Natal sem consumismo e sem estresse
Programa de rádio da Faculdade de Medicina da UFMG aborda o consumismo na época do Natal. Temas como a pressão de fim de ano, solidão, digestão da ceia e planos para o novo ano também são destaques
Uma das tradições do Natal é presentear amigos e familiares. Segundo dados da Federação de Comércio de Bens, Serviço e Turismo de Minas Gerais, o número de consumidores que compram por impulso aumenta consideravelmente no final do ano. E se a pessoa consome produtos ou serviços de forma indiscriminada, o consumismo vem à tona. Mas fazer algumas compras a mais no Natal já é o bastante para caracterizá-lo?
O psiquiatra Maurício Viotti, professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG, pondera que nem tudo é transtorno dessa natureza, já que existem situações que são passageiras. Mas no caso da situação se tornar repetitiva, ele alerta: “Existem, sim, aqueles transtornos de impulso, de humor, de ansiedade e outros. A pessoa pode sentir compulsão por se alimentar, por jogar e até mesmo por compras.”
De acordo com Isabela Góes, psicóloga do Hospital das Clínicas da UFMG, o limite entre o que é normal e o que é patológico, às vezes, é tênue. Mas os prejuízos, emocionais ou materiais, causados na vida da pessoa que sofre com isso pode servir como referência. “Por vezes, ela perde o controle das finanças, tendo problemas que não consegue resolver sozinha, então a família que percebe que ela está exagerando.” A psicóloga acrescenta que a pessoa que tem um transtorno com o consumo pode demorar a enxergar aquilo como um problema.
Apesar da possibilidade do consumismo se desenvolver em indivíduos saudáveis, Isabela Góes revela que existe um quadro específico decompra compulsiva, no qual a pessoa realmente é diagnosticada com o transtorno. E ele deve ser tratado. “A pessoa precisa de umacompanhamento psicológico e, em alguns casos, psiquiátrico.” Além disso, existem outros quadros, como o transtorno afetivo bipolar, que um dos sintomas, muitas vezes, é a compra compulsiva também.
A quantidade de tempo incomum dedicado às compras e a falta de relevância daquilo que se adquire podem ser indicadores do consumismo. E parte do tratamento é reconhecer que isso é, de fato, um problema. “Primeiramente, a gente vai ajudar o paciente a identificar aquelas situações que desencadeiam o problema e, se for identificada uma falta de controle emocional, isso será trabalhado”, indica a psicóloga.
Ela sugere ainda que, nesse primeiro momento, é recomendável o paciente evitar shoppings e lojas, e que as situações associadas à transtornos psiquiátricos devem ser tratadas, inclusive, com medicação.
Tema da semana
Além de informar sobre consumismo, solidão e pressão de fim de ano, o Saúde com Ciência desta semana traz dicas sobre a digestão pós-ceia e reflexões para o próximo ano. Confira a programação:
A pressão de fim de ano – segunda-feira (24/12/2012)
Depois da ceia – terça-feira (25/12/2012)
Sozinho em meio à multidão – quarta-feira (26/12/2012)
Cuidado com o consumismo – quinta-feira (27/12/2012)
Culpa, planos e reflexões – sexta-feira (28/12/2012)
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é desenvolvido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. O programa é veiculado em vinte e três emissoras de rádio em Minas Gerais. Também é possível conferir as edições pelo site do Saúde com Ciência.
fonte - http://www.medicina.ufmg.br/noticias/?p=31709
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