segunda-feira, 22 de junho de 2015

TECNOLOGIA ASSISTIVA/DEFICIÊNCIA FÍSICA - Criada um cadeira de rodas que vira triciclo

Engenheiro cria cadeira de rodas que vira triciclo motorizado

Com apenas 11 meses de idade, o agente administrativo Marcos David teve paralisia infantil e perdeu o movimento das pernas. Depois de transformar sua cadeira de rodas em um triciclo, a vida ficou mais fácil, segundo ele
(imagem publicada - fotografia colorida da matéria com um cadeirante utilizando esse triciclo que se adapta à sua cadeira de rodas, um homem com um capacete de camisa listrada e calça jeans, com o sorriso de quem encontra uma área acessível para o uso desse veículo que lhe dá vida independente e autonomia)

Com apenas 11 meses de idade, o agente administrativo Marcos David teve paralisia infantil e perdeu o movimento das pernas. Depois de transformar sua cadeira de rodas em um triciclo, a vida ficou mais fácil, segundo ele

Com apenas 11 meses de idade, o agente administrativo Marcos David teve paralisia infantil e perdeu o movimento das pernas. Sem poder caminhar, as coisas do dia-a-dia sempre sempre foram mais difíceis para ele. Até que há cerca de dois meses, David, hoje com 41 anos de idade, conheceu um mecanismo que mudaria sua vida e facilitaria muito sua rotina, sempre tão difícil: o Kit Radical Livre.
Criado pelo engenheiro mecatrônico Júlio Oliveto Alves, 30, com o intuito de facilitar a locomoção de pessoas que têm mobilidade reduzida, o Kit Radical Livre é acoplado na cadeira de rodas e a transforma em triciclo. O aparelho tem motor elétrico e bateria de 20 quilômetros de autonomia.
"Tudo sempre foi muito difícil. Fazer coisas simples, como ir à feira, eram quase sonho. E quando eu saía sozinho, precisava sempre pedir ajuda pra alguém. Agora eu me sinto mais livre, tenho mais autonomia e não preciso depender de ninguém. A sensação de liberdade é a melhor coisa que alguém nessa situação pode sentir", disse.
A pesquisa para a criação do kit começou há cinco anos durante o projeto de mestrado em engenharia mecânica de Alves e, em 2011, o primeiro protótipo foi concluído. O lançamento do kit e disponibilização ao mercado ocorreu no início de abril, durante a 14ª edição da Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (Reatech).
O equipamento, que se adequa à necessidade de cada usuário, já está sendo utilizado, além de São Paulo, por cadeirantes de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. "Minha prioridade sempre foi conseguir uma forma de dar um novo estilo de vida ao cadeirante, facilitar a vida dele ao máximo", contou Júlio, que, apesar de não ter nenhum deficiente físico na família, teve o desejo despertado ao ver pessoas com dificuldade de locomoção.
Para Marcos, o kit tem sido prático e eficiente. "Em um bairro como o Itaim Paulista, em São Paulo, por exemplo, onde eu moro sozinho e as dificuldades de acessibilidade são muitas, um equipamento como esse veio realmente para mudar minha vida. Estou há cerca de dois meses com meu triciclo, mas já consigo fazer tanta coisa que antes não fazia, que não me imagino mais sem ele", contou Marcos.

Sentimento semelhante ao de Marcos vive a pedagoga aposentada Rita de Cássia Orsini, de 56 anos. Moradora da Vila Mariana, em São Paulo, Rita teve as duas pernas amputadas há 11 anos por conta de uma infecção e pensou que nunca mais poderia sentir o prazer de estar livre pela rua, até que descobriu o equipamento.

"É uma sensação de liberdade maravilhosa. Antes, eu dependia do carro pra tudo. Poder chegar ao shopping, ao mercado, por exemplo, pela calçada, é sensacional. E pra mim, a sensação foi ainda melhor porque eu me sinto na minha antiga moto. O aparelho me proporciona um misto de tranquilidade, segurança com liberdade indescritível", concluiu.
O equipamento poderia estar no mercado há mais tempo. Depois de o ficar protótipo pronto e o requerimento da patente ter sido enviado em 2012, o engenheiro chegou a apresentar a ideia em duas feiras, mas não houve interesse de parceira de nenhuma empresa do setor.
O engenheiro resolveu, então, empreender com a ajuda do irmão, o administrador de empresas Lúcio Oliveto Alves e criar a empresa Livre – Sistemas Motorizados Multifuncionais, sediada em São José dos Campos (SP).
"A reação dos cadeirantes que testavam o equipamento me motivou e não me deixou desistir. Eles pareciam criança com brinquedo novo. E eu sabia que poderia fazer a diferença na vida deles, por isso decidimos abrir a empresa", disse.
Como funciona
O Kit Radical Livre é composto por uma roda dianteira, um motor elétrico (com acelerador eletrônico disponível no guidão), freio duplo, bateria, um par de retrovisores e farois dianteiro e traseiro. "Para mim, o importante é ver o sorriso no rosto de cada usuário que nesse veículo esquece que está em uma cadeira de rodas. E, além disso, o design ficou tão interessante que até quem não é cadeirante sente vontade de guiar", concluiu.
O kit já foi lançado com 10 versões diferentes, com variedade de cor, motor, bateria, velocidade e tamanho do pneu. A versão básica, com potência de 350w e roda-padrão de 20 polegadas, custa R$ 4.990. Com as diversas combinações, o preço pode chegar a R$ 8.500, incluindo uma bateria reserva. 
Serviço:
radical@kitlivre.com
FONTE - http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/05/04/engenheiro-cria-cadeira-de-rodas-que-vira-triciclo-motorizado.htm

segunda-feira, 15 de junho de 2015

TECNOLOGIA ASSISTIVA/SURDOS - Criado em Campinas um aplicativo (Ludwig) para surdos ouvirem música

Aplicativo criado por campineiros auxilia pessoas com deficiência auditiva a ouvir música


Aplicativo criado por campineiros auxilia  pessoas com deficiência auditiva a ouvir música
(imagem - foto do aplicativo Ludwig na tela de um tablet, publicada pela matéria, com os dispositivos que parecem um teclado de piano com cores diferentes em barra no fim delas)

Depois de se conhecerem em um curso de desenvolvimento de aplicativos, os campineiros Raphael Silva, 23, e Ivan Ortiz, 29, decidiram unir a programação à paixão em comum pela música para ensinar teoria musical para surdos. Deste encontro, nasceu o Ludwig, projeto de um aplicativo ainda em elaboração que usa imagens e vibração para tentar transmitir a experiência de ouvir música para pessoas que têm deficiência auditiva.

O aplicativo começou da melhor forma, quando foi exibido na semana passada pela Apple na abertura de seu congresso para desenvolvedores, em San Francisco nos Estados Unidos, de forma a demonstrar como esses pequenos softwares têm potencial para mudar o mundo.

Outras ferramentas brasileiras para pessoas com deficiência têm recebido distinções de grandes empresas como Microsoft e Google e de órgãos como a ONU. E o número de usuários não é desprezível. O Ludwig, cujo nome homenageia Beethoven (que compôs mesmo surdo em grande parte da vida), começará a ser oferecido gratuitamente até o final deste ano, com uma pulseira vibratória que será vendida por um preço ainda não definido.

Raphael Augusto da Silva, de 23 anos, surpreendeu ao aparecer no vídeo que homenageou os desenvolvedores, durante a palestra de Tim Cook. “Esse sentimento fantástico que a música me proporciona, eu quero que todos sintam. Mesmo os que não podem ouvir”. Com essa frase, no vídeo exibido no telão, Raphael apresentou seu Ludwig para toda a comunidade Apple.

Os protótipos do aparelho, que vibra em frequências diferentes conforme a nota tocada na interface (um piano virtual), foram construídos manualmente pelos desenvolvedores e já testados por surdos. "Um dos meninos, que é de uma família de músicos, mas não ouve desde os três anos, disse que a experiência era mesma de quando seu irmão tentou lhe ensinar violão", diz o idealizador Ortiz, que conta que a inspiração ocorreu a partir de um grupo de surdos da igreja de que faz parte.
Sabia que eles tinham contato com a música por meio da vibração, então discuti a ideia com meu primo, um intérprete de Libras [língua brasileira de sinais]". A partir daí, começaram a fazer os primeiros testes. Agora, Raphael diz que está organizando o grande número de propostas de parceria e de investimento que recebeu durante o evento da Apple. "Ainda vamos decidir qual estratégia financeira vamos adotar."

Segundo o Censo de 2010, quase um quarto (23,9% ou 45,6 milhões) da população brasileira diz ter algum tipo de deficiência, dos quais 9,7 milhões (5,1%) são parcial ou totalmente surdos.

FONTE - http://www.portaldepaulinia.com.br/regiao/noticias/30224-aplicativo-criado-por-campineiros-auxilia-pessoas-com-deficiencia-auditiva-a-ouvir-musica.html

quinta-feira, 4 de junho de 2015

CÉREBRO/IMUNOLOGIA - Pesquisadores dos Eua revelam relação das meninges e SNC com nossa imunologia

Pesquisadores descobrem ligação inédita entre o cérebro e o sistema imunológico

Pesquisadores da Universidade da Virginia, nos Estados Unidos, fizeram uma descoberta inédita, publicada na edição desta semana da revista Nature: pela primeira vez, cientistas perceberam que o cérebro é diretamente conectado ao sistema imunológico, por meio de veias até agora desconhecidas.
Cérebro
(imagem - foto da matéria com um cérebro colorido, projetado em uma tela, sendo observado por uma pessoa com um fone nos ouvidos, com as áreas cerebrais em cores diferentes, como parte de um mapeamento do SNC, fotografia colorida da Nature)
A descoberta aconteceu durante um estudo com ratos. O cientista Antoine Louveau desenvolvia um método para cortar as meninges (as membranas que cobrem o cérebro) do animal em um único pedaço, de forma a facilitar o estudo do tecido. 
Porém, durante o processo, ele percebeu no pedaço alguns padrões indicando que as células imunológicas haviam atingido as meninges por meio de veias. Depois de testes, Louveau descobriu que essas veias estavam ligadas no sistema linfático, que é parte do sistema imunológico.
"A primeira vez que esses caras me mostraram o resultado da pesquisa, eu disse apenas uma frase: 'Eles terão que mudar os livros de estudo'", disse Kevin Lee, diretor do departamento de neurociência da universidade da Virginia. 
Segundo Lee, o estudo "irá mudar fundamentalmente a forma como as pessoas enxergam a relação do sistema nervoso central com o sistema imunológico".
A descoberta dessas novas estruturas pode ter consequências nas pesquisas de doenças com componentes imunológicos, desde o Alzheimer até a esclerose múltipla. O estudo também pode ampliar os tratamentos existentes para essas doenças.
"Eu não acreditava que ainda havia estruturas no corpo humano que ainda não eram conhecidas. Eu achava que o corpo era todo mapeado", diz Jonathan Kipnis, um dos autores do estudo. "Acreditava que essas descobertas acabaram em algum momento do século passado. Mas,, aparentemente, elas não terminaram."
Fonte: Nature
http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/2015/06/pesquisadores-descobrem-ligacao-inedita-entre-o-cerebro-e-o-sistema-imunologico.shtml