sábado, 29 de dezembro de 2012

SAÚDE MENTAL E MANICÔMIOS JUDICIÁRIOS? Punição eterna

"Loucos infratores" passam mais tempo nos manicômios do que deveriam

Um em cada quatro internos de manicômios judiciários no país já poderia estar livre. Muitos, entretanto, passam a vida inteira nas instituições

Renata Mariz - Correio Braziliense

Por pior que seja o crime cometido, ninguém pode ficar preso mais de 30 anos no Brasil. O limite previsto no Código Penal e confirmado por jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), porém, não se aplica a uma população até então invisível: os louco infratores. Enquanto a lei determina que façam tratamento psiquiátrico compulsório em hospitais de custódia até se restabelecerem, em vez de ir para a cadeia, a realidade se encarrega de condená-los a uma pena perpétua. Dentro das unidades conhecidas popularmente como manicômios judiciários espalhadas pelo país, a pergunta não é “quando”, mas sim “se” chegará o dia de ganhar a liberdade.

Graves violações aos direitos mais fundamentais, como a liberdade, foram trazidas à tona pela primeira pesquisa nacional da população que cumpre medida de segurança no país – tratamento imposto a doentes mentais que cometeram crimes sem compreender o caráter ilícito do ato. Para traduzir os números levantados no estudo financiado pelo Ministério da Justiça, o Estado de Minas visitou hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico no Rio de Janeiro, em Salvador e em Barbacena (MG), além do Distrito Federal. E mostra, a partir de hoje, a dura realidade dos 3.989 homens e mulheres dentro desse tipo de instituição no Brasil.

Um em cada quatro internos já deveria estar fora. Ou porque tem laudo médico atestando não haver mais perigo em seu comportamento ou até mesmo sentença judicial determinando que saia do sistema. Nem a medicina nem a Justiça, entretanto, foram capazes de libertar Reginaldo (nome fictício), que vive há 31 anos no Hospital de Custódia e Tratamento (HCT) da Bahia, em Salvador. Há pelo menos seis o homem tem toda a documentação necessária para sair. Falta um local para recebê-lo. Os laços familiares não existem mais. Dentro da unidade ele é classificado formalmente como “problema social”.

FONTES - DIARIO DE PERNAMBUCO  E ESTADO DE MINAS http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/brasil/2012/12/28/interna_brasil,415297/loucos-infratores-passam-mais-tempo-nos-manicomios-do-que-deveriam.shtml

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