O padrão Fifa de acessibilidade
Torcedores com deficiência terão, enfim, lugares próprios nas arenas da Copa do Mundo
Alexandre Barbosa - Diario de Pernambuco
(Imagem publicada - o canteiro de obras, com vários guindastes, de um dos estádios da Copa do Mundo de 2014 - Odebrecht divulgação)
O Brasil teve que se adequar ao alto nível de exigência da Fifa na construção das arenas que receberão os jogos da Copa do Mundo em 2014. É a implantação no país do chamado padrão Fifa. Está tudo no caderno de encargos da Fifa, um documento oficial atualizado constantemente e que contém 250 páginas de normas a serem seguidas. Entre as diversas recomendações, está o serviço prestado às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. O caderno de encargos traz um capítulo exclusivo sobre a questão. Estabelece padrões para assentos, acessos, localização no estádio. Exigências que têm que ser seguidas nos projetos das arenas. A Fifa prevê, também, um número mínimo de lugares reservados nos estádios que fica entre 0,5% e 1% da capacidade total.
Como a recomendação da Fifa choca com a legislação brasileira, foi preciso uma longa negociação até que se chegasse a um número final sobre os lugares reservados para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida na Copa. A lei brasileira é rígida, ao menos no papel, e prevê 4% de assentos reservados para deficientes, de acordo com o decreto 5.296/2004. Os arquitetos que planejaram as arenas consideraram o número exagerado. A Fifa também, por conta do número de ingressos que teria que disponibilizar.
O martelo foi batido com a publicação da portaria 205 no Diário Oficial da União em setembro deste ano. Venceu a Fifa. Ficou definido que os estádios e centros de treinamento que receberão a Copa de 2014 terão que disponibilizar 1% dos assentos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Além disso, o mesmo número de lugares deve ser reservados para os acompanhantes.
A reportagem do Superesportes entrou em contato com as assessorias de todas as arenas da Copa de 2014, solicitando o número de assentos disponibilizados a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. A Arena das Dunas não enviou resposta. Itaquerão (São Paulo) e Nacional (Brasília) não divulgaram os números, justificando que estão em processo de adaptação. Com relação aos demais, pelo menos nos projetos, a lei é cumprida à risca. Apenas um foi além do mínimo determinado, a Arena Castelão, com 2,4% dos lugares reservados.
Saiba mais
Como a recomendação da Fifa choca com a legislação brasileira, foi preciso uma longa negociação até que se chegasse a um número final sobre os lugares reservados para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida na Copa. A lei brasileira é rígida, ao menos no papel, e prevê 4% de assentos reservados para deficientes, de acordo com o decreto 5.296/2004. Os arquitetos que planejaram as arenas consideraram o número exagerado. A Fifa também, por conta do número de ingressos que teria que disponibilizar.
O martelo foi batido com a publicação da portaria 205 no Diário Oficial da União em setembro deste ano. Venceu a Fifa. Ficou definido que os estádios e centros de treinamento que receberão a Copa de 2014 terão que disponibilizar 1% dos assentos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Além disso, o mesmo número de lugares deve ser reservados para os acompanhantes.
A reportagem do Superesportes entrou em contato com as assessorias de todas as arenas da Copa de 2014, solicitando o número de assentos disponibilizados a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. A Arena das Dunas não enviou resposta. Itaquerão (São Paulo) e Nacional (Brasília) não divulgaram os números, justificando que estão em processo de adaptação. Com relação aos demais, pelo menos nos projetos, a lei é cumprida à risca. Apenas um foi além do mínimo determinado, a Arena Castelão, com 2,4% dos lugares reservados.
Saiba mais
1% é o mínimo da capacidade total de espaços e assentos nas arenas e centros de treinamento que devem ser destinados às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A norma foi regulamentada pela portaria 205, publicada no Diário Oficial da União, em setembro deste ano.
As exigências da Fifa
As posições para os cadeirantes devem ser distribuídas de forma a oferecer um bom ângulo de visão para o campo.
Rampas de acesso em todas as entradas e elevadores para chegar aos diferentes níveis da arena.
As cadeiras para os deficientes visuais devem ficar próximas às tribunas de imprensa, para que esses torcedores consigam ouvir as narrações.
Locais específicos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida também nos camarotes e áreas VIP.
Piso tátil em todas as áreas de circulação e comunicação visual em braile.
Estacionamento
Nem todas as arenas contatadas pelo Superesportes responderam à questão sobre a quantidade de vagas nos estacionamentos. As que informaram estão listadas ao lado. Há uma regulamentação para a questão e todos os estádios terão que cumprir.
O decreto-lei de acessibilidade 5.296 estabelece que todos os locais públicos e privados de uso coletivo como as arenas, devem ter, no mínimo, 2% de suas vagas de estacionamento reservadas para pessoas com deficiências físicas. Os parâmetros das vagas exclusivas são definidos por recomendação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Parâmetros
As vagas devem conter o símbolo internacional de acessibilidade na horizontal (no chão) e sinalização vertical (por meio de placas)
O espaço de circulação deve ter um adicional de 1,2m entre os veículos, podendo ser compartilhado em caso de estacionamento paralelo ou perpendicular. Também devem levar até a rampa de acesso
A posição deve ser privilegiada ou pelo menos disposta a evitar a circulação entre veículos
Os estacionamentos das Arenas (apenas as que informaram)
Arena Fonte Nova
Capacidade 2 mil (aproximado)
Vagas exclusivas 40
Arena Castelão
Capacidade 1.990
Vagas exclusivas 100
Mineirão
Capacidade 2.925
Vagas exclusivas 53
Maracanã
Capacidade 358
Vagas exclusivas 8
As exigências da Fifa
As posições para os cadeirantes devem ser distribuídas de forma a oferecer um bom ângulo de visão para o campo.
Rampas de acesso em todas as entradas e elevadores para chegar aos diferentes níveis da arena.
As cadeiras para os deficientes visuais devem ficar próximas às tribunas de imprensa, para que esses torcedores consigam ouvir as narrações.
Locais específicos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida também nos camarotes e áreas VIP.
Piso tátil em todas as áreas de circulação e comunicação visual em braile.
Estacionamento
Nem todas as arenas contatadas pelo Superesportes responderam à questão sobre a quantidade de vagas nos estacionamentos. As que informaram estão listadas ao lado. Há uma regulamentação para a questão e todos os estádios terão que cumprir.
O decreto-lei de acessibilidade 5.296 estabelece que todos os locais públicos e privados de uso coletivo como as arenas, devem ter, no mínimo, 2% de suas vagas de estacionamento reservadas para pessoas com deficiências físicas. Os parâmetros das vagas exclusivas são definidos por recomendação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Parâmetros
As vagas devem conter o símbolo internacional de acessibilidade na horizontal (no chão) e sinalização vertical (por meio de placas)
O espaço de circulação deve ter um adicional de 1,2m entre os veículos, podendo ser compartilhado em caso de estacionamento paralelo ou perpendicular. Também devem levar até a rampa de acesso
A posição deve ser privilegiada ou pelo menos disposta a evitar a circulação entre veículos
Os estacionamentos das Arenas (apenas as que informaram)
Arena Fonte Nova
Capacidade 2 mil (aproximado)
Vagas exclusivas 40
Arena Castelão
Capacidade 1.990
Vagas exclusivas 100
Mineirão
Capacidade 2.925
Vagas exclusivas 53
Maracanã
Capacidade 358
Vagas exclusivas 8
Fonte- http://www.superesportes.com.br/app/18,150/2012/12/23/noticia_copa_do_mundo,21516/o-padrao-fifa-de-acessibilidade.shtml
Oi Jorge,
ResponderExcluirPreciso entender melhor as cadeiras reservadas para pessoas com deficiência visual próximas a tribuna de imprensa. A primeira vista, não me parece uma boa solução.
A notícia não citou, mas o Caderno de Obrigações da FIFA também obriga o fornecimento de "audiodescrição" nos estádios. Até agora, só vi o atendimento deste requisito no Mato Grosso.
Vamos cobrar nos demais!
PS: poderia, por gentileza, retirar o captcha dos comentários em seu blog? Isso dificulta muito a participação de pessoas cegas que quiserem comentar suas notícias!
Abraço: Paulo Romeu
grande guerreiro da Audiodescrição
ExcluirPrimeiramente agradeço o comentário, e irei providenciar a ampliação de acessibilidade do blog..., ainda preso ao modelo clássico do blogger...
Há que questionar o que vem sendo traduzido como ACESSIBILIDADE nos diferentes estádios da Copa, pois ainda há uma "visão" parcializada e reducionista, com ênfase na acessibilidade de pessoas com deficiências físicas... mas há tempo para fazer pressão para se apliquem os conceitos de DESENHO UNIVERSAL nas finalizações destes espaços... afinal lá há uma boa parte de dinheiro público, direta ou indiretamente, sendo investido... e devem refletir, para além do arquitetônico, a interrogação de uma COPA DO MUNDO PARA TODOS E TODAS as pessoas, ou melhor cidadãos e cidadãs... UM DOCEABRAÇO (a ser audiodescrito afetuosamente quando nos reencontrarmos)
É importante que os brasileiros com deficiência documentar e divulgar esse padrão de FIFA para o benefício do próximo país anfitrião em 2018 - e todos aqueles que vêm depois. Por quê? Porque este não é um novo padrão. É por isso que, no mesmo dia em que foi anunciado que o Brasil seria a sede da Copa de 2014, nos conectamos advogados pessoas com deficiencia com os especialistas brasileiros que lutaram na mesma batalha na África do Sul para a Copa 2010: Phillip Thompson, Guy Davies, e Ari Seirlis. Todos são pessoas com deficiencias que são reconhecidos internacionalmente por sua cometencia na arquitetura e os direitos das pessoas com deficiência. Todos lutou a luta mesmo como a atual no Brasil com resultados semelhantes. FIFA está acostumado a ganhar. O que vao aprender de nos no Brasil?
ResponderExcluirScott Rains
http://www.rollingrains.com/rio_2016/
srains@oco.net
Ao sempre ALERTA E EXPERIENTE SCOTT
ExcluirAgradeço suas observações e as imprescindíveis interrogações sobre a "padronização" FIFA dos espaços esportivos do futebol mundial. Há sim pessoas com muitas expertises para serem convocadas e ouvidas, porém como muitas outras OBRAS PÚBLICAS me parece que não foram consultadas ou respeitadas. A relação entre as arquiteturas espaciais e a arquitetura dos Direitos Humanos é indispensável, não há como construir para ao FUTURO sem uma antevisão humanizadora e humanizada de quaisquer dos espaços de massa a serem construídos... Espero, como um ativista, que possamos LUTAR com garra para que nosso país procure, humildemente, reconhecer as experiências mundiais anteriores das Copas. E, com criatividade, não repita os mesmos erros ou incompetências... sem deixar de falar das corrupções ou uso indevido dos recursos públicos... UM DOCEABRAÇO e best regards from BRAZIL Jorge Márcio