sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

DEPENDÊNCIA QUÍMICA - Revista EM DISCUSSÃO - SENADO


Dependência Química

Em discussão! traz nesta edição a cobertura do ciclo de debates sobre o enfrentamento ao crack e a outras drogas, promovido, no Senado, pela Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool, Crack e Outros.
Depois de edições sobre infraestrutura (aviação e banda larga), Em discussão! enveredou pela área social. No número anterior, abordou o trabalho escravo e, agora, a dependência química e a ameaça do crack.
Este ano, os senadores da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) criaram uma subcomissão que, em vez dos fóruns que analisam a questão sob a ótica da repressão, tem foco na oferta de tratamento aos usuários.
A falta de dados atualizados sobre dependência química no Brasil, especialmente do crack (uma pesquisa prometida para abril teve sua divulgação adiada muitas vezes), não embaraçou a subcomissão, que ouviu representantes do governo e da sociedade.
As avaliações, feitas em sete reuniões (veja a lista na pág. 5), demonstram que a rede pública de atendimento a dependentes químicos é mínima, está desarticulada e, via de regra, não oferece possibilidade de internação. Assim, fica ainda mais difícil a recuperação de quem está aprisionado pelas drogas, entre elas o álcool, cujos riscos para os usuários e disseminação são superiores aos de qualquer outra ­substância.
Na ausência do Estado, comunidades terapêuticas, geralmente ligadas a religiosos, oferecem alternativas às famílias para o tratamento dos seus dependentes químicos. Porém, os serviços dessas entidades não obedecem a padrões e, por isso, ficam sem apoio público.
A escolha da subcomissão de lançar sua atenção sobre as vítimas das drogas coincide com a tendência mundial de repensar a política de combate a entorpecentes. A repressão já provou não ser suficiente. Pior, custa caro aos contribuintes, discrimina os dependentes e ainda abastece a violência do tráfico.
Essa análise também leva em consideração que é impossível afastar por completo as pessoas das drogas. “Por motivos de cura, religiosos, recreativos ou até existenciais, as drogas acompanham a história da Humanidade”, reconhece o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). “Todos somos pré-dependentes químicos por natureza, seja do dinheiro, do poder, do sexo, da droga, da bebida”, resume o médico Aloísio Freitas.
Para acabar com a sensação de que governo e sociedade estão “carregando água na peneira” a cada vez que uma cracolândia esvaziada pela polícia volta a funcionar, é que os senadores elaboram projetos para melhorar o sistema de atendimento aos cidadãos presos na cilada das drogas.
Em discussão!, além da radiografia que confirma a deficiência no tratamento, apresenta essas possíveis saídas para minorar o problema.

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