Carência de vitamina D no organismo já é pandemia, dizem debatedores
Substância, importante para evitar o surgimento de doenças graves como câncer e diabetes, pode ser obtida com a exposição diária ao sol ou com doses ministradas em forma de comprimidos.
A deficiência de vitamina D no organismo já é uma pandemia, ou seja, uma epidemia disseminada em vários países. Para se ter uma ideia, estima-se que 77% da população da cidade de São Paulo apresente deficiência da substância no inverno. Embora no verão, esse percentual caia para 39%, o percentual continua considerado alto. Baixos níveis dessa vitamina favorecem o surgimento de doenças como câncer, hipertensão, diabetes, enfartos e derrames, além de distúrbios psiquiátricos, como depressão, esquizofrenia na adolescência e distúrbio bipolar.
Essas informações foram divulgadas nesta terça-feira (20), durante audiência pública realizada pela Comissão de Seguridade Social e Família na qual foi discutido o papel da vitamina D na saúde pública. O debate aconteceu a pedido dos deputados Walter Feldman (PSDB-SP) e Dr. Rosinha (PT-PR), presidente da comissão.
Apesar de a maior fonte da vitamina D ser a metabolização dos raios do sol pelo organismo, muitas vezes é necessário que a vitamina seja administrada de outras formas - por meio de comprimidos, por exemplo. A insuficiência ou suficiência é verificada por meio de exame de sangue.
O médico Cícero Coimbra, professor do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que, apesar de a vitamina D ser uma substância relativamente barata em comparação com outros medicamentos e de ser importante na prevenção e cura de doenças graves, poucos médicos sabem prescrever a dose adequada do composto.
"Diversas doenças graves e incapacitantes, como a própria esclerose múltipla, seriam evitadas com uma dose tão simples como 5 mil UI. Mas, por falta de informação a própria classe médica acaba dizendo que é tóxica, quando poucos minutos de exposição solar produzem isso”, afirmou. Ele exemplificou que, ao usar trajes de banho na beira da piscina no horário correto, em dez minutos são produzidos 20 mil UI de vitamina D. “Como podem me dizer que 5 mil UI ou 10 mil UI são tóxicos? Se fosse tóxico, quando uma pessoa ficasse na piscina por 10 minutos, ela teria que ir ao hospital”, afirmou.
Exposição ao sol
Na audiência, o endocrinologista e pesquisador norte-americano Michael Holick, considerado um dos maiores especialistas do mundo no assunto, destacou que o tempo necessário de exposição solar varia de acordo com o horário, a estação do ano e a cidade ou país de localização. No entanto, alguns critérios podem ser considerados universais.
Na audiência, o endocrinologista e pesquisador norte-americano Michael Holick, considerado um dos maiores especialistas do mundo no assunto, destacou que o tempo necessário de exposição solar varia de acordo com o horário, a estação do ano e a cidade ou país de localização. No entanto, alguns critérios podem ser considerados universais.
Segundo o pesquisador, o tempo médio seria de 15 a 20 minutos ao sol, sem nenhum protetor solar nos braços, pernas, abdomen e costas, mas com o rosto sempre protegido. Ele explica que o filtro solar impede que a vitamina D seja metabolizada. Depois desses minutos de exposição ao sol sem proteção, Holick destacou que o uso do filtro é essencial.
Ele também informou que entre dez horas da manhã e três da tarde são os melhores horários para que haja sintetização da vitamina pelo organismo.
Pausa para o sol
Para tentar reverter o quadro de carência de vitamina D, o deputado Walter Feldman, apresentou projeto de lei (PL 5363/13) para determinar que as pessoas que trabalham sem interrupção por seis horas em ambientes fechados, os estudantes, os internados em hospitais e os presos tenham direito a períodos de pelos menos 15 minutos de descanso, antes das quatro horas da tarde, para tomar sol.
Para tentar reverter o quadro de carência de vitamina D, o deputado Walter Feldman, apresentou projeto de lei (PL 5363/13) para determinar que as pessoas que trabalham sem interrupção por seis horas em ambientes fechados, os estudantes, os internados em hospitais e os presos tenham direito a períodos de pelos menos 15 minutos de descanso, antes das quatro horas da tarde, para tomar sol.
O projeto, que está sendo analisado na Comissão de Agricultura, também define outras medidas para garantir a manutenção das taxas de vitamina D da população, como o enriquecimento do leite vendido no País com a substância.
Íntegra da proposta:
- PL-5363/2013
- Reportagem - Renata Tôrres
Edição - Rachel Librelon - FONTE - http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/449834-CARENCIA-DE-VITAMINA-D-NO-ORGANISMO-JA-E-PANDEMIA,-DIZEM-DEBATEDORES.html
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