quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

ALZHEIMER-PESQUISAS - Franceses descobrem nova molécula para tratamento da doença

Cientistas franceses descobrem nova molécula que pode tratar mal de Alzheimer

Cientistas franceses descobrem nova molécula que pode tratar mal de Alzheimer

Imagem  da matéria - O Mal de Alzheimer é um quebra-cabeça para os médicos Getty Images/Andrew Bret Wallis/Andrew Bret Wallis 

Um estudo divulgado no final do ano por duas equipes de pesquisadores do Inserm, o Instituto de Saúde e Pesquisa Médica da França, traz uma nova esperança para os pacientes que sofrem de Mal de Alzheimer.
A nova molécula que pode revolucionar a vida dos pacientes se chama Interleucina 2, uma proteína do sistema imunológico que ativa a proliferação dos linfócitos reguladores, que controlam a resposta do organismo a uma inflamação. Essas células evitam que cérebro se intoxique e adoeça, permitindo ao mal que se desenvolva, matando aos poucos os neurônios.
Usada em pequenas doses, administradas por injeções, como no caso da insulina, a Interleucina 2 regula a resposta inflamatória da doença de Alzheimer e de outros males, atuando como um modulador, diz a diretora de pesquisa do Instituto, Nathalie Cartier-Lacave.
“Dadas em doses bem baixas, em diferentes tipos de doenças inflamatórias, por exemplo, como a poliartrite, o diabetes, a esclerose múltipla, temos um efeito benéfico nos pacientes”. A imunoterapia, explica, poderia interromper o processo de degeneração cerebral observado no Mal de Alzheimer, principalmente se for detectado no início. Desta forma, o tratamento poderia preservar os neurônios e ajudar o sistema imunológico a encontrar um equilíbrio.
O diagnóstico precoce, entretanto, é um desafio: clinicamente, as placas no cérebro são visíveis apenas em um estágio avançado da doença. A doença atinge cerca de 850 mil pessoas no país e a estimativa é que, em 2020, 1 a cada 4 pessoas de mais de 65 anos seja diagnosticada com o Mal. Segundo a OMS , 135 milhões terão a doença –atualmente já são 47 milhões.
A doença de Alzheimer tem um componente inflamatório importante, como já foi observado no cérebro de alguns pacientes, diz a pesquisadora, que já desenvolveu diversas terapias para a doença. Ela e o cientista David Klapzman, chefe do serviço de bioterapia do hospital Pitié Salpetrière, que durante muito tempo trabalhou com os linfócitos reguladores e a Interleucina, tentam agora achar pistas para controlar a dose exata da substância a ser administrada.
Testes em humanos
A pesquisa levou dois anos para ser terminada e foi feita por uma equipe multidisciplinar. Os testes realizados em ratos, explica a cientista, foram conclusivos.
“Nossas equipes são complementares. Trabalho há muito tempo com doença de Alzheimer, utilizando o modelo testado nos ratos. Tenho uma equipe, por exemplo, que sabe muito bem analisar o comportamento de camundongos que sofrem do Mal de Alzheimer para avaliar os problemas de memória. Tudo isso é importante para obter a prova da eficácia da molécula”.
O desafio, explica Nathalie, é adaptar os testes feitos nos camundongos nos humanos, que possuem um sistema orgânico bem mais complexo. A vantagem da Interleucina 2, diz, é que já está sendo testada em outras doenças, e já se sabe que é pouco tóxica e bem tolerada. “Então não teremos muitas dificuldades para obter autorização de testes em humanos”, declara.
Componente genético
Como uma boa parte das doenças autoimunes, os pacientes que desenvolvem o Alzheimer têm uma predisposição genética. Os doentes, explica a pesquisadora, têm um sistema imunológico que funciona de uma maneira diferente. Mas essa tendência não é determinante: depende dos estímulos recebidos por esse sistema ao longo da vida, como as infecções virais. E, contrariamente ao que muita gente pensa, a doença não é detectada apenas em idosos. Na França, por exemplo, 30 mil pessoas diagnosticadas têm menos de 60 anos.
fonte - https://br.rfi.fr/franca/20170117-cientistas-franceses-descobrem-nova-molecula-que-pode-tratar-mal-de-alzheimer
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