domingo, 12 de maio de 2013

AUTISMO/MATERNIDADE - Superando seus temores e estudando, uma mãe ajuda seu filho com autismo

Mãe de filho autista dá lição de dedicação e amor em Campos, RJ

Exemplo de um amor sem limites, só entendido por quem já teve filhos.
Mãe buscou nos estudos a melhor forma de entender e lidar com o autismo.

Nayne recebe o carinho do filho Pedro (Foto: Arquivo pessoal/Nayne Tamy)
(imagem- foto colorida de Pedro Henrique beijando com carinho sua mãe, apenas uma mãe que aprendeu para superar)

Da notícia de que tem um filho com autismo, para uma realidade surpreendente. O que pode ser uma situação difícil para muitas mães, foi motivo de superação e descobertas para a jovem Nayne Tamy Neves, 32 anos, mãe de Pedro Henrique, de 5 anos . Moradora de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense do Rio de Janeiro, a professora de educação física encontrou nos estudos uma forma mais eficiente de lidar com a condição do filho.
Pedro Henrique nasceu prematuro e ainda teve pouca oxigenação no cérebro, o que para os médicos indicava que o pequeno tinha grandes chances de não andar e acompanhar estímulos. Com o passar o tempo, ele surpreendeu a todos os especialistas e desenvolveu todos os movimentos e algumas palavras. Foi então, com três anos, que um novo diagnóstico apontou que a criança era autista.
“Quando eu descobri, tive um choque porque a gente ouve falar muitas coisas negativas sobre o autismo. Foi então que resolvi ler e pesquisar para conhecer melhor o assunto, e conheci um método de ensino por imagem. Passei a usar isso com o Pedro e hoje digo que ele é um milagre, porque todo prognóstico dele é diariamente quebrado. Todos dizem que ele não vai fazer. A gente luta junto e ele vai lá e faz”, contou Nayne.
Mas os desafios que a professora enfrenta junto com o filho não param por aí. Para um melhor desenvolvimento de Pedro, a mãe precisou modificar a casa, a rotina e alguns hábitos. Segundo Nayne, as adequações que sempre trazem bons resultados. Um dos exemplos foram os cartões com imagens que foram usados para orientar o pequeno.
“A minha casa era cheia de plaquinhas para o Pedro. Na porta da geladeira eu tinha imagem de danones, pra ele saber que lá dentro ele ia achar danones. No banheiro, tinha a foto de um menininho fazendo xixi, para ele fazer o xixi no lugar certo, e por aí em diante. Depois de um tempo, ele começou a aprender. Hoje em dia, ele é independente tanto na minha casa, quanto na casa dos outros, e as imagens não são mais usadas”, conta. 
Segundo a professora, as adequações também precisam ser feitas nas rotinas e locais de convívio. “Evito ir em aniversários, pois ele não gosta da hora do parabéns. Em lugares fechados, com muito barulho, também evito ir porque sei que isso desregula o Pedro”, conta a mãe.
Dificuldades cotidianas
Quando o pequeno Pedro começou a estudar, a maior dificuldade, segundo Nayne, foi em relação a alguns professores que não sabiam como lidar com o autismo. Questionada se já havia se magoado com alguma situação que o filho teria passado, a resposta veio rápida. “Vários casos já me magoaram, mas eu prefiro não falar disso. Vamos falar do lado bom, né!”, disse  a professora.
Mesmo sem falar muito, Pedro interage com as outras crianças na escola. Ele estuda em um colégio particular regular e usa o mesmo método dos outros alunos. A diferença é que a mãe envia para a escola um material adaptado, para ser usado durante as aulas e facilitar na interação. Pedro também tem a intervenção de uma mediadora que acompanha as aulas ao lado dele.
Atualmente, a maior dificuldade de Pedro é com a fala, já que ele pronuncia poucas palavras e tem dificuldades para se expressar. “Ele demorou para andar, para deixar de usar fralda. Mas, aos poucos, a gente chega lá. Hoje o que ele diz é perfeito e nítido, mas ele fala poucas palavras. Ele ainda não descobriu todas as palavras e ainda precisa se interessar. Essa é mais uma conquista que a gente está buscando para o Pedro. Sou mãe de um menino lindo, afetuoso e inteligente, que consegue vencer dificuldades todos os dias junto à família, escola e terapeutas”, finaliza Nayne, um dos muitos exemplos de mães guerreiras espalhadas por esse mundo e que, como todas as outras, só quer ver seu filho crescer e ser feliz.
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