sábado, 22 de dezembro de 2012

NOSSO MAIOR DESEJO/DIREITO PARA NÃO DESEJAR O FIM DO MUNDO



Imagem publicada - uma foto em preto e branco de cena do filme O Circo(1928) de Charles Chaplin. Um homem, o próprio Carlitos, está sobre a ''corda bamba'' por onde terá de se equilibrar, mesmo não sendo o equilibrista oficial, para que o espetáculo possa continuar. O show tem de continuar, a platéia precisa aplaudir ou vaiar, e o leão continuar rugindo. Esta cena me remete à nossa condição equilibrista entre as nossas pulsões do viver, do morrer, do prazer e da morte. E, como eterno aprendiz do vagabundo Carlitos ainda espero chegar, apesar de tudo e todos os desequilíbrios humanos, chegar ao fim da corda e do espetáculo.

SOMOS, TODAS E TODOS OS CHAMADOS SERES HUMANOS, DEMASIADA E DIFERENTEMENTE DESUMANIZADOS, APOCALÍPITICOS, MESSIÂNICOS E ATIVAMENTE CONSUMIDORES DE NOSSO PRÓPRIO FUTURO...

EM TEMPOS DE BOAS E EMBRIAGANTES FESTAS DEVERÍAMOS RESERVAR UM PEQUENO, PORÉM INDISPENSÁVEL, TEMPO PARA A AFIRMAÇÃO DA VIDA COMO POSSIBILIDADE E DEVIR, SONHANDO, COM OS PÉS BEM FIRMES SOBRE A TERRA, COM UM AMANHÃ QUE SERÁ POSSÍVEL QUANDO NELE INVESTIMOS.

HÁ UM DESEJO MAIOR EM MIM QUE REPASSO A TODOS OS LEITORES, COMENTARISTAS, SEGUIDORES E, SEMPRE, AMIGOS E AMIGAS DOS MEUS TEXTOS E BLOGS:

QUE POSSAMOS TODOS/TODAS REAFIRMAR O MAIS IMPRESCINDÍVEL DOS DIREITOS, AQUELE DIREITO FUNDAMENTAL SEM O QUAL NENHUM OUTRO DOS OUTROS DIREITOS HUMANOS, NOSSOS E DOS OUTROS, PODERAM SER PLENAMENTE EXERCIDOS OU USUFRUÍDOS.

UM DIREITO QUE ALÉM DE INALIENÁVEL, OU SEJA, NÃO PODERÁ JAMAIS SER DESTITUÍDO DO SUJEITO, É CONDIÇÃO SEM A QUAL NÃO CONSEGUIMOS NEM MESMO RECONHECER NOSSAS DIFERENÇAS, RESPEITAR E CONSTRUIR EM CONJUNTO NOVAS DIREÇÕES OU CARTOGRAFIAS DO VIVER.

UM DIREITO QUE NÃO PODE SER DIVISÍVEL, MAS É O QUE NOS PERMITE ACREDITAR NA SUA UNIVERSALIDADE E APROPRIAÇÃO MULTIPLICADORAS, POR TODOS E TODAS, QUANDO PENSAMOS A VIDA E A MORTE.

UM DIREITO SEM O QUAL NEM MESMO EXERCEMOS O DIREITO DE IR E VIR. UM FUNDAMENTO PARA QUE NOSSOS PASSOS, SOLITÁRIOS OU COLETIVOS, MAIORES OU MINÍSCULOS, DEIXEM SUAS MARCAS, SUPERFICIAIS OU PROFUNDAS, NA CURTA OU LONGA TRAJETÓRIA/ESTRADA FINITA CHAMADA DE VIDA.

UM DIREITO QUE, CADA DIA MAIS, VENHO APRENDENDO, PARA ALÉM DAS DORES E DAS FRAGILIZAÇÕES QUE O TEMPO NOS IMPÕEM, A REATIVAR COM VIGOR E GARRA, PARA QUE NOSSAS PULSÕES NÃO ME/NOS DIRECIONEM APENAS PARA A AUTODESTRUIÇÃO.

É O DIREITO À SAÚDE. NÃO APENAS COMO O DIREITO DE NÃO ADOECER OU SOFRER, CONDIÇÕES HUMANAMENTE INCRUSTRADAS EM NOSSAS LIMITAÇÕES FÍSICAS E PSÍQUICAS, MAS COMO O DIREITO PROFUNDO DE UMA ARTE DA VIDA .

POR ISSO DEVEMOS CONTINUAR PERGUNTANDO POR QUEM OS SINOS DOBRAM: ELES DOBRAM POR TI, POR MIM E TODOS NÓS... À DONA MORTE DEVEMOS ENVIAR SEMPRE NOVAS E EXTENSAS CARTAS, SEMPRE COM NOTÍCIAS DE NOSSO UNIVERSO-CORPO QUE ESTÁ SE IMISCUINDO NA SUA MUNDANIDADE COM TODA FORÇA VITAL POSSÍVEL.

COMO DIZIA O ESCRITOR HENRY MILLER: “AVANÇAR PARA A MORTE NÃO RECUAR PARA O ÚTERO...”. PORÉM COM FIRMEZA, DIGNIDADE E SEM TEMOR DO FIM DOS MUNDOS E DE NOSSA PRÓPRIA FINITUDE.

A TODOS E TODAS, NESSE FIM DE 2012, FAÇO UM BRINDE À SUA GRANDE SAÚDE, AQUELA QUE NINGUÉM PODERÁ E NEM PODE DEIXAR DE RECONHECER COMO SEU PRIMEIRO DIREITO PROFUNDAMENTE HUMANIZADOR... E QUE VENHAM OS NOVOS FINS E COMEÇOS DOS NOSSOS MUNDOS...

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