'Genes saltadores' podem contribuir para a esquizofrenia, sugere estudo
A matéria da revista diz ainda que ao longo dos últimos anos, um novo mecanismo de mutação genética tem atraído o interesse de pesquisadores que estudam doenças neurológicas, afirma Kato. Informalmente chamado “genes saltadores”, esses pedaços de DNA podem replicar e inserir-se em outras regiões do genoma, onde eles se encontram, quer em silêncio começam a produzir seus próprios produtos genéticos, ou alterar a atividade dos genes vizinhos. Estes genes são muitas vezes os culpados pelas mutações causadoras de tumor e implicam em várias doenças neurológicas. No entanto, os “genes saltadores” também compõem quase metade do genoma humano atual, o que sugere que os seres humanos devem muito da nossa identidade de seus saltos audaciosos.
Em seguida os cientistas testaram se os fatores ambientais associados à esquizofrenia poderiam provocar um aumento comparável a L1. A equipe de cientistas Injetou em ratas grávidas uma substância química que simula a infecção viral e descobriu que a sua descendência apresentou níveis mais elevados do gene no tecido cerebral. Um estudo adicional em macacos infantis, simulando a exposição, produziu resultados semelhantes. Finalmente, o grupo examinou as células-tronco neurais humanas extraídas de pessoas com esquizofrenia e constatou que estes também apresentaram níveis mais altos de L1, diz a matéria.
O fato de que é possível aumentar o número de L1 nos ratinhos e em cérebros de macacos, mostra que tais mutações genéticas no cérebro podem ser prevenidas se a exposição for evitada, diz Kato. Ele diz que espera que a "nova visão" de que fatores ambientais podem desencadear ou impedir alterações genéticas envolvidas na doença ajude a remover parte do estigma da doença.
A matéria diz também que combinado com estudos anteriores sobre outras doenças, o novo estudo sugere que os genes L1 são de fato mais ativos no cérebro dos pacientes com doenças neuropsiquiátricas, diz Gage. Ele adverte, porém, que ninguém ainda sabe se eles estão realmente causando a doença. "Agora que temos várias confirmações de que isso ocorra em seres humanos com diferentes doenças, o próximo passo é determinar se possível combater a L1”,
Uma possibilidade tentadora é que, com esses derivados de DNA em todo o genoma de células do cérebro humano, que ajudam a criar a diversidade cognitiva vibrante que ajuda os seres humanos a responder às mudanças das condições ambientais, e produz extraordinários "outliers", incluindo inovadores e gênios tais como Picasso, diz neurocientista Alysson Muotri. O preço desta diversidade rica, pode ser que as mutações que contribuem para os transtornos mentais, como a esquizofrenia, possam surgir. Descobrir o que esses “genes saltadores” verdadeiramente fazem no cérebro humano é a "próxima fronteira" para a compreensão de distúrbios mentais complexos, diz ele. "Esta é apenas a ponta do iceberg.", finaliza a matéria da revista.
FONTE - http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2014/01/03/genes-saltadores-podem-contribuir-para-a-esquizofrenia-sugere-estudo/
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