domingo, 8 de abril de 2018

Cérebro&Neurônios - Estudo revela geração de novas células cerebrais até os 79 anos

 Estudo revela geração de novas células cerebrais até os 79 anos
Reprodução/Internet (Reprodução/Internet)

Imagem publicada - uma possível rede de neurônios imaginada e desenhada na matéria. Com pontos luminosos que seriam as sinapses dos neurônios se conectando nessa rede neural.

Pessoas de até 79 anos ainda podem gerar novas células cerebrais, disseram pesquisadores americanos nesta quinta-feira, estimulando novos debates entre cientistas sobre se ou quando nossa capacidade mental para de crescer.
O relatório de cientistas da Universidade de Columbia, em Nova York, publicado na revista científica Cell Stem Cell, vai diretamente contra um estudo publicado na revista Nature no mês passado, que não encontrou evidências de que novos neurônios são criados após os 13 anos de idade.
Embora nenhum dos estudos seja visto como a última palavra no assunto, a pesquisa está sendo observada de perto enquanto a população mundial envelhece e os cientistas buscam entender melhor como o cérebro envelhece, em busca de pistas para evitar a demência.
O ponto focal da pesquisa é o hipocampo, o centro do cérebro para aprendizado e memória.
Especificamente, os pesquisadores estão procurando as bases de novas células cerebrais, incluindo células progenitoras, ou células-tronco que eventualmente se tornariam neurônios.
Usando amostras cerebrais autopsiadas de 28 pessoas que morreram subitamente entre 14 e 79 anos, os pesquisadores analisaram "os neurônios recém-formados e o estado dos vasos sanguíneos em todo o hipocampo humano logo após a morte", disse o estudo na Cell Stem Cell.
"Descobrimos que pessoas mais velhas têm uma capacidade semelhante às das pessoas mais jovens de produzir milhares de novos neurônios do hipocampo a partir de células progenitoras", disse a autora principal, Maura Boldrini, professora associada de neurobiologia da Universidade de Columbia.
"Também encontramos volumes equivalentes do hipocampo em todas as idades".
Os resultados sugerem que muitos idosos podem reter suas habilidades cognitivas e emocionais por mais tempo do que se acreditava anteriormente.
No entanto, Boldrini alertou que esses novos neurônios podem ser menos aptos a fazerem novas conexões em pessoas idosas, devido ao envelhecimento dos vasos sanguíneos.
Animais como ratos e macacos tendem a perder a capacidade de gerar novas células cerebrais no hipocampo com a idade.
O modo como o cérebro humano reage ao envelhecimento tem sido controverso, embora a visão amplamente aceita seja que o cérebro humano continua gerando neurônios até a idade adulta, e que esse processo poderia um dia ajudar os cientistas a combaterem a degeneração cerebral ligada à idade.
No mês passado, um estudo liderado por Arturo Alvarez-Buylla, da Universidade da Califórnia, em San Francisco, encontrou o resultado oposto.
Analisando amostras cerebrais de 59 adultos e crianças, "não encontramos evidências de neurônios jovens ou progenitores divididos de novos neurônios" nos hipocampos de pessoas com mais de 18 anos, disse à AFP quando o estudo foi publicado.
Eles encontraram alguns em crianças entre o nascimento e um ano, "e alguns aos sete e 13 anos de idade", disse.
Esse estudo foi descrito por especialistas como "sério", porque indica que o hipocampo humano é gerado em grande parte durante o desenvolvimento do cérebro fetal.
O laboratório de Alvarez-Buylla reagiu à pesquisa recente em um comunicado, dizendo que eles não estavam convencidos de que a Universidade de Columbia havia encontrado evidências conclusivas de neurogênese adulta.
"Com base nas imagens representativas que eles apresentam, as células que eles chamam de novos neurônios no hipocampo adulto são muito diferentes em forma e aparência do que seria considerado um neurônio jovem em outras espécies", disse a resposta, publicada pelo Los Angeles Times.
Boldrini, por sua vez, disse que sua equipe usou amostras de cérebro congeladas, enquanto os pesquisadores da Califórnia usaram amostras que foram preservadas quimicamente em um processo que pode ter afetado a detecção de novos neurônios.
* AFP

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