOATIVO.DEFNET.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Paralisia Cerebral&Metaverso - Grupo propõe uso do metaverso na reabilitação de pessoas com deficiência

 Grupo propõe uso do metaverso na reabilitação de pessoas com deficiência

Com apenas computador e boa conexão com internet, telerreabilitação em pessoas com paralisia cerebral auxiliou no engajamento e na melhora de desempenho, além de estimular a prática de atividade física







(imagem da matéria - Jornal da USP - uma mulher com celular na mão ao lado de uma criança com deficiência sentada em cadeira de rodas, em frente a uma tela de televisão com imagem de uma ilustração com criança e bolinhas coloridas) 

O metaverso é um mundo virtual que tenta replicar a realidade por meio de dispositivos digitais. Ao entrar no metaverso é possível identificar construções, cômodos, móveis, encontrar outras pessoas, por meio de seus avatares, e conversar com elas de modo semelhante a se estivessem no mundo real, o que é caracterizado, por exemplo, com o volume da voz aumentando ou diminuindo de acordo com a distância entre os avatares.

Um grupo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, coordenado pelo professor do curso de Educação Física e Saúde Carlos Monteiro, está estudando como o metaverso pode ajudar na reabilitação de pessoas com deficiência. Um dos estudos publicados mostrou que, em pessoas com paralisia cerebral, a aplicação de tarefas em realidade virtual por meio da telerreabilitação auxiliou no engajamento, na melhora de desempenho e foi uma opção interessante para incentivar a prática de atividade física, inclusive durante a pandemia. 

Realidade virtual e paralisia cerebral

O estudo sobre a telerreabilitação de pessoas com paralisia cerebral foi realizado entre março e junho de 2020 e contou com a participação de 44 pessoas. O trabalho foi realizado durante o período de quarentena da pandemia de covid-19, que impedia a realização da terapia tradicional.

Carlos Monteiro – Foto: EACH-USP

Com um pesquisador guiando as atividades de maneira remota e com o auxílio de um responsável, os participantes realizavam as práticas desenvolvidas, sendo uma delas um jogo em que os pacientes precisavam “pegar” bolinhas coloridas que caíam no visor do computador, o que era realizado pelos movimentos dos participantes, detectados pela câmera da máquina. Pessoas com paralisia cerebral apresentam distúrbios motores associados a aspectos como mudanças de sensação, aprendizado e comunicação, assim, o jogo buscava melhorar a performance motora.

Durante o jogo, a percepção de esforço dos participantes, ou seja, o cansaço das pessoas foi avaliado. A escala é baseada nas sensações sentidas durante o exercício, como fadiga muscular e aumento da frequência cardíaca e respiratória. Também foram analisadas a performance motora, medida pela precisão dos movimentos e o número de acertos e erros, e a motivação e satisfação dos participantes.

A melhora na performance no jogo não foi constante. Apesar disso, a recepção dos jogos pelos pacientes foi positiva, tendo sido considerado divertido pelos participantes, que se mostraram interessados em continuar a usar o jogo nas suas terapias.

“As pessoas gostam mais, elas têm mais motivação para fazer uma reabilitação em ambiente virtual”, comenta Monteiro sobre a vantagem desse formato de reabilitação em relação a outros.

Metaverso não imersivo

O diferencial das pesquisas realizadas pelo grupo de estudos do professor Monteiro está em não utilizar o metaverso imersivo, ou seja, aquele que utiliza óculos de realidade virtual. Com um computador ou celular e uma boa conexão com a internet é possível realizar várias tarefas no metaverso. Isso facilita o acesso das pessoas a essa forma de reabilitação e evita que elas precisem gastar com óculos virtuais caros ou se deslocar para laboratórios onde existem equipamentos avançados. Com o uso do metaverso não imersivo o terapeuta também pode atender mais de um paciente por vez e pessoas de diferentes Estados passam a ter acesso a esse tratamento. 

Apesar dessas vantagens, Monteiro lembra que o metaverso é um complemento dos métodos de recuperação tradicional, não uma substituição. “Percebemos que, quando tarefas no ambiente virtual são mais difíceis que no real, isso facilita na hora de realizar as atividades na vida real”, conta Monteiro sobre um dos pontos positivos dessa complementaridade.

Ele aponta como desafios para o amplo uso investidores acreditarem no uso do metaverso para fins de saúde, e a dificuldade de algumas pessoas para se adaptarem a plataformas digitais. Para ele, porém, o uso do metaverso na educação e saúde pode ser adiado, mas é inevitável.

 grupo também estuda o uso dessa tecnologia em outros grupos, por exemplo, em pessoas dentro do espectro autista e pessoas com síndrome de Down.

Monteiro conta que o grupo realizou a primeira corrida no metaverso para pessoas com deficiência: na pesquisa, pessoas dentro do espectro autista, por meio de comandos do teclado do computador para direcionar seus avatares, correram em um caminho predeterminado em uma ilha no metaverso. Assim, foi possível identificar que ocorreu aprendizado no controle dos movimentos de avatares. As pessoas dentro do espectro autista não só aprenderam a usar a plataforma como também descobriram sozinhas funções que aumentavam a velocidade e a performance na corrida.

O próximo projeto do grupo é o uso de avatares que se movimentam ao mesmo tempo que as pessoas. “A tecnologia irá permitir o reconhecimento do máximo de capacidade e desempenho de cada pessoa. Por meio disso, o avatar auxiliará a equilibrar dificuldades, permitindo tarefas com igualdade para todos”, diz Monteiro.

Mais informações: e-mail carlosmonteiro@usp.br, com Carlos Monteiro

FONTE - https://jornal.usp.br/ciencias/grupo-propoe-uso-do-metaverso-na-reabilitacao-de-pessoas-com-deficiencia/