segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

ALZHEIMER - Pesquisas são promissoras no RJ


Guerra de pesquisas contra mal de Alzheimer

Pesquisadores do Rio de Janeiro estão perto de descobrir medicamentos para impedir proliferação da doença degenerativa

DIÁRIO DA MANHÃ
WELLITON CARLOS
Imagine um mal que declina, paulatinamente, seus comportamentos habituais. Primeiro  perde-se a memória, depois atitudes mais comuns, como identificar até mesmo pessoas da família — como pais e filhos. O mal de Alzheimer afeta quase 20 milhões de pessoas no mundo, produzindo uma multidão vegetativa que amplia problemas de seguridade social e saúde pública. Com o aumento da expectiativa de vida, o fato deve ser visto com naturalidade e expectativa. 
Problema é explicar para a população que — depois de enfrentar tumores, problemas do coração, diabetes e tantas outras doenças — ainda deve ter coragem e disposição para viver o mal de Alzheimer.   
O que existe de melhor, entretanto, é uma sequência de boas notícias no campo científico.  Três pesquisas divulgadas recentemente colocam a doença nas cordas e começa a mudar o cenário desanimador dos estudos. 
Um grupo da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ) tem se debruçado sobre o mal.  Sob a coordenação da pesquisadora Fernanda de Felice, do Instituto de Bioquímica Médica, o centro identificou aproximações do mal de Alzheimer com o diabetes. 
Na verdade, o grupo tem realizado inúmeras revelações. A mais animadora delas indica que a falta de insulina pode desencadear o diabetes, mas também ser devastador para o cérebro.  De um lado, os estudos tradicionais do mal de Alzheimer chegaram a conclusão de que doença é provocada pela proliferação desordenada da proteína beta-amilóide nos neurônios, fundamentais  para a memória.  
Esta substância gruda exatamente onde  a insulina se prende. Ou seja, impede, de fato, esta conexão. Grupo suspeita que é possível utilizar tratamentos contra diabetes para atacar o mal de Alzheimer.  Para isso, é necessário ampliar os testes.   
A promissora pesquisa tem sido debatida em congressos científicos. Ainda é cedo para comemorar a vitória, mas os dados foram publicados no Journal of Clinical Investigation. 
A ideia é de que o uso do medicamento exenatida-4 exerça  efeito protetor sobre neurônios.
Em roedores, o impossível parece ter ocorrido:  o medicamento contra diabetes tipo 2 não só cessou os problemas como reduziu os efeitos do mal. Os testes agora  com seres humanos migraram para o Reino Unido. Existe uma forte cooperação internacional para que a doença seja encurralada por meio da comunidade científica. 
Como a insulina está, dentro do cérebro, relacionada ao processo de memorização, a dificuldade em lidar com ela prejudica o funcionamento do órgão. 
O m al de Alzheimer é uma doença dilacerante, que mexe com dramas familiares.  Recente pesquisa de doutorado da UnB mostra como as filhas cuidadoras de pais com  o mal sofrem e projetam os relacionamentos. 
Pesquisa indica que a troca hierárquica das filhas, que passam a controlar e cuidar das mães, produz descontentamento constrangedor.  O exercício desta espécie de “poder”, de serem as mães das próprias mães, é algo que as torna frágeis psicologicamente, indica. 
Em Goiás, o ex-governador Mauro Borges sofre da doença. Na política internacional, o ex-presidente Ronald Reagan amargou os sintomas do Mal descoberto no começo do século passado, em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer. 
Trata-se  da principal causa de demência em pessoas com mais de 60 anos no Brasil. A cura ainda está distante, mas as recentes pesquisas começam a pensar em formas de bloquear o avanço ou  antecipar o ataque das proteínas.
Benefícios da educação formal 
 Estudo da Universidade da California apontou sete medidas para prevenir a doença. Nas contas dos pesquisadores, investir na melhora do nível de educação é a principal delas. 
Em seguida, o estudo recomenda que não fumar, controlar a pressão arterial, estabelecer dieta saudável, prevenir diabetes, impedir a depressão e fazer atividades físicas podem diminuir pela metade as chances da chegada da doença. 
Os dados constam do anuário da última Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, também publicados no The Lancet.  “Pela lógica, as atividades educacionais, muitas vezes organizadas em ciclos e progressões, tendem a aumentar as capacidades cognitivas das pessoas”, diz o psiquiatra  Roberto Bastos. 
Ele diz que a pesquisa aponta exatamente o baixo níve educacional como um dos fatores determinantes para o desenvolvimento da doença. Em 19 %  dos entrevistados, os pesquisadores indentificaram o desinteresse pelo estudo como fator crucial. “É interessante notar que é baixíssimo o índice de doenças neurodegenerativas em pessoas com padrão avançado de estudos, com doutorado e mestrado, por exemplo”.
Esta pesquisa está intimamente ligada a um estudo que se iniciou no Canadá há dois anos. Ao contrário, entretanto, a pesquisa da Universidade de Toronto diz respeito ao momento após o diagnóstico da doença.  
Grupo suspeita que em pacientes com grau inicial de Alzheimer é possível reverter a doença. Eles não sabem explicar como isso acontece, mas dois pacientes apresentaram melhora e aumento do tamanho do hipocampo em 5% após estimulação de eletricidade no cérebro.  É comum tentar usar esta forma de tratamento para doenças como depressão, Parkinson e síndrome de Tourette.  Diversos médicos do Brasil usam o sistema de Estimulação Cerebral Profunda. 
A estimulação nos dois pacientes ocorreu no fórnix, parte do cérebro importante por levar as mensagens e informações até o hipocampo – o centro cerebral de onde sai a memória de longa duração.
FONTE - http://dm.com.br/texto/84214-guerra-de-pesquisas-contra-mal-de-alzheimer
LEIAM TAMBÉM SOBRE O TEMA NO MEU BLOG INFOATIVO.DEFNET: 

ALZHEIMER NÃO É UMA PIADA, mas pode ser poesia de vida http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/06/alzheimer-nao-e-uma-piada-mas-pode-ser.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário