Estudo mostra que tão necessário quanto avaliar os riscos de suicídio e violência é analisar a vulnerabilidade dos pacientes
(imagem - foto de ilustração da matéria, com uma Camisa de Força, um dos métodos violentos que já esteve em ampla utilização no campo psiquiátrico como forma de contenção física de pessoas com sofrimentos psíquicos graves ou em situação de risco de suicídio)
Ao contrário do senso comum, o paciente com doença mental é mais vítima de violência do que vilão. Estudo realizado na Inglaterra e País de Gales mostrou que eles têm duas vezes e meia mais chances de se tornarem vítimas de homicídio do que a população em geral.
De acordo com o estudo publicado no periódico científico The Lancet Psychiatry, homicídios cometidos por pacientes com doença mental têm ganhado muito destaque na imprensa, porém raramente é analisado ou discutido o risco de homicídio aumentado que eles correm.
"Historicamente, a sociedade tem se mostrado muito mais preocupada com a possibilidade do paciente com doença mental cometer violência do que com a vulnerabilidade dessas pessoas a atos violentos", explica Louis Appleby, líder do estudo da Universidade de Manchester, no Reino Unido. "No entanto, o resultado do nosso estudo mostra que médicos da Inglaterra e do País de Gales podem esperar que, a cada dois anos, um dos seus pacientes seja vítima de homicídio."
Os dados mostraram que há relação dos homicídios com o abuso de álcool e drogas. 93% dos autores tinham histórico de abuso de álcool e drogas e 66% das vítimas.
“Entendendo que o risco do paciente pode depender do ambiente em que eles estão— por exemplo, o uso de álcool ou drogas ou pelo contato com pacientes com histórico de violência. Avaliar adequadamente esses fatores de risco deve tornar parte fundamental dos cuidados clínicos", disse Appleby.
Dados
O estudo realizado com dados do sistema de saúde de 2003 a 2005 mostra que 1.496 pessoas foram vítima de homicídios, sendo que 6% (90) estavam sob cuidados do serviço de atenção à saúde mental um ano antes da morte. Um terço das vítimas (29) foi morta por outros pacientes com doença mental.
Em 23 dos casos onde a vítima foi morta por outro paciente com doença mental, em 9,35% das situações, vítima e autor eram casados, em 4,15%, parentes e em 10,38%, conhecidos. Em 21 dos 23 casos, a vítima e o autor estavam em tratamento no mesmo centro de atendimento.
Appleby defende a necessidade de avaliar não só os riscos de suicídio e prática de violência, mas também os riscos dos pacientes com doença mental sofrerem a violência.
http://www.tribunahoje.com/noticia/106965/saude/2014/06/20/doente-mental-tem-duas-vezes-mais-risco-de-ser-vitima-de-homicidio.
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