quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Prematuridade&Pesquisa - Estudo nos EUA liga idade paterna avançada com prematuridade e diabetes gestacional

ESTUDO COM 40 MILHÕES DE BEBÊS NOS ESTADOS UNIDOS ASSOCIA IDADE PATERNA AVANÇADA A MAIOR RISCO DE PARTOS PREMATUROS E DIABETES GESTACIONAL 

A pesquisa, realizada na Universidade de Stanford entre 2007 e 2016, mostrou que bebês recém-nascidos de pais com 45 anos ou mais tiveram 18% a mais de chances de terem convulsões, e 14% a mais de chances de irem para a UTI.


imagem publicada na matéria - um bebê sorrindo.

Depois de uma década de pesquisa, pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, associaram a idade paterna avançada a diversos risos para bebês recém-nascidos, com baixo peso, convulsões e chances maiores de nascerem prematuramente.

O estudo considerou todos os registros de bebês nascidos vivos no país entre 2007 e 2016: um total de 40.529.905. Entre o início e o fim da década analisada, a idade média paterna cresceu para 31,2 anos. Do total analisado, 1,2 milhões das crianças tinham pais acima dos 45 anos.

Os recém-nascidos tiveram 14% a mais de chances de irem para UTI(Unidade de Terapia Intensiva), e 18% a mais de terem convulsões se o pai estivesse acima dos 45 anos, em comparação àqueles que tinham pais entre 25 e 34 anos de idade - idade referência do estudo.

''Nós tendemos a olhar fatores maternos quando avaliamos riscos relacionados ao parto, mas esse estudo mostra que ter um bebê saudável é uma tarefa de equipe, a idade do pai também contribui para a saúde do bebê'', explica urologista Michael Einsenberg, professor de Stanford que participou do estudo.

A idade paterna avançada também trouxe efeito negativo para as mães dos bebês. As mulheres que tinham parceiros mais velhos - acima de 55 anos - tiveram 34% de chance de ter diabetes gestacional quando comparadas às que tinham parceiros entre 25 e 34 anos. Quando a idade do pai do bebê ficava entre 45 e 54 anos, o risco de diabetes gestacional era maior.

Antes da pesquisa em Stanford, problemas em bebês já haviam sido associados a alterações no DNA dentro dos espermatozoides em homens de idade avançada. Entre os riscos para a criança estavam o desenvolvimento de autismo, anomalias genéticas e transtornos psiquiátricos, além do câncer. Os mais recentes, no entanto, sugerem também a influência da idade paterna em problemas logo após o nascimento.

"Um número significativo desses resultados negativos poderia ser evitado se pais mais velhos tivessem escolhido ter filhos antes dos 45 anos. Os riscos associados com a idade paterna avançada deveriam ser incluídos em discussões sobre planejamento familiar'' afirmam os pesquisadores. Eles estimam que, no caso de convulsões,um e cada cindo casos poderia ter sido evitado se o pai tivesse menos de 45 anos. Para partos prematuros a proporção é de 13%.

Estudos anteriores já haviam tentado demonstrar a correlação entre a idade paterna avançada e partos prematuros. Na Itália, com uma pesquisa com 1,5 milhão de nascimentos entre 1990 e 1998 mostrou que pais entre 45 e 49 anos tinha um risco alto de ter bebês nascidos antes as 32 semanas quando comparados àqueles com idade entre 25 e 29 anos.

No entanto, um outro, realizado no estado americano de Ohio entre 2006 e 2012 com mais de um milhão de nascimentos, não mostrou associação entre a idade paterna e problemas como parto prematuro ou necessidade de UTI.


terça-feira, 30 de outubro de 2018

AUTISMO&FAKENEWS - Afirmação que vacina causa autismo é falsa *(USP)

Afirmação que vacina causa autismo é falsa

(imagem publicada - da matéria - uma seringa e um frasco de vacina, com uma pessoa usando luvas apropriadas, foto de Osnei Restio- Prefeitura de Nova Odessa)
No primeiro boletim Pílula Farmacêutica desta semana, o assunto é a afirmação do médico britânico Andrew Wakefield, que declarou, em 1998, que a vacina da tríplice viral era causa de autismo. Porém, após a afirmação, estudos desmentiram o britânico.
Mais tarde, foi descoberto que o médico recebeu pagamento de escritórios de advocacia envolvidos em processos contra indústrias farmacêuticas. Então, Wakefield foi criminalmente responsabilizado e teve seu registro médico cassado.
A principal afirmação do médico foi que o conservante timerosal, presente nessa vacina, era o causador do autismo. Contudo, em 2004, um instituto de medicina dos Estados Unidos comprovou que a substância não tem nenhuma relação com a doença.
O boletim Pílula Farmacêutica é apresentado pelos alunos de graduação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, com supervisão da professora Regina Célia Garcia de Andrade. Trabalhos técnicos de Luiz Antonio Fontana. Ouça, no link acima, a íntegra do boletim.
Leia também no meu blog INFOATIVO DEFNET -
 Vulneração e Mídia no Cotidiano das Pessoas com Deficiência 

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - nova orientação legal

Comitê da ONU sobre Pessoas Com Deficiência publica nova orientação legal

Pessoas com deficiência e suas organizações representativas devem participar de processos públicos de tomada de decisões sobre seus próprios direitos humanos, afirmou o Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. O órgão publicou nova orientação legal sobre a Convenção sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência.
“Nada sobre nós sem nós” tem sido há tempos um mote de movimentos de direitos para pessoas com deficiência. Em seu comentário geral, o Comitê destaca que, quando pessoas com deficiências são consultadas, isto leva a leis, políticas e programas que contribuem para sociedades e ambientes mais inclusivos.
Estudante com deficiência visual em uma universidade em Al-Fashir, Darfur do Norte, no Sudão. Foto: Hamid Abdulsalam/UNAMID
Estudante com deficiência visual em uma universidade em Al-Fashir, Darfur do Norte, no Sudão. Foto: Hamid Abdulsalam/UNAMID
Pessoas com deficiência e suas organizações representativas devem participar de processos públicos de tomada de decisões sobre seus próprios direitos humanos, afirmou neste mês o Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
O órgão publicou uma nova orientação legal sobre a Convenção sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência.
A orientação, emitida em 3 de outubro como comentário geral n.º 7, sustenta o direito de todas as pessoas com deficiência participarem e serem envolvidas em todas as questões relacionadas a elas.
A orientação também esclarece as obrigações de Estados garantirem a participação de pessoas com deficiência, através de suas organizações representativas, na implementação e no monitoramento da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em linha com artigos 4(3) e 33(3) deste tratado internacional.
O documento completo está disponível para leitura aqui em sua forma padrão e aqui em formato de leitura simplificada, ambos em inglês. O Comitê emite muitos de seus documentos em formato simplificado, os tornando acessíveis para pessoas com deficiência.
“Estados Parte da Convenção claramente precisam de orientação sobre como e por que participar com organizações de pessoas com deficiência de forma respeitosa e como iguais”, disse Stig Langvad, presidente do Grupo de Trabalho sobre o comentário geral. “Como uma pessoa com deficiência desde 1973, que está ativa em organizações e na vida pública, eu conheço o poder de pessoas com deficiência”, acrescentou.
Nada sobre nós sem nós” tem sido há tempos um mote de movimentos de direitos para pessoas com deficiência. Em seu comentário geral, o Comitê destaca que, quando pessoas com deficiência são consultadas, isto leva a leis, políticas e programas que contribuem para sociedades e ambientes mais inclusivos.
O comentário geral busca ser uma ferramenta vantajosa para fornecer recomendações concretas sobre como se comprometer com consultas com pessoas com deficiência, por meio de suas organizações representativas.
Isto pode incluir desenvolvimento de informações acessíveis sobre processos de tomada de decisões, implementação de metodologias inclusivas e garantias de que organizações de pessoas com deficiência tenham acesso a financiamentos nacionais e internacionais para funcionamento, segundo o Comitê.
O comentário geral também define organizações de pessoas com deficiência e destaca que respeito aos direitos de pessoas com deficiência à liberdade de associação, assembleia pacífica e expressão é essencial para a participação e realização de consultas.

LEIA TAMBÉM NO MEU BLOG - PARA ALÉM DO PRECONCEITO - A CONVENÇÃO, CIDADANIA E DIGNIDADE

https://infoativodefnet.blogspot.com/2010/12/para-alem-do-preconceito-convencao.html

AlzheimereAvanços Laboratório espanhol garante que descobriu como retardar Alzheimer

#AlzheimereAvanços Laboratório espanhol garante que descobriu como retardar Alzheimer


(imagem publicada - na matéria - uma cabeça de ser humano com fundo de várias conexões saindo dela, com um quebra cabeças sendo formado dentro do SNC.)

Farmacêutica revela ter descoberto fórmula que retarda doença cognitiva. Investigação dura há mais de dez anos e foram testados, na última fase, mais de 496 doentes de 41 hospitais de Espanha e dos EUA.
O laboratório espanhol Grifols anunciou esta manhã num congresso de ensaios clínicos, a decorrer em Barcelona, ter encontrado uma fórmula que retarda a doença deAlzheimer a doentes que tenham ainda um diagnóstico moderado.
De acordo com a empresa, o ensaio clínico chamado Ambar, que dura há mais de uma década e que tem sido levado a cabo em Barcelona, Espanha, e nos EUA, revelou resultados muito positivos, demonstrando grande significância estatística.

"Os resultados nos doentes com Alzheimer moderado demonstraram um abrandamento na progressão da doença de 61%, atingindo dois objetivos principais: eficácia estabelecida, melhoria cognitiva, e a capacidade de realizar atividades da vida diária durante os 14 meses de tratamento ", revelou a empresa num comunicado que emitiu e que foi já publicado na comunicação social espanhola.
"No grupo de doentes em estado leve de Alzheimer, os resultados também sugerem uma desaceleração no progresso da doença, embora esta diferença não alcance tanta significância estatística como a anterior", sublinhou a farmacêutica.
A investigação dos catalães demonstrou ser possível estabilizar a progressão da doença neurodegenerativa através da remoção periódica de plasma do doente, utilizando a técnica de plasmaferese, substituindo assim o uso de uma solução de albumina, um processo conhecido como troca de plasma, explicou a empresa.
"Este tratamento baseia-se na hipótese de que a maioria do beta-amilóide, uma proteína que se acumula nos cérebros de pessoas com Alzheimer, circula no plasma ligado à albumina. Ao remover a depuração plasmática do péptido beta-amilóide que seria conseguida a partir do cérebro para o plasma, seria possível limitar o efeito da doença sobre as funções cognitivas", refere a empresa.
"Estes resultados abrem uma nova era no tratamento da doença de Alzheimer. Continuaremos a explorar o potencial das proteínas plasmáticas e da renovação do plasma em estudos posteriores ", disse Víctor Grífols Roura, presidente da Grifols.
"Estamos muito felizes com os resultados tanto pelo progresso que fizemos como pelo que representam para a sociedade".
O projeto Ambar está em estudo há mais de uma década. A última fase contou com a participação de 496 pacientes de 41 hospitais (20 na Espanha e 21 nos Estados Unidos).
Cerca de 50 milhões de pessoas sofrem de demência e cerca de 10 milhões de novos casos são registados a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, e a doença de Alzheimer, que é a forma mais comum de demência, é responsável por 60% dos casos.
Em 2050, espera-se que afete 152 milhões de pessoas. Atualmente não há tratamento que possa curar essa patologia ou reverter sua evolução progressiva.
FONTE - https://www.dn.pt/vida-e-futuro/interior/laboratorio-espanhol-garante-que-descobriu-como-retardar-alzheimer-10095897.html