quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

SAÚDE MENTAL/ALIMENTAÇÃO - Ingrediente do Curry, o Acafrão da Índia é testado na USP para Depressão

Cúrcuma pode reduzir sintomas da depressão


(imagem - foto colorida da Cúrcuma de cor amarelo para alarajanda dentro de um pote - Foto: Gizele Barankevicz)

Pesquisa da nutricionista Gizele Barankevicz no Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, avaliou a atividade antioxidante e a ação antidepressiva do pó da cúrcuma em experimento empregando modelo animal. O estudo foi realizado em parceria com a Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) UNICAMP, e estiveram envolvidos professores, alunos de pós graduação e iniciação científica. O objetivo é explorar as funções medicinais da cúrcuma, planta usada na indústria alimentícia e farmacêutica. Também conhecida como açafrão-da-índia, a cúrcuma é uma planta asiática, cobiçada por chefes e degustadores gastronômicos em diversos países. Sua principal característica é a forte cor amarela do pó obtido a partir da raiz, conhecido simplesmente como açafrão.

“A cúrcuma, mostrou-se como um alimento promissor, capaz de reduzir alguns comportamentos análogos à depressão humana, em animais submetidos a um modelo experimental para avaliação de substancias antidepressivas”, conta Gizele. Para o desenvolvimento da pesquisa foi necessário aplicar um teste de natação forçada em ratos, quando o animal é colocado em um tanque de acrílico com formato cilíndrico com água para avaliar sua imobilidade.
“Ao serem submetidos ao teste de natação, os animais permaneceram imóveis, com um comportamento típico deprimido, não tentando fugir da situação. Os animais que receberam a cúrcuma, tiveram uma redução nesse comportamento semelhante à depressão. Ao receberem esses tratamentos, eles tentavam a todo momento nadar e fugir da situação de risco, indicando que esse composto preveniu esse comportamento igual ao comportamento da depressão em humanos”, conta a nutricionista.
Sintomas depressivos
A pesquisa resultou em indícios reais das ações antioxidante e antidepressiva do pó da cúrcuma na redução de sintomas depressivos. Segundo Gizele, os estudos serão aprofundados durante os experimentos a serem realizados no doutorado.
A cúrcuma ou açafrão-da-índia além de muito utilizada na culinária para acentuar o sabor e colorir alimentos e bebidas, é também importante no preparo de medicamentos.
A pesquisa foi orientada pela professora Jocelem Mastrodi Salgado, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN), e reforçou a necessidade de estudos com compostos bioativos em alimentos de origem vegetal, que auxiliem na redução ou prevenção do risco de desenvolver doenças como a depressão, cuja a incidência só perde para as doenças coronarianas.
FONTE - matéria de Ana Carolina Brunelli, da Assessoria de Comunicação da Esalq
Mais informações: (19) 3429.4109/4485/4477 e (19) 3447.8613; e-mail acom.esalq@usp.br
acom@esalq.usp.br  

domingo, 25 de janeiro de 2015

TECNOLOGIA ASSISTIVA/AVANÇOS - Uma parceira de Stephen Hawking e a Intel garantem inovações para pessoas com deficiência

Parceria entre Hawking e Intel traz avanços para tecnologia assistiva

Stephen Hawking
(imagem - O prof. Stephen Hawking com um lenço vermelho, de óculos, e com um quadro negro ao fundo com um texto: Success Formula, e símbolos matemáticos como uma equação abaixo)
O professor Stephen Hawking é um dos físicos contemporâneos mais renomados, com importantes obras sobre relatividade e buracos negros. Ele descobriu a doença degenerativa ELA (esclerose lateral amiotrófica) aos 21 anos. Atualmente está com 73 anos, ainda que especialistas afirmavam que ele não passaria dos 25.
Além de ter feito contribuições significativas para a ciência e ter superado quaisquer expectativas da medicina, o professor britânico é um dos poucos portadores de ELA que conseguiram algum nível de autonomia, apesar dos avançados sinais degenerativos da doença. Mundialmente conhecido também pela sua voz robótica, Hawking enfrentou desafios para conseguir manter sua comunicação conforme sua doença avançou. 
Primeiro sistema de voz e escrita
Uma das empresas mais empenhadas em ajudar o professor a manter a qualidade de sua comunicação é a Intel que desde 1997 oferece aparelhos personalizados e suporte técnico ao professor, conta o artigo do Wired.
Hawking perdeu a fala em 1985 e foi quando desenvolveu com o físico Martin King e a empresa Words Plus um sistema de comunicação chamado Equalizer, que permitia selecionar e escrever usado um botão na mão. Para o sistema de voz foi usado um sintetizador da Speech Plus e, ao adaptar os dois sistemas, Hawking passou a ter uma capacidade de se comunicar com 15 palavras por minuto. 
No entanto, com os anos a doença degenerativa de Hawking prejudicou seus movimentos e em 2008 ele não conseguia mais movimentar os polegares que o permitiam escrever. O então assistente do físico, Jonathan Wood, aprimorou o dispositivo para que fosse possível a comunicação ser realizada por meio de um músculo da bochecha que era ativado por um feixe infravermelho anexado aos óculos do cientista. Com este sistema era possível navegar na internet, escrever e-mails e textos e falar. No entanto, com a degeneração muscular crescente, Hawking entrou em 2011 com a capacidade de escrever apenas uma ou duas palavras por minuto.
Intel Labs entra em cena
Neste ano Hawking escreveu para Gordon Moore, co-fundador da Intel e que em 1997 ofereceu o suporte da empresa para o físico, perguntando se era possível a Intel fazer algo para ajudar a melhorar a velocidade de comunicação do seu sistema. Justin Ratter, CTO da Intel, foi consultado sobre a possibilidade de ajudar o cientista e como resposta montou uma equipe de especialistas em interação humano-computador da Intel Labs para se dedicar no desenvolvimento de um novo sistema de comunicação para Hawking.
O objetivo da equipe era reformular todo o hardware e software usados por Hawking. No entanto, o professor, que usava a interface há mais de duas décadas, não queria mudar completamente seu sistema, mas aprimorar o que ele já usava. “Ele é muito inflexível e deseja mantê-lo. Portanto, a nossa tarefa foi a de manter a experiência do usuário familiar, mas fazer essa experiência mais intuitiva e poderosa”, explicou Lama Nachman, engenheiro da Intel Labs.
Entre as ideias iniciais da equipe estava o uso de reconhecimento facial, gestos, rastreamento de olhar e interfaces cérebro-computador, conta Nackman. Mas esses modelos não tiveram tanto sucesso quando testados em Hawking. “Eu também experimentei a interface controlada pelo cérebro para me comunicar com o meu computador, porém, isso ainda não funciona de forma tão consistente quanto o meu interruptor operado pela minha bochecha”, explicou o próprio cientista em uma postagem em seu site.
Nachman e sua equipe desenvolveram um sistema com adições mais básicas, como um “botão de volta”, usado para apagar caracteres e voltar na interface com o usuário. Houve ainda uma alteração no algoritmo de previsão de palavras. Após uma fase de testes, no entanto, Hawking não conseguiu se adaptar e a equipe percebeu que o desenvolvimento do novo sistema teria que acontecer em conjunto com o professor para que tivessem sucesso.
Novos rumos
A equipe da Intel Labs resolveu mudar de estratégia. Foram gravadas dezenas de horas de vídeo de Hawking em diferentes situações: digitando, digitando com sono, usando o mouse. Mesmo com o estudo mais detalhado dos costumes do professor, ele não conseguiu se adaptar às novas interações da interface e novamente a equipe teve que buscar outra saída para o sistema de comunicação do físico.
Melhorias preditivas
Com as mudanças anteriores sem atingir os resultados desejados, a equipe da Intel finalmente conseguiu um sistema que agradasse ao professor. A principal e mais atraente mudança foi um novo sistema de previsão de palavras, usando uma tecnologia desenvolvida pela startup londrina SwiftKey. Com o sistema preditivo anterior, Hawking tinha que sair da página em que estava para selecionar a palavra desejada em uma lista.
Para melhorar a experiência do professor, a equipe da Intel, em parceria com a SwiftKey, adicionou uma série de documentos de Hawking no sistema, entre livros, artigos, palestras e materiais sem publicação. Dessa forma, o sistema preditivo já possui um grande histórico de consulta e consegue prever com mais exatidão as palavras digitadas. A expressão “buraco negro”, por exemplo, não precisa mais ser digitada e ao escrever “buraco”, a palavra “negro” é automaticamente disponibilizada.
A nova versão da interface recebeu o nome de ACAT e inclui menus mais contextuais para que seja possível acessar por atalhos o e-mail, um novo gerenciador de aulas, pesquisas e a fala. “Nós adicionamos um monte de menus contextuais ao sistema, de modo que ele pode selecionar um com um único clique, ao invés de ter que ir para o mouse, em seguida, para o menu, e, em seguida, selecionar uma opção. Nós criamos várias novas opções contextuais em todo o sistema para acelerar o uso”, conta Nachman. 
Hawking e Intel
“Meu mais recente computador da Intel, baseado em um processador Intel Core i7 e Intel Solid-State Drive 520 Series, também contém uma webcam que eu uso no Skype para manter contato com meus amigos. Eu posso dizer muito pelas minhas expressões faciais para aqueles que me conhecem bem. Eu também posso dar palestras. Eu escrevo a palestra de antemão e salvo em disco. Posso, então, enviar para o sintetizador de fala uma frase usando o software Equalizer, desenvolvido pela Words Plus. Ele funciona muito bem e eu posso até "polir" a palestra antes de apresentá-la. Sempre fico de olho em novas tecnologias assistivas, e recentemente a Intel tem patrocinado uma equipe de seus engenheiros para projetar um novo sistema de reconhecimento facial que visa melhorar minha velocidade de comunicação”, escreveu Hawking sobre as novidades oferecidas pelo seu sistema.
A Intel pretende, após os aprimoramentos realizados no sistema de interface do professor Hawking, disponibilizar o software para a comunidade open source. “Esse movimento vai permitir que outras pessoas usem a plataforma e a desenvolvam ainda mais. Nachman e sua equipe esperam que seu trabalho pioneiro com Hawking vai continuar a ajudar as pessoas com deficiências semelhantes e problemas de comunicação, avançando no campo da tecnologia assistiva”, afirma a Intel.
fonte - http://canaltech.com.br/materia/ciencia/Parceria-entre-Hawking-e-Intel-traz-avancos-para-tecnologia-assistiva/

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

AUTISMOS/PESQUISAS - Cientista português participa de criação de vacina para bactéria intestinal de autistas

Vacina que ajuda crianças autistas foi desenvolvida por um português

Português ajuda a criar vacina para crianças autistas
(imagem - foto de uma seringa descartável com uma gota saindo pela agulha, sobre fundo azul)

Há um português envolvido na primeira vacina contra uma bactéria intestinal associada ao autismo. Mais de 90 por cento das crianças autistas sofrem de problemas gastrointestinais crônicos e a nova vacina, criada por Mário Monteiro, poderá melhorar a qualidade de vida dessas crianças.

Uma nova vacina para travar a propagação de uma bactéria intestinal, a primeira de sempre a ser desenvolvida a pensar nas crianças com autismo, tem a marca de um português: Mário Monteiro.
O professor de Química da Universidade de Guelph, no Canadá, desenvolveu com Brittany Pequegnat, uma estudante de mestrado, uma vacina que ataca a 'Clostridium bolteae’, uma bactéria produzida no intestino e que aparece em maior concentração nas crianças autistas.
“Esta é a primeira vacina destinada a controlar a obstipação e a diarreia potencialmente causadas pela bactéria C. Bolteae e, quem sabe, sintomas do autismo que estão relacionados com este micróbio”, salientou o investigador português, num comunicado distribuído pela universidade.
A 'Clostridium bolteae’ está associada a vários distúrbios gastrointestinais, os quais afetam mais de 90 por cento das crianças com autismo.
De momento, a única terapêutica passa pelos antibióticos, pelo que a nova vacina abre um campo completamente novo.
Mário Monteiro, que já em 2013 divulgara os trabalhos sobre a vacina na Vaccine, alertou que ainda são necessários vários ensaios e estudos para apurar todos os efeitos da nova terapêutica, pelo que pode passar uma década antes que a vacina seja comercializada.
Isto porque os resultados, muitos prometedores, foram alcançados em ensaios com coelhos, que produziram mais anticorpos contra a bactéria após a administração da vacina.
“Este é um primeiro passo muito significativo na construção de uma vacina com múltiplas valências destinada a combater várias bactérias intestinais associadas ao autismo”, realçou o investigador, acrescentando que os anticorpos adicionais poderão ser utilizados para detetar a bactéria em contexto médico.
FONTE - http://www.ptjornal.com/saude/2015/01/16/vacina-que-ajuda-criancas-autistas-foi-desenvolvida-por-um-portugues.html
LEIAM TAMBÉM NO MEU BLOG INFOATIVO.DEFNET - 

O AUTISMO NÃO É APENAS UMA DOENÇA http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/06/o-autismo-nao-e-apenas-uma-doenca.html


terça-feira, 13 de janeiro de 2015

ALZHEIMER/TECNOLOGIAS - Aplicativo da Sony para Android ajuda projeto de busca da sua cura

Você pode ajudar a encontrar a cura para o Alzheimer enquanto dorme com este app da Sony

sony-folding-app
(imagem publicada da matéria - com a representação de um grupo de pessoas, à direita, com uma mulher branca, um menino negro, um homem branco, uma jovem branca e homem negro, abaixo deles esta o Folding home, Tipo de Pesquisa, Pessoas que estão ajudando e Tempo contribuido. No lado esquerdo há uma representação de um contador de tempo, um relógio, tendo abaixo a Hora de Início, Notificações e Wi-fi, com os símbolos abaixo de navegação no App, como parte das suas configurações) 

A doença de Alzheimer afeta cerca de 6% das pessoas com idade acima de 65 anos e o primeiro sintoma mais comum é a perda de memória a curto prazo. É uma doença degenerativa que, infelizmente, ainda não tem cura. Mas pesquisadores do mundo inteiro estão trabalhando para encontrar uma cura para o Alzheimer — e você pode ajudar, usando um novo aplicativo para Android desenvolvido pela Sony.
O Folding@Home é um velho conhecido dos leitores do Tecnoblog: trata-se de um projeto de computação distribuída da Universidade Stanford para ajudar os cientistas a entenderem o desenvolvimento de doenças como o Alzheimer e vários tipos de câncer. Ele aproveita o tempo ocioso dos processadores de milhares de computadores espalhados pelo mundo para fazer simulações de enovelamentos de proteínas.

Como os processadores dos smartphones estão cada vez mais poderosos, a Sony começou a desenvolver em 2012 um aplicativo do Folding@Home para celulares, que finalmente foi lançado nesta segunda-feira (12). No aplicativo, você pode configurar os horários em que o processador do seu smartphone será usado para fazer as simulações (das 0h às 6h, por exemplo, quando você estiver dormindo). Quanto mais pessoas participarem, mais informações os cientistas terão.
Para evitar desgastes, o Folding@Home só funciona quando seu smartphone estiver ligado a uma tomada e com a bateria totalmente carregada. E, como as informações processadas pelo seu smartphone são enviadas periodicamente para os servidores da Universidade Stanford, é necessário que o aparelho esteja conectado a uma rede Wi-Fi; assim, você não gastará seu plano de dados.
O aplicativo beta do Folding@Home para Android pode ser baixado gratuitamente noGoogle Play e, por enquanto, só funciona oficialmente nos smartphones da família Xperia Z, bem como no Xperia T3, T2 Ultra, M2 Aqua e C3. A Sony afirma que vai liberar o aplicativo para todos os smartphones com Android 4.4 ou superior ainda neste início de 2015.
FONTE - https://tecnoblog.net/172615/folding-home-android-sony/

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

SURDOS/TECNOLOGIA ASSISTIVA - Tecnologia vestível ajuda deficientes auditivos

Conheça o easyTek, a tecnologia vestível que ajuda deficientes auditivos

Nem só de estilo e funcionalidades extras vivem os acessórios smarts. O colar easyTek está sendo desenvolvido pela Siemens para ajudar pessoas com deficiência auditiva, enviando o sinal de áudio de diversos aparelhos, como smart TVs, smartphones e outros aparelhos, na altura ideal para quem sofre deste tipo de problema.
A grande sacada de easyTek é nivelar o volume diretamente ao usuário, sem a necessidade de interferir no áudio original enviado para as outras pessoas. Algo como um fone de ouvido exclusivo, mas que pode conciliar com sons externos, como conversas, trânsito etc. 

Facilitando ainda mais com o aplicativo exclusivo

A Siemens está desenvolvendo junto com o aparelho um aplicativo para Android e iOS que permite personalizar ainda mais os níveis de áudio, além de dar a opção de direcionar a captação de sons para o local que desejar. Por exemplo: a pessoa pode diminuir um pouco o som da TV e direcionar a potencialização de volume para a pessoa sentada ao seu lado.
O colar funciona basicamente como um smart hub que concilia os sons de diversos dispositivos com os sons externos, transmitindo via Bluetooth todos os sinais diretamente para um par de fones de ouvido.
Não é algo revolucionário, mas com certeza é uma ótima notícia, destoando dos inúmeros anúncios sobre tecnologia vestível que querem conciliar estética às funcionalidades triviais. Por mais simples que possa parecer, um aparelho como este pode ser de grande ajuda para muitos que têm algum tipo de deficiência auditiva. A Siemens revelará mais informações na CES 2015.
FONTE(S)
IMAGENS

sábado, 3 de janeiro de 2015

CEGOS/TECNOLOGIA ASSISTIVA - Sistema permite a identificação de ambiente pelo som

Sensor de som criado por brasileiros ajuda pessoas com deficiência visual 

Por meio de avisos sonoros, protótipo desenvolvido por pesquisadores brasileiros tem como objetivo dar mais autonomia à portadores de deficiência visual.
(imagem publicada - a foto da matéria com parte de um rosto humano com óculos escuros)
Para auxiliar a realização das atividades diárias de pessoas com deficiência visual, pesquisadores do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Software Livre (NAP-SoL), sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, desenvolveram um protótipo de sistema que permite ao usuário fazer a identificação de obstáculo e ambiente por intermédio do som. O programa computacional denominado GuideMe funciona em um dispositivo pequeno, ajustável à roupa e utiliza processamento de imagem e localização através do eco para reconhecer o ambiente. O protótipo desenvolvido alcançou o primeiro lugar no II Concurso Intel de Sistemas Embarcados realizado durante o IV Simpósio Brasileiro de Engenharia de Sistemas Computacionais (SBESC), que aconteceu de 4 a 7 de novembro, em Manaus (AM).
A equipe de pesquisa é formada pelos doutorandos do programa de pós-graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional (PPG-CCMC) Renê de Souza, Heitor Freitas e Luiz Nunes, com a coordenação do professor Francisco Monaco, do Laboratório de Sistemas Distribuídos e Programação Concorrente do Departamento de Sistemas de Computação, todos do ICMC. O sistema, por meio de fones de ouvido, estabelece comunicação com o usuário tanto verbalmente, com o uso de um sintetizador de voz, quanto por meio de sons tridimensionais.
“Imagine o deficiente visual aproximando-se de um balcão para pedir informações; se não houver ninguém para atendê-lo, o sistema diz: “ninguém à vista”. Em outra situação, podemos imaginar o deficiente visual procurando por uma pessoa conhecida em um local público; caso a pessoa seja detectada pela câmera, o sistema aponta para a aproximação dela e pode, inclusive, guiar o usuário até o seu amigo”, explica o professor Monaco.
O professor menciona ainda que, em uma situação na qual o usuário caminhe por um corredor, em linha reta, ele deve ouvir um som (suave) que pareça vir de sua frente. Caso o usuário ande em direção a uma das paredes, o som modifica sua direção e passa a ser ouvido como se viesse do lado da parede. Assim, o usuário pode utilizar essa dica sonora para conhecer a geometria do ambiente e corrigir seus passos.
Visão computacional
O sistema explora duas técnicas inovadoras. Uma é baseada em visão computacional que utiliza um webcam convencional e algoritmos de processamento de imagem para detectar a presença de pessoas e identificar rostos conhecidos. A outra técnica é apoiada em psicoacústica (estudo da relação entre estímulos sonoros e suas sensações decorrentes) e utiliza sensores de ultrassom para localizar obstáculos. Porém, em vez de emitir bipes, como sensores de estacionamento utilizados em veículos, por meio de um algoritmo de geração de áudio 3D, o dispositivo produz um som que aparenta surgir da direção e da distância em que está o obstáculo.
O GuideMe utiliza conceitos de wearable computing (tecnologia portátil como peça de vestuário) e sensor fusion (geração de informação combinando múltiplos sensores) e em sua especificação completa, utilizará sensor GPS, bússola e conexão wireless para prover auxílio à locomoção em áreas abertas. O objetivo inicial do projeto foi de aperfeiçoar os algoritmos que utilizam processamento espacial e de imagem. O protótipo atual foi produzido em um equipamento de hardware fornecido pela empresa de tecnologia Intel.
“Pretendemos migrar para um hardware menor, mais leve e com maior eficiência energética, para que possa ser utilizado por mais tempo com auxílio de bateria. Em longo prazo, pretendemos aprimorar a utilidade do dispositivo a partir da avaliação dos usuários”, explica Monaco. Durante o desenvolvimento a equipe fez testes preliminares utilizando o sistema para guiar-se em corredores com outras pessoas presentes. As funções do dispositivo foram executadas como o esperado. O próximo passo é realizar testes em pessoas com deficiência visual. O programa que foi desenvolvido em software livre será disponibilizado para a sociedade.
“Todas as especificações, artefatos de software e aplicações são livres para beneficiar a população e, sobretudo, às pessoas que possam fazer uso do sistema. Acreditamos nos conceitos de free open source software (software livre e de código aberto) e de free open source hardware (hardware livre de projeto livre e aberto) como facilitadores para que a pesquisa possa virar produto, este evolua livremente e chegue às pessoas a custos acessíveis”, complementa o professor “O sistema de orientação psicoacústico utilizado é baseado em técnicas de processamento de áudio tridimensional estudados por pesquisadores na Alemanha. Em conjunto, pretendemos intensificar as pesquisas”, planeja Monaco.
O  II Concurso Intel de Sistemas Embarcados é destinado a estudantes de graduação e pós-graduação e tem a intenção de promover o desenvolvimento de sistemas inteligentes e inovadores com base em tecnologia embarcada.  A equipe fará uma visita técnica ao laboratório da Intel nos Estados Unidos, como parte da premiação, e integrará o programa Intel Developer Forum, além de estar pré-classificada para a edição de 2015. A proposta apresentada para o concurso foi uma das aprovadas que recebeu uma placa de desenvolvimento (hardware) para produzir um protótipo em três meses. Além da continuidade do projeto, a equipe visa a investir em pesquisa na área de acessibilidade.  Para conhecer os demais projetos ganhadores acesse aqui.
Foto: Marcos Santos / USP Imagens
FONTE - http://www.usp.br/agen/?p=194396%22%20%5Ct%20%22_blank
INFORMAÇÕES - Flávia Cayres, da Assessoria de Comunicação NAP-SoL
comunicanapsol@gmail.com