Rio, cidade sem acessibilidade
Sede do principal evento esportivo do mundo, em 2016, a capital fluminense oferece pouca facilidade para a locomoção dos deficientes. Atletas reclamam da falta de conscientização da populaçãoimagem - foto colorida com uma lente 'olho de peixe' de uma mulher em uma cadeira de rodas no metrô do Rio de Janeiro, com uma composição dos trens passando atrás dela, gerando imagem de velocidade, realçadas pelas faixas amarelas, e pelo piso antiderrapante)
Rio de Janeiro — Legado é a palavra mais utilizada quando se fala dos benefícios — ou não — de sediar um evento como os Jogos Olímpicos, como no caso do Rio de Janeiro, em 2016. Há muito dinheiro público envolvido nas obras do evento, e a sociedade arca com as consequências das boas ou das más intervenções urbanas feitas para o torneio. Quase nada se fala e se cobra, no entanto, da possível herança que os Jogos Paralímpicos, que ocorrem pouco depois, trarão à cidade em termos de acessibilidade e mobilidade para os deficientes físicos.
Durante os Jogos, a tendência é que tudo corra bem. A Vila Olímpica e os locais de competições que estão sendo construídos já levam em conta essa questão e são adaptados, assim como ocorreu em Londres-2012 ou Pequim-2008. No entanto, fica a pergunta: será que o restante da cidade se beneficiará com isso também? As respostas de quem lida diariamente com os problemas não são muito animadoras.
“O Rio tem problemas com essa questão, assim como todo o país. No dia a dia, enfrentamos situações complicadas, tais como desníveis de calçada, degraus em lojas e outras situações. No meu prédio, para ir da garagem até o elevador, preciso subir uma escada, o que faço com dificuldades”, conta Susana Schnarndorf, que sofre com um conjunto de doenças degenerativas e praticamente não mexe o lado esquerdo do corpo.
Susana foi quarta colocada nos 100m peito nas Paralimpíadas de Londres e lembra que também teve problemas fora da Vila Olímpica na capital britânica. “Há estações de metrô sem saídas para cadeirantes por lá. Não é o mundo ideal também”, avalia para-atleta.
Clodoaldo Silva, nadador dono de 13 medalhas olímpicas, afirma que houve melhorias no Rio recentemente, mas ainda encontra várias dificuldades. “Quando cheguei aqui, não conseguia nem pegar um ônibus. Hoje, já consigo me locomover, com dificuldades, mas consigo. Mas ainda tenho um grande problema quando volto do Aeroporto Santos-Dumont para Niterói, onde moro. Não há uma rampa de acesso para deficientes na saída do ônibus e preciso enfrentar os carros na contramão por alguns metros”, relata o multicampeão, que critica a herança deixada pelo Para-Pan de 2007.
“Tivemos uma competição daquele porte e o legado em termos de mobilidade urbana foi zero. Isso sem contar os locais de competição, que não existem mais, como o Velódromo, e os interditados, como o Engenhão. Isso me decepciona muito como cidadão”, completa o nadador de 34 anos, que sofreu uma paralisia cerebral por falta de oxigênio no parto e é cadeirante.
Ele critica também os ônibus para deficientes físicos, mesmo conseguindo ter acesso na maioria das vezes. “Existem elevadores, mas normalmente não estão com boa manutenção, e quando estão, os motoristas e cobradores não sabem operar o equipamento.”
Durante os Jogos, a tendência é que tudo corra bem. A Vila Olímpica e os locais de competições que estão sendo construídos já levam em conta essa questão e são adaptados, assim como ocorreu em Londres-2012 ou Pequim-2008. No entanto, fica a pergunta: será que o restante da cidade se beneficiará com isso também? As respostas de quem lida diariamente com os problemas não são muito animadoras.
“O Rio tem problemas com essa questão, assim como todo o país. No dia a dia, enfrentamos situações complicadas, tais como desníveis de calçada, degraus em lojas e outras situações. No meu prédio, para ir da garagem até o elevador, preciso subir uma escada, o que faço com dificuldades”, conta Susana Schnarndorf, que sofre com um conjunto de doenças degenerativas e praticamente não mexe o lado esquerdo do corpo.
Susana foi quarta colocada nos 100m peito nas Paralimpíadas de Londres e lembra que também teve problemas fora da Vila Olímpica na capital britânica. “Há estações de metrô sem saídas para cadeirantes por lá. Não é o mundo ideal também”, avalia para-atleta.
Clodoaldo Silva, nadador dono de 13 medalhas olímpicas, afirma que houve melhorias no Rio recentemente, mas ainda encontra várias dificuldades. “Quando cheguei aqui, não conseguia nem pegar um ônibus. Hoje, já consigo me locomover, com dificuldades, mas consigo. Mas ainda tenho um grande problema quando volto do Aeroporto Santos-Dumont para Niterói, onde moro. Não há uma rampa de acesso para deficientes na saída do ônibus e preciso enfrentar os carros na contramão por alguns metros”, relata o multicampeão, que critica a herança deixada pelo Para-Pan de 2007.
“Tivemos uma competição daquele porte e o legado em termos de mobilidade urbana foi zero. Isso sem contar os locais de competição, que não existem mais, como o Velódromo, e os interditados, como o Engenhão. Isso me decepciona muito como cidadão”, completa o nadador de 34 anos, que sofreu uma paralisia cerebral por falta de oxigênio no parto e é cadeirante.
Ele critica também os ônibus para deficientes físicos, mesmo conseguindo ter acesso na maioria das vezes. “Existem elevadores, mas normalmente não estão com boa manutenção, e quando estão, os motoristas e cobradores não sabem operar o equipamento.”
FONTE - Pedro Venâncio - Correio Braziliense
http://www.superesportes.com.br/app/19,66/2013/05/06/noticia_maisesportes,44471/rio-cidade-sem-acessibilidade.shtml
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