sábado, 28 de setembro de 2013

SAÚDE MENTAL/PESQUISAS - Estudo associa Diabetes 2 com uso de antidepressivos

Estudo liga consumo de antidepressivos a risco de diabetes 

Uma pesquisa britânica afirma que pessoas que tomam antidepressivos têm um risco considerável de contrair diabetes do tipo 2.
Remédio antidepressivo. Foto: Reuters
(imagem - foto colorida de um comprimido sendo seguro por dois dedos, em close, fotografia Reuters)
Uma equipe de cientistas da Universidade de Southampton analisou diversos estudos médicos e disse ter encontrado sinais de que há uma ligação entre os dois fenômenos — mas deixaram claro que essa ligação não é necessariamente de causa e efeito.
A hipótese sugerida por eles é de que pessoas que tomam este tipo de medicamento costumam ganhar peso, e esse seria o fator ligado ao diabetes. Outra possibilidade é de que os antidepressivos tenham algum tipo de interferência no nível de açúcar no sangue.
As conclusões foram publicadas na revista científica Diabetes Care.
Eles analisaram 22 estudos que envolvem milhares de pacientes usuários de antidepressivos. O professor Richard Holt, um dos autores do artigo, afirma que é preciso realizar mais pesquisas para estabelecer uma conexão mais sólida entre a doença e o tipo de medicamento.
Ele recomenda que médicos fiquem atentos para indícios de diabetes em pacientes que começam a tomar antidepressivos.
"Pode haver muitas coincidências, mas há um sinal de que pessoas que são tratadas com antidepressivos acabam tendo um risco alto de desenvolver diabetes", diz Holt.
O diagnóstico do diabetes é simples, podendo ser detectado apenas com um exame de sangue.
"O diabetes pode ser prevenido com mudanças na alimentação e também com mais atividade física."
O cientista Matthew Hobbs, da entidade Diabetes UK, disse que o novo artigo não consegue estabelecer sinais claros de que o uso de antidepressivos aumentam de fato o risco de diabetes do tipo 2.
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OS NOSSOS CÃES desCOLORIDOS - Nossas "depressões" e o Dia Mundial da Saúde Mental http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/10/os-nossos-caes-descoloridos-nossas.html

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

ACESSIBILIDADE CULTURAL/CEGOS&SURDOS - Recurso brasileiro leva legendas e audio descritivos às platéias

UMA NOVA FERRAMENTA INCLUI SURDOS E CEGOS NAS PLATEIAS DE TEATRO

O MOBI LOAD, RECURSO CRIADO POR UMA EMPRESA BRASILEIRA, LEVA LEGENDAS E ÁUDIOS DESCRITIVOS AO PÚBLICO DURANTE EVENTOS AO VIVO

Mobi Load (Foto: Divulgação/Steno Mobi)
(imagem - foto colorida de espectadores de uma peça de teatro, tendo à sua frente tablets acoplandos às suas poltronas, que dão acessibildade e fazem audiodescrição e legendas para pessoas cegas e pessoas surdas - fotografia de divulgação Steno Mobi)
Chegar a um teatro e encontrar boa parte dos espectadores com um tablet acoplado à cadeira e fones nos ouvidos será uma cena cada vez mais comum. Não se trata de um público viciado em smartphone. Mas, sim, de pessoas portadoras de deficiência visual ou auditiva acompanhando a apresentação com o apoio de uma nova ferramenta desenvolvida no Brasil: o Mobi Load, lançado no ano passado pela empresa Steno Mobi.
Este sistema consiste em transmitir, em legendas escritas, em libras ou em uma narração auditiva (chamada de audiodescrição) tudo o que é e, principalmente, e o que não é dito na apresentação. Qualquer barulho, gesto ou música é literalmente contado por um locutor ou traduzido em frases escritas, que chegam ao tablet por meio da conexão à internet.
As legendas direcionadas para os surdos já são usadas na TV há 13 anos, quando uma lei passou a exigir oito horas diárias da programação da TV aberta com o recurso (que pode ser acionada por meio do botão “closed caption” do controle remoto). Esta já é uma ferramenta também usada em eventos ao vivo. Mas, em geral, a transmissão é feita em um telão.
Já a audiodescrição é utilizada principalmente em filmes e programas de TV desde 2011, quando a legislação brasileira determinou que as emissoras abertas disponibilizassem o recurso em duas horas da grade semanal. Este ano, a exigência dobrou: agora são quatro horas por semana. Em 2006, a Caixa Econômica Federal lançou o primeiro comercial com legendas disponíveis por meio do closed caption, direcionada para as pessoas com deficiência auditiva. Hoje, outras empresas, como Itaú e  Coca Cola, também fazem uso do recurso em suas campanhas. Em 2010, a Natura ançou a primeira propaganda com audiodescrição do país.
A primeira aplicação do Mobi Load em um evento ao vivo aconteceu no dia 5 de março deste ano, quando o Governo do Estado de São Paulo promoveu a apresentação do filme brasileiro Colegas, no Palácio dos Bandeirantes. A iniciativa foi uma parceria do governo com as Secretarias de Cultura e dos Direitos da Pessoa com Deficiência e faz parte de um investimento de R$ 2 milhões em recursos de acessibilidade em eventos públicos.
Também está incluso nessa iniciativa o espetáculo Tribos, estrelada por Antonio Fagundes. Neste sábado, dia 28 de setembro, os tablets serão disponibilizados para a platéia do Teatro Tuca, em São Paulo. Dependendo da demanda, a ferramenta será utilizada sempre aos sábados, até o fim da temporada, em 15 de dezembro. A partir de outubro, o Mobi Load também será usado em 16 peças da Mostra + Sentidos, no teatro paulistano Sérgio Cardoso.
Aplicar os recursos em um evento feito ao vivo tem algumas peculiaridades. Rafael Parlatore, sócio-diretor da Steno Mobi, afirma que sua equipe recebe o roteiro da peça e um vídeo antecipadamente. Então, é feita uma gravação em estúdio e o registro escrito do texto. Na hora da apresentação, um profissional vai até o local e insere as legendas ou trechos de áudios no ritmo em que o espetáculo se desenvolve. Mas se o evento for improvisado, mesmo com o máximo de referências prévias possível, as narrativas, faladas e escritas, são feitas ao vivo e in loco.  fonte - http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Empresa/noticia/2013/09/uma-nova-ferramenta-inclui-surdos-e-cegos-nas-plateias-de-teatro.html

terça-feira, 24 de setembro de 2013

ALZHEIMER/OMS - Organização Mundial de Saúde lança documento sobre Demências como prioridade

DEMÊNCIA: Uma Prioridade de Saúde Pública

(imagem - o símbolo da campanha do mês de Conscientização sobre Alzheimer, da ABRAz, Associação Brasileira de Alzheimer, com o lema: EU NÃO ESQUEÇO, representado por uma mão que tem um laço de cor roxa amarrado no dedo indicador, traduzindo a questão da memória que é um dos sintomas do quadro demencial)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou o relatório “Demência: Uma Prioridade de Saúde Pública”, que apresenta dados atuais sobre o estado da demência no mundo. Segundo a OMS, um novo caso de Demência é diagnosticado a cada 4 segundos.

Apenas 8 países em todo o mundo têm um plano de atuação para as Demências. A Organização Mundial da Saúde pede aos governos de todo o mundo para desenvolverem um Plano Nacional para as Demências com soluções e abordagens que impulsionem o diagnóstico precoce, sensibilizem a opinião pública sobre a doença, reduzam o estigma e proporcionem um melhor atendimento e mais apoio aos cuidadores.

O número de casos diagnosticados de demência irá triplicar até 2050, mas a realidade continua a ser ignorada.
Em todo o mundo, cerca de 35,6 milhões de pessoas vivem com demência. Este número deverá duplicar até 2030 (65,7 milhões) e mais que triplicar em 2050 (115,4 milhões). A demência afeta pessoas em todos os países, com mais de metade dos casos (58%) em países desenvolvidos. Em 2050, este número é suscetível de aumentar para mais de 70%.

Cuidar de pessoas com demência tem um custo atualmente de mais de 604 mil milhões de dólares por ano, incluindo aprestação de cuidados de saúde e serviços sociais, assim como a redução ou perda de rendimentos das pessoas com demência e dos seus cuidadores.

FONTE - http://alzheimerportugal.org/pt/text-0-9-42-45-demencia-uma-prioridade-de-saude-publica


INFORMAÇÕES IMPORTANTES ACESSAR A ABRAz Associação Brasileira de Alzheimer - http://abraz.org.br/

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MÃES, ALZHEIMER E MÚSICA. http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/05/maes-alzheimer-e-musica.html

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

SAÚDE MENTAL/ANTIMANICOMIAL - Proposta de Residência Terapêutica para os que estão em hospitais de custódia

GT da Câmara defende residência terapêutica para presos com transtornos mentais

(imagem - foto em preto e branco de um corredor de um hospital de custódia (em Salvador, Bahia), com leitos e no primeiro plano um homem de costas, com o "uniforme" típico de "pacientes'', dentro de um corredor que para muitos ainda será apenas o da morte sem data marcada- fotografia do Infográfico Correio Web, do documentário A CASA DOS MORTOS - de Debora Diniz)

O grupo de trabalho de saúde mental da Comissão de Seguridade Social e Família está analisando a situação de pessoas com transtornos mentais que se encontram detidas em presídios e cadeias públicas.
Em entrevista ao programa Com a Palavra, da Rádio Câmara, a coordenadora do grupo de trabalho sobre saúde mental, deputada Erika Kokay (PT-DF), explicou que muitos encarcerados com transtornos mentais continuam presos porque não têm para onde ir. "Nós temos pessoas que já deveriam estar em liberdade e que, muitas vezes não estão, por não terem vínculos familiares, ou porque não existem residências terapêuticas.” 
A deputada acrescentou que o grupo percebeu uma resistência grande nos municípios onde se localizam os hospitais de custódia, ou alas de tratamento psiquiátrico ligadas ao sistema prisional, para que sejam construídas residências terapêuticas, “para que as pessoas sem vínculos familiares possam adquirir a cidadania e a liberdade."
Na opinião da deputada, o Congresso pode ajudar aprovando leis para a construção de residências terapêuticas que tirem da prisão quem tem transtorno mental. "Nós vamos ver gestores dizendo: se o governo me obrigar eu faço, mas se não me obrigar eu não tenho como explicar porque eu não tenho uma creche e estou construindo uma residência terapêutica para pessoas que estão ou estiveram em conflito com a lei. Então, nós precisamos ter uma legislação que possa incentivar, que possa estimular. Penso até que nós precisamos trabalhar na perspectiva de termos algum tipo de condicionamento de outros repasses federais, para que tenhamos essas residências terapêuticas."
Pesquisas 
Erika Kokay destacou que há pessoas com transtornos mentais presas há mais de 30 anos, tempo máximo para o cumprimento de uma pena. A deputada citou pesquisa do Ministério da Justiça segundo a qual 58% de quem está detido com transtornos mentais têm entre 20 e 39 anos, 23% são analfabetos e apenas 6% concluíram o ensino médio.
Segundo levantamento feito pelo Jornal O Globo, em fevereiro deste ano, pelo menos 800 pessoas absolvidas pela Justiça em razão de transtornos mentais ainda estão presas. A pesquisa foi feita junto às secretarias de administração penitenciária, defensorias públicas e varas de execução penal nos estados.
Esse número pode ser até três vezes maior. Isso porque outros 1.700 acusados de diferentes crimes já receberam indicação judicial de que podem ter transtornos mentais e aguardam laudo psiquiátrico e tratamento médico dentro de presídios ou em casa.
Relatório final
O grupo de trabalho deve apresentar até o final do ano relatório com recomendações e projetos de lei sobre o assunto.
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SAÚDE MENTAL E DIREITOS HUMANOS COMO DESAFIO ÉTICO PARA A CIDADANIA http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/06/saude-mental-e-direitos-humanos-como.html

IDOSOS/CUIDADOS - Até 2050 número de pessoas idosas triplicará, e os seus cuidados e apoio?

Investimento em cuidado com idosos precisa triplicar até 2050, diz estudo

O número de pessoas idosas que precisam de cuidados no mundo todo deve praticamente triplicar em 2050, segundo um estudo divulgado pela organização Alzheimer Disease International.
Alzheimer (Getty)
(imagem- foto colorida de uma enfermeira diante de uma pessoa idosa, como referência aos cuidados que esta faixa etária exige, fotografia Getty imagens da matéria) 
O número de pessoas nessa situação saltará de 101 milhões para 277 milhões até lá, parte delas também sofrendo demência. Tanto que o relatório reforça o alerta para uma "epidemia global de Alzheimer".
O Mal de Alzheimer é a causa mais comum de demência, cujos sintomas incluem perda de memória, mudança de humor, problemas com comunicação e de raciocínio.
De acordo com o estudo, países como Índia e China sofrerão duros golpes, e precisam começar a planejar como lidar com o problemas.
Isso porque mais da metade das mais de 35 milhões de pessoas que sofrem com demência em todo o mundo estão em país de renda média ou baixa, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Segundo o autor do relatório, Martin Prince, professor do Instituto de Psiquiatria do King's College de Londres, "as mudanças sociais e econômicas que estão ocorrendo nesses países vão, inevitavelmente, fazer com que seja reduzido o número de familiares disponíveis para cuidar dos idosos."
"Entre esses fatores está a redução das taxas de fertilidade, o que significam que as pessoas terão menos filhos (para cuidar delas na velhice), e o fato de que as mulheres estão estudando mais e integrando cada vez mais o mercado de trabalho, deixando-a menos disponível para fornecer esse tipo de cuidado

Apoio maior

O estudo revela ainda que à medida que a população envelhece, o sistema tradicional de cuidar dessas pessoas – feito de maneira informal pela família, amigos e comunidade – vai precisar de um apoio muito maior.
Ainda segundo o relatório, um pouco mais que uma em cada dez pessoas acima de 60 anos precisa de cuidados a longo prazo, tais como ajuda diária em tarefas como tomar banho, alimentar-se, vestir-se e usar o banheiro.
Isso pode ser um fardo para famílias, já que muitos dos parentes que cuidam do idoso precisar deixar o trabalho.
Tratar e cuidar de pessoas com demência custa atualmente 376 bilhões de libras (o equivalente a R$ 1,3 trilhão por ano), incluindo custos previdenciários, gastos na área de saúde, além da redução de ganhos.
O relatório faz diversas recomendações, como fornecer "gratificações financeiras apropriadas" para cuidadores, profissionais ou familiares.
Também sugere monitorar a qualidade do tratamento tanto em casas de repouso como o fornecido pela comunidade.
Segundo a organização britânica Alzheimer's Society, a demência é a maior crise na área de saúde que o mundo enfrenta atualmente. "Esse relatório é um alerta para governos mundo afora sobre a urgência de se investir mais em cuidado e apoio."
(Tulip Mazumdar Repórter Saúde BBC News)
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O MUNDO ENVELHECE, AS INJUSTIÇAS AINDA PERSISTEM, E, ENTRETANTOS, MEU PAI FAZ 102 ANOS..http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/04/o-mundo-envelhece-as-injusticas-ainda.html

domingo, 22 de setembro de 2013

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA/SÍMBOLOS - Mudamos o símbolo de acessibilidade, que representa deficiências físicas?

Grupo quer 'atualizar' símbolo de acesso a deficientes

O símbolo que representa uma pessoa em uma cadeira de rodas se tornou um dos ícones mais usados e instantaneamente reconhecidos no mundo para representar deficientes físicos. Em circulação desde 1969, esse "símbolo internacional de acessibilidade" está presente no transporte coletivo, em vagas de estacionamento e em milhões de edifícios.
Símbolo tradicional e o novo, do grupo Accessible Icon Project

Mas um grupo de designers americanos autodenominado Accessible Icon Project quer, agora, dar a ele um "ar" mais atual - ou mesmo paraolímpico

Seu novo desenho é baseado no antigo, mas mostra a figura inclinando-se para a frente, ativamente empurrando sua cadeira de rodas.
A ideia por trás disso é que o antigo desenho "tem pernas e braços que parecem mecânicos, sua postura é ereta de forma não natural e seu visual completo torna visível a cadeira de rodas, e não a pessoa", diz o site do grupo.
O novo ícone começou a ser usado como uma espécie de "arte de guerrilha" em um campus universitário em Boston, diz a artista Sara Henson, palestrante na Escola de Design de Rhode Island.
Segundo ela, o desenho é "uma metáfora de autodeterminação" e o antigo símbolo já se tornou praticamente invisível para as pessoas.
O ícone do projeto começou a despertar interesse em diferentes partes do mundo, dos EUA à América Latina e à Índia.
"Estamos ansiosamente de olho no que acontece em Nova York, cidade que disse que implementaria o novo símbolo, mas está atualmente na fase da burocracia", diz Hendron. "Enquanto isso, recebemos (pedidos) de outras cidades, bem como de organizações e instituições." 
Dúvida 
Mas a adoção do símbolo depende de diversos fatores. Barry Gray integra o comitê de símbolos gráficos da Organização Internacional de Padronização (ISO, na sigla em inglês). Ele gosta da ideia de Hendron, mas alega que seu significado não está claro.
"A ideia do design está relacionada a uma cadeira de rodas em velocidade, mas não estamos tentando criar um símbolo de uma cadeira de corridas", argumenta. "Tenta-se passar a ideia de que o caminho sinalizado é por onde você entra no prédio, e não por onde você vai sair em disparada."
E há outra questão envolvendo o símbolo antigo, e não necessariamente resolvida pelo novo: ele representa um usuário de cadeira de rodas, mas foi criado para simbolizar acesso também para deficientes visuais e outros que não necessariamente usem a cadeira.
A artista visual Caroline Cardus defende que o símbolo global sequer tenha a cadeira. "Se as demais deficiências não estão representadas, a mensagem subliminar é de que, se o local é adaptado para cadeiras de rodas, então os demais podem se virar - e isso não ajuda em nada."
Cardus acha que a acessibilidade talvez possa ser representada por símbolos que incluam a letra "A" - ou a letra pela qual a palavra acessibilidade comece em cada idioma. E sugere que incorpore, por exemplo, cores de fundo para dar informações extras, como se o local tem ou não degraus.
Dificuldades
Gray, por sua vez, diz que há conversas para melhorar a identificação de acessibilidade de um local para, por exemplo, pessoas com deficiências mentais - mas alega que isso é muito difícil de descrever visualmente.
O símbolo de uma orelha, por exemplo, indica a presença de sistemas de auxílio auditivo; e outros símbolos mais específicos de acessibilidade começam a se popularizar. Gray cita, entre eles, o ícone de uma pessoa segurando a mão da outra, que serve para indicar a existência de pontos de ajuda para pessoas com dificuldades cognitivas.
E Hendron admite que há limites para o que pode ser obtido com símbolos gráficos: "Não uso muito saias, mas o ícone de banheiros femininos costuma ser o da mulher de saia. Há um problema nisso? Provavelmente, mas é uma falha que eu aceito porque (o símbolo) me permite identificá-lo rapidamente."
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UM DIA NÓS SEREMOS QUAL CIF? As Deficiências e sua(s) Classificação(ões) http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/11/um-dia-nos-seremos-qual-cif-as_28.html

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA/LEIS - Agora é Infração grave estacionar nas vagas de idosos e pessoas com deficiência

Estacionar em vaga reservada a idoso ou pessoa com deficiência passa a ser infração grave

Quem estacionar irregularmente em vagas reservadas a idosos ou pessoas com deficiência física poderá não só ser multado, mas também ter o veículo apreendido. É o que prevê o projeto de lei da Câmara (PLC) 99/2007, aprovado pelo Plenário do Senado na noite desta quarta-feira (18). O projeto, do ex-deputado Paulo Rocha, determina que a infração passe a ser considerada grave no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
O senador Anibal Diniz (PT-AC), relator da matéria, lembrou que o projeto tramitava em conjunto com outras 23 matérias com temas relacionados à legislação do trânsito. O substitutivo de Anibal reúne mais três mudanças no CTB. Além de rever o detalhamento da sinalização rodoviária indicativa de pronto-socorro, altera o rol de equipamentos de uso obrigatório em bicicletas e permite nova contagem do prazo para contestação de infração ou pagamento de multa após atualização do endereço do motorista junto à autoridade de trânsito.
No primeiro caso, o relator julgou que o acréscimo de informações nas placas de sinalização rodoviária sobre a distância e a localização do pronto-socorro mais próximo vai agilizar o atendimento a vítimas de acidentes. A medida constava do PLC 172/2008, também aproveitado pelo substitutivo. Anibal também concordou com a dispensa da exigência de campainha e espelho retrovisor como itens de uso obrigatório pelos ciclistas, proposta no PLC 74/2008. Na avaliação do relator, a exigência desses equipamentos encareceria o preço da bicicleta sem oferecer “ganho aparente de segurança” para o trânsito em geral e o ciclista em particular.
Por fim, Anibal resolveu aproveitar parcialmente o PLC 165/2008, que modificava procedimentos relativos à notificação de infração. O substitutivo considerou válida a notificação devolvida por desatualização de endereço se o motorista não tiver comunicado a mudança dentro de 30 dias da devolução do documento. Mas admitiu o reinício da contagem do prazo para apresentação de recurso ou pagamento de multa caso a atualização de endereço aconteça no período estabelecido acima. Ao fundir as quatro propostas no substitutivo, Anibal optou por rejeitar as outras 20 que tramitavam em conjunto. Ele justificou sua decisão com o argumento de que se mostravam dispensáveis, inviáveis ou sugeriam medidas de eficácia duvidosa.
- Esta é a Semana Nacional do Trânsito, e o Senado dá uma boa contribuição ao aprovar essa matéria – disse o relator da matéria, que agora retorna à Câmara dos Deputados, por ter sofrido alterações no Senado.

AIDS/PESQUISA - NO INCT avançam os testes para a Vacina contra a AIDS

INCT testa vacina brasileira contra a Aids

Denominada HIVBr18, a vacina brasileira de combate ao vírus HIV, que dá origem à Aids, avança em estágios promissores e é uma das candidatas nacionais mais evoluídas, com possibilidade de originar um medicamento. A vacina entra agora na fase dos testes em macacos e, se os resultados forem positivos, será testada em humanos.

Desenvolvida pelos pesquisadores Edécio Cunha Neto, Jorge Kalil e Simone Fonseca, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Investigação em Imunologia (INCT III), integrante do programa financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as Fundações de Amparo à Pesquisa, nesse caso a do estado de São Paulo (Fapesp), a vacina já foi inclusive patenteada.

Os procedimentos nos macacos terão duas funções, testar a imunogenicidade e segurança, isto é, avaliar se o sistema imune dos macacos reage de forma positiva à vacina. “Os macacos rhesus não se infectam com o HIV. Serão dois passos, um piloto da vacina com protocolo altamente imunogênico, mas que sabemos que não pode ser usado em humanos, vacinação com DNA seguida de vacinação com Adenovírus 5 recombinantes contendo os fragmentos do HIV selecionados”, explica Edécio.

Em paralelo, o segundo protocolo comparará a vacina de diversos vetores virais já liberados para uso em humanos. “Todos esses vetores virais contêm material genético que codifica os fragmentos da HIVBr18”, diz Edécio. Esses procedimentos só são passíveis de serem realizados porque a HIVBr18 induziu respostas positivas no sistema imunológico dos camundongos.
O procedimento será efetuado com macacos rhesus mantidos pelo Instituto Butantan, com sede em São Paulo (SP). A similaridade entre o sistema imunológico humano e o dos símios possibilita comparações com maior grau de precisão e se houverem respostas positivas novamente contra os subtipos conhecidos do vírus HIV, aumentam as chances dos testes pré-clínicos em humanos.
Há dezenas de vacinas já testadas em macacos, algumas com resultados excelentes. Só podemos afirmar que as premissas dessa vacina são diferentes de todas as outras¿¿ e por serem diferentes tem uma chance a mais”, informa Edécio.
Porém, ele alerta que ainda existe um longo caminho a ser percorrido para a produção em larga escala do possível novo medicamento. “Não há como estimar a chance de sucesso da vacina antes de testá-la em humanos.¿ Se os testes nos macacos  e os ensaios clínicos de fase I em humanos, de segurança e imunogenicidade, derem certo, os testes de eficácia não começam antes de 2019”, acredita o pesquisador.
¿Os testes de eficácia são ensaios clínicos do tipo  IIb ou III, que necessitam da participação de um grande número de pessoas. Geralmente, entre três e vinte mil voluntários são acompanhados durante este período, num prazo de cinco anos, a etapa mais cara do teste da vacina.¿¿
Segundo Edécio, três características diferenciam a vacina brasileira dos demais imunizantes  testados pelo mundo. “Ela estimula respostas de linfócitos do tipo CD4+, capazes de auxiliar as respostas de linfócitos do tipo CD8+ e anticorpos. É composta exclusivamente de regiões altamente conservadas do HIV, isto é, não variam do vírus HIV de um indivíduo para o outro e foi desenhada para desencadear respostas imunes mais intensas na grande maioria dos indivíduos”, conclui.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA/TRABALHO - Mercado de trabalho não cumpre Lei de Cotas

Apenas 8% das empresas cumprem a Lei de Cotas; conheça os entraves

Seite Keffer
*(imagem - foto colorida de um jovem com fones de ouvido, olhando a tela de um computador, ele é Seiti, cego e surdo de um ouvido, que consequiu emprego em uma universidade, fotografia da TV Câmara)
Seiti Kleffer considera-se um vencedor. Aos 23 anos, ele acaba de se formar em Serviço Social e já conseguiu o primeiro emprego. O que diferencia Seiti de outras pessoas é o fato de ser cego e surdo de um ouvido. Essas características, no entanto, nunca o impediram de ir à luta em busca de seus direitos e do próprio crescimento profissional.
Seiti trabalha em uma universidade em Brasília, justamente no setor que busca incluir alunos com deficiência. A tarefa do jovem é digitalizar materiais para outros alunos que, como ele, não enxergam ou enxergam pouco. Faz parte da política da instituição incluir alunos e também contratar pessoas com deficiência para trabalhar no local.
As deficiências de cada pessoa são específicas, o que obriga a empresa a se adequar às necessidades de cada um. Um cego, por exemplo, sofre com a falta de programas de computadores específicos. Já o surdo precisa da ajuda de um intérprete da língua brasileira de sinais ou de legendas. “Existe um trabalho bem específico para cego e um trabalho mais específico para surdo. O trabalho para cego envolve muito telemarketing. E trabalho para surdo eu não posso fazer, porque não consigo ver”, explica Seiti.
No caso de quem utiliza cadeiras de rodas, as dificuldades começam ao sair de casa, como atesta a médica e professora Izabel Maior. “Eu tenho que pensar muito aonde eu vou, antes. Eu preciso saber se o banheiro é acessível. Eu preciso saber quanto tempo eu vou demorar. Se eu vou ter que chamar um carro. Se eu estou com cadeira motorizada, eu tenho que chamar um táxi especial com muita antecedência”, enumera.
Lei de Cotas não é cumprida
São poucos os deficientes que têm a sorte de Seiti e Izabel. O País conta, há 22 anos, com uma lei que obriga empresas com mais de 100 empregados a contratar pessoas com deficiência. Pela regra, as empresas que têm entre 100 e 200 funcionários devem reservar pelo menos 2% das vagas para profissionais com deficiência. Para empresas com até 500 funcionários, a cota sobe para 3%; com até mil, 4%; e acima de mil a cota é de 5%.
Porém, o fato é que são poucas as empresas que cumprem a lei. De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais, das mais de 45 mil empresas com 100 ou mais empregados no Brasil, apenas 3.800 – pouco mais de 8% do total - cumpriam a cota mínima de contratação de pessoas com deficiência no fim de 2011.
Calcula-se que, se a lei de cotas fosse cumprida, pelo menos 900 mil trabalhadores com deficiência teriam um emprego, em um universo de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência.
Mil empresas multadas por ano
Auditores fiscais do Trabalho fiscalizam o cumprimento da medida em todo o País. A empresa infratora é punida com multa que varia de R$ 1,3 mil a quase R$ 133 mil, conforme o tamanho do negócio.
Em média, mil empresas são autuadas a cada ano. Segundo Fernanda Di Cavalcanti, coordenadora nacional do Projeto de Inserção de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho, a fiscalização tem levado muitas empresas a se enquadrar.
A falta de vontade de algumas empresas e o preconceito em admitir pessoas com deficiência não são os únicos entraves ao cumprimento da lei. Em muitos casos, o que há é dificuldade mesmo para se adaptar, como já havia destacado Seiti Kleffer e como afirma Janilton Fernandes Lima, da Confederação Nacional do Comércio: “É preciso investir, de alguma forma, na adaptação. Às vezes é preciso alterar a estrutura física do local, mas o lojista, o comerciante não é o proprietário”.
Em outros casos, o que faltam são profissionais com deficiência qualificados. De qualquer forma, cursos adaptados existem, como explica Adriana Barufaldi Bertoldi, especialista em Desenvolvimento Industrial do Senai. Segundo ela, o Senai adapta os currículos do curso de interesse da pessoa com deficiência e já incluiu 80 mil profissionais no mercado de trabalho entre 2007 e meados de 2013. A maior dificuldade é fazer com que as pessoas tenham acesso a essa capacitação, mas quem se capacita surpreende. “A gente sempre subestima os deficientes. Eles só precisam que a gente garanta os apoios necessários”.

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA/TRABALHO - Os Projetos de Lei em andamento em reportagem da Câmara Federal

Reportagem especial mostra dificuldades dos deficientes no mercado de trabalho

Conheça os aspectos legais, os projetos de lei em andamento e a opinião de especialistas para ampliar o mercado de trabalho dessa população.

Direitos humanos - minoria - Deficientes visuais fabricam vassouras com restos de garrafa PET
*(imagem: foto colorida de duas pessoas cegas, dois homens realizando um trabalho de montagem de vassouras, de forma artesanal, com a legenda de que apenas 235 mil pessoas com deficiência estão empregadas no Brasil, fotografia de Valter Campanato)
O Brasil tem mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Desse total, quase 13 milhões possuem deficiência severa, segundo o Censo de 2010 do IBGE. O número, porém, não se reflete no mercado de trabalho. Aproximadamente 325 mil, ou menos de 1% dos mais de 44 milhões de trabalhadores com vínculo empregatício são deficientes.
Desde 1991, o Brasil conta com uma lei, conhecida como Lei de Cotas (artigo 93 da Loas), que obriga as empresas com mais de cem empregados a reservar de 2% a 5% das vagas para pessoas com deficiência. Apesar disso, o País ainda está longe de ser um exemplo. Os obstáculos no cumprimento da lei passam pelo preconceito e a má vontade dos empregadores, dificuldades da própria empresa em se adaptar à regra, à falta de qualificação dos profissionais interessados.
Na Câmara, tramitam diversas propostas de mudanças nas regras atuais de contratação de deficientes. Algumas delas ampliam o leque de empresas obrigadas a contratar esse tipo de funcionário, tornando a regra obrigatória para os negócios com 50 ou mais empregados, como o PL 1240/11, do deputado Walter Tosta (PSD-MG).
Outras, como o PL 1653/11, do deputado Laercio Oliveira (PR-SE), pretendem flexibilizar a contratação, com a justificativa de que alguns setores não conseguem trabalhadores capacitados para as tarefas ofertadas.
Mudança não é consensual
Embora haja dezenas de projetos de lei para tratar do tema — inclusive a proposta do Estatuto da Pessoa com Deficiência (PL 7699/06) —, a necessidade de mudanças não é consensual. Alguns parlamentares e especialistas reforçam que o mais importante é garantir o acesso de deficientes à educação.
A sugestão da deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), ela própria cadeirante, para o cumprimento da norma é aumentar as penalidades para quem não cumpre a Lei de Cotas. Hoje, a penalidade é de multa, que varia entre R$ 1,3 mil e R$ 132,9 mil. “A legislação é avançada e serve de exemplo para países economicamente mais desenvolvidos que o Brasil, mas infelizmente ainda não é efetiva porque falta uma penalidade maior para quem deixa de cumpri-la”, afirma a deputada. Com esse intuito, a deputada Érika Kokay (PT-DF) apresentou o Projeto de Lei 5059/13, que eleva o valor das multas para R$ R$ 6 mil a R$ 780 mil.
Também para o procurador do Ministério Público do Trabalho Flávio Gondim, não há necessidade de modificar a atual legislação: “Há outros aspectos que precisam ser mais bem trabalhados: a acessibilidade, o acesso à educação. Tudo isso é entrave. O problema vem muito antes do momento de a pessoa com deficiência ingressar no mercado de trabalho.

sábado, 14 de setembro de 2013

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA/TRABALHO - No Ceará estatística revela o desafio de sua inclusão no trabalho

Inserir deficiente no mercado ainda é desafio *no Ceará

Apenas 17,9% das pessoas com deficiência no Estado têm acesso à educação, afastando-as do mercado de trabalho
(imagem - foto colorida de uma pessoa com deficiência, amputada, com duas bengalas canadenses, fazendo o esforço de ter de superar uma barreira física, uma escada de muitos degraus, fotografia de Alex Costa) 

Apesar dos avanços obtidos nos últimos anos, ainda há muito a ser conquistado para que os 2,3 milhões de cearenses com algum tipo de deficiência sejam inseridos no mercado de trabalho. De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 2011, estima-se que dos 35,8 mil empregos formais que deveriam ser ocupados por essa categoria de pessoas no Ceará, atendendo às cotas determinadas pelo governo federal, apenas 11,6 mil estão efetivamente preenchidos - o que corresponde a um hiato de 24,2 mil vagas de trabalho.

No levantamento relativo aos trabalhadores formais com algum tipo de deficiência, 64,6% são homens e 55,6% têm entre 30 e 49 anos  Conforme a pesquisa "As pessoas com deficiência e o mercado de trabalho no Ceará", desenvolvida pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), a baixa escolaridade dessa população e a falta de acessibilidade nas ruas, no transporte público e nas empresas são os principais entraves para a inclusão.

O estudo, divulgado ontem, revela que enquanto 38,6% da população sem deficiência residente no Estado frequentam a escola, entre as pessoas com deficiência, a proporção daqueles que tem acesso à educação é de apenas 17,9%. "Isso demonstra a dificuldade de inserção dos deficiente também nos ciclos escolares", reforça Erle Mesquita, coordenador de Estudos e Análise de Mercado do IDT.

Perfil

Segundo a pesquisa, o perfil da população residente no Ceará com deficiência é composto prioritariamente de mulheres (56,8%), moradores da área urbana (75%), possuem cor parda (60,8%) e tem idade igual ou superior a 60 anos (27,1%).
Já no levantamento relativo aos trabalhadores formais no mercado de trabalho cearense, com algum tipo de deficiência, 64,6% são homens e possuem deficiência física (65,5%). Mais da metade estão na faixa entre 30 e 49 anos de idade (55,6%) e possuem, no mínimo, o ensino médio completo (53,6%).

Dentre os trabalhadores formais no Estado que possuem algum tipo de deficiência, segundo a Rais de 2011, além dos 65,5% que possuem problemas físicos, existem 16,9% com deficiência auditiva, 7,8% reabilitados, 7% com deficiência visual, 2% com deficiência intelectual ou mental e apenas 0,8% com multiplicidade de deficiências.

"Mesmo com todas as dificuldades, o Ceará ocupa a 8ª colocação entre os demais estados da federação, em termos absolutos, de pessoas com deficiência no estoque total de empregos formais e a 3ª posição em termos relativos", diz Erle Mesquita.

Para Fátima Almeida, gerente de atendimento especializado a pessoas com deficiência do IDT, a dificuldade dos deficientes de chegar aos bancos escolares está relacionada à falta de acessibilidade. "Alguns nem conseguem sair de casa, andar pelas ruas, usar o transporte público, quanto mais entrar no mercado de trabalho, porque ainda falta sensibilidade do empresariado. Tanto que a maior parte das empresas, quando conseguem inserir, opta por deficientes físicos, que são os que mais se assemelham a pessoas sem deficiência".

Evento

Conforme Antenor Tenório, coordenador de Intermediação de Profissionais do Sine-IDT, para promover a inclusão de pessoas com deficiência no Ceará, o Sine-IDT, em parceria com a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), realizará de 19 a 30 de setembro a 6ª semana de inclusão, com ações simultâneas em todo o Estado. "Queremos mostrar às empresas que elas precisam avançar principalmente em relação à tipologia das deficiências", afirma.

Segundo ele, há mais de 120 trabalhadores homologados no órgão para o mercado de trabalho. Em 2012, foram inseridos no mercado de trabalho do Ceará, por meio do Sine-IDT, 1.149 trabalhadores com deficiência. Dentre as empresas locais, um dos principais destaques, conforme Tenório, é a indústria de calçados Grendene, que será uma das homenageadas no evento.

Ainda conforme o levantamento, as ocupações mais frequentes exercidas por pessoas com deficiência no estoque de emprego formal do Ceará estão na indústria de calçados, como polivalente ou costurador, em variadas de linha de produção no cargo de alimentador, além de auxiliar de escritório, assistente administrativo, operador de máquina de costura e acabamento, zelador e porteiro de edifícios, faxineiro, cobrador em transportes coletivos, embalador, almoxarife, comerciário, recepcionista, operador de triagem e transbordo, operador de caixa, manutenção de edificações e servente de obras.

Lei de Cotas

Segundo a lei 8.213/91, que determina as cotas de contratação que as empresas têm de cumprir, quem possui um quadro de funcionários entre 101 e 200 pessoas deve destinar 2% de suas vagas aos trabalhadores com deficiência. De 201 a 500 trabalhadores a proporção é de 3%. Entre 501 e mil empregados, a cota sobe para 4%. Para empresas com mais de mil funcionários, o percentual de vagas para portadores de deficiência é de 5%. Já no setor público, entre 5% e 20% das vagas devem se destinar a deficientes, variando conforme o edital de cada instituição.

FONTE - http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1317149 (*Reportagem Ângela Cavalcante)

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

INFÂNCIA/MORTALIDADE - Brasil reduz em 77% número de mortes de crianças, segundo Unicef

Unicef: mortalidade infantil no Brasil caiu 77% nos últimos 20 anos

Em todo o mundo, foram salvas 90 milhões de vidas de crianças menores de cinco anos; tratamentos acessíveis, melhoria da nutrição materna e serviços de saúde aos mais pobres contribuíram para a redução do índice.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
(imagem - foto colorida de uma criança negra, de colo, apoiada e sendo tocada pelas mão de uma mulher, também negra, provavelmente sua mãe - fotografia Unicef/ Olivier Asselin)


Cerca de 90 milhões de vidas de crianças foram salvas nas últimas duas décadas, segundo um relatório lançado nesta sexta-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
O total de mortes de crianças menores de cinco anos caiu pela metade: de 12,6 milhões em 1990, para 6,6 milhões em 2012. Segundo o Unicef, as reduções ocorreram graças a tratamentos mais acessíveis, melhoria na nutrição e educação das mães e na garantia de serviços aos mais pobres e excluídos.
Progressos
O Brasil ganha destaque no documento, já que a taxa de mortalidade infantil caiu 77%. O Unicef cita uma "combinação de estratégias", incluindo serviços de saúde nas comunidades, melhora na condição de saneamento, promoção do aleitamento materno e expansão da imunização.
De Turim, na Itália, a representante do Unicef, Micaela Marques de Sousa, disse à Rádio ONU ser preciso continuar com os investimentos no setor.
Futuro
"É certamente uma causa para celebrar, por ter acontecido nesses 22 anos. Sabemos que o mundo não teria salvo 90 milhões de crianças e isso é muito. Mas é caso também para refletir e agir com urgência, porque se não fizermos isso, 35 milhões de crianças ainda correm o risco de morrer".
Segundo o Unicef, esse é o total de crianças que corre o risco de perder a vida até 2028, se não forem acelerados os progressos pelo fim da mortalidade infantil no mundo.
Doenças
O relatório da agência cita pneumonia, diarreia e malária como as principais causas de morte entre os menores de cinco anos. Por dia, cerca de 6 mil crianças morrem por essas doenças.
A desnutrição é responsável por quase metade das mortes. O Unicef lembra que o primeiro mês de vida é o mais frágil: somente no ano passado, 3 milhões de recém-nascidos morreram, a maioria de causas que poderiam ser prevenidas.
Apesar de progressos na África Subsaariana, a região ainda tem as taxas mais altas de mortalidade infantil no mundo. O relatório aponta para 98 mortes a cada mil nascimentos.
Além do Unicef, a pesquisa envolveu a Organização Mundial da Saúde, o Banco Mundial e o Departamento das Nações Unidas para os Assuntos Económicos e Sociais.
*Apresentação: Leda Letra.
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UMA VIOLÊNCIA COTIDIANA E BANAL? A VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2013/06/uma-violencia-cotidiana-violacao-de.html

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

AUTISMOS/PESQUISAS - Nos EUA foi realizada experiência sobre causa genética com ligação entre neurônios

Autismo: cientistas conseguem restabelecer conexões entre neurônios


Imagem mostra no topo à esquerda um neurônio normal. À direita deste, está um neurônio de um camundongo com mutação no gene que produz a proteína NHE6. Na parte inferior, à esquerda, aparece novamente um neurônio normal e, à direita, um com defeito - mas ambos tendo recebido tratamento com BDNF (Morrow lab/Brown University/Divulgação)

Cientistas identificaram uma causa genética para um déficit na ligação entre neurônios e os circuitos cerebrais em pessoas com certos tipos de autismo. Os pesquisadores afirmam ainda que conseguiram, em camundongos, restaurar o crescimento neuronal ao compensar o problema nos mecanismos moleculares que eles identificaram. O estudo foi divulgado nesta quinta-feira na revista especializada Neuron.
A mutação do gene que produz uma proteína chamada de NHE6 costuma ser diretamente associada a um tipo raro e severo de autismo chamado de síndrome de Christianson. Mas os pesquisadores afirmam ter descoberto uma ligação desse gene com outros tipos de autismo mais comuns.
"No autismo geral essa proteína é desregulada", diz Eric Morrow, professor da Universidade Brown, nos Estados Unidos. A NHE6 ajuda a regular a acidez do endossomo - organelas responsáveis por transportar o material ao redor das células e degradar proteínas, inclusive aquelas necessárias para que os neurônios cresçam seus longos braços (axônios e dendritos) para formar as conexões dentro do cérebro.
Os cientistas descobriram que camundongos com mutação nesse gene tinham uma acidez maior nos endossomos. Essa desregulação afetava moléculas presentes na célula que regulam o crescimento dos axônios e dendritos. Os animais com essa mutação acabavam por ter menos conexões entre neurônios, chamadas de sinapses.
"Um dos problemas primordiais em desordens como o autismo, nós acreditamos, é que elas são um problema de comunicação entre diferentes áreas do cérebro e de neurônios que se comunicam com outros em rede", diz Morrow.​
Para tratar o problema, os cientistas testaram aplicar diretamente uma das moléculas em falta nos camundongos (chamada de fator neurotrófico derivado do cérebro, ou BDNF, na sigla em inglês). Os animais que receberam o BDNF tiveram um crescimento dos axônios e dendritos próximo ao de um neurônio normal. Outro dado destacado é que já existem remédios para reposição do BDNF disponíveis para os pacientes.
"Nós não achamos que isto seja tudo sobre esta condição", diz Morrow, que agora tenta entender melhor as respostas dadas ao uso dos medicamentos. "Mas se somos capazes de tratar este mecanismo com drogas exógenas, isso poderia reparar o suficiente ou ao menos algum elemento (do autismo)?", questiona.
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A TERRA É AZUL e o AUTISMO TAMBÉM...http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/03/terra-e-azul-e-o-autismo-tambem.html

CÉLULAS TRONCO/INOVAÇÃO - Pesquisa brasileira (Unicamp) cria fio de sutura enriquecido com células tronco

No ponto

Pesquisadores brasileiros desenvolvem fio de sutura enriquecido com células-tronco capaz de acelerar em três vezes o tempo de cicatrização dos pontos de uma operação. A invenção promissora deve ser testada em humanos em breve.
No ponto
(imagem- foto colorida de uma placa de experiência para cultura dos fios enriquecidos com células tronco - fotografia de Bruno Volpe)
Uma ideia simples de pesquisadores brasileiros pode acelerar em até três vezes o processo de recuperação de cirurgias nas quais é necessário dar pontos. A solução está na união do fio de sutura comum com as poderosas células-tronco, que têm a capacidade de se transformar em qualquer tecido do corpo e acelerar o processo de cicatrização. 
A injeção de células-tronco em lesões como forma de tratá-las vem sendo estudada em diversos países, inclusive por meio de experimentos com humanos. Os resultados até agora são promissores, mas não chegam perto dos obtidos em animais pelos pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que usaram fios de sutura cobertos com células-tronco retiradas da gordura corporal – conhecidas como mesenquimais.
Para fixar as células-tronco no fio, os pesquisadores se valeram de uma substância medicinal comumente usada para conter hemorragias, a cola de fibrina. Essa cola é produzida a partir do plasma humano, a parte líquida do sangue, e, por isso, é facilmente absorvida pelo organismo. 
O fio enriquecido foi testado em ratos na sutura de fístulas de intestino, lesões de lenta recuperação que, quando operadas em humanos, exigem internação. “Escolhemos as fístulas por serem de difícil cicatrização e envolverem uma cirurgia que não raramente gera complicações para muitos pacientes”, explica o biólogo Bruno Volpe, que desenvolveu a pesquisa como parte do seu mestrado na Unicamp.

Cicatrização acelerada

Volpe trabalhou com três grupos de animais com feridas de mesmo tamanho. Um grupo controle foi operado com o fio de sutura tradicional. Um segundo grupo recebeu o fio com células-tronco e um terceiro teve essas células injetadas diretamente na ferida, como vem sendo feito em estudos clínicos internacionais.
Já no terceiro dia após a operação, os pesquisadores observaram que a ferida dos animais tratados com o fio de sutura enriquecido havia diminuído 75%. O prazo normal de recuperação total desse tipo de cirurgia é de oito semanas.
Os ratos operados com o fio especial também mostram recuperação bem mais rápida que os que receberam a injeção de células-tronco. Ao final de 21 dias, as feridas tratadas com a injeção tinham reduzido 70%, enquanto as suturadas com o fio coberto por células-tronco estavam 90% menores.
Segundo Volpe, o fio enriquecido provocou uma melhor resposta do organismo se comparado com a injeção porque funcionou como um suporte para as células-tronco, direcionando-as ao lugar necessário. “Quando simplesmente injetamos as células, elas podem se perder e migrar para outros tecidos”, diz. “Já quando utilizamos o fio, as células agem diretamente no local onde o ponto foi dado e outras acabam se desprendendo e passam a agir na lesão operada.
O biólogo ainda não tem os dados necessários para afirmar como exatamente as células-tronco atuaram na cicatrização. Ele pretende elucidar essa questão em seu doutorado. Mas, com base no que já se sabe sobre essas células, ele dá seu palpite. 
“Sabemos que as células-tronco liberam substâncias estimulantes de crescimento que melhoram a cicatrização”, pontua. “O mais provável é que esse processo tenha ocorrido juntamente com a transformação de algumas das células em tecido intestinal.” 
O pesquisador já fez o pedido de patente de sua invenção e pretende iniciar testes com humanos até o final do ano. Teoricamente, o fio poderá ser usado em qualquer tipo de cirurgia.