sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

DOENÇAS RARAS/POLÍTICAS PÚBLICAS - Instituída a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no SUS

SUS passará a ter uma política voltada às pessoas com doenças raras

Agência O Globo
O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a ter uma política voltada às pessoas com doenças raras. Segundo o Ministério da Saúde, entre as ações previstas está a organização da rede de atendimento para diagnóstico e tratamento das cerca de oito mil doenças raras existentes. O SUS também passa a incorporar 15 novos exames de diagnóstico em doenças raras. Além disso, o Ministério da Saúde informou que investirá R$ 130 milhões para custeio das equipes de saúde dos serviços especializados

A portaria instituindo a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no SUS foi assinada nesta quinta-feira pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Com a medida, o SUS passa a classificar as doenças em quatro eixos, três deles abrangendo as que tem origem genética, e um com as doenças de origem não-genética. Segundo o ministério, para cada eixo haverá um conjunto de exames. Estima-se que 80% das doenças raras sejam genéticas.

Segundo o ministério, o SUS tem hoje 25 tratamentos protocolares e oferta de medicamentos para algumas doenças raras: Angiodema Hereditário, Deficiência de Hormônio do Crescimento (Hipopituitarismo), Doença de Gaucher, Doença de Wilson, Fenilcetonúria, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, ictioses hereditárias, síndrome de Turner, hipotiroidismo congênito e osteogêneses imperfeita.

"A política vai mudar não só a vida de quem vive com doenças raras e de seus familiares, como dos 200 milhões de brasileiros que dependem do Sistema Único de Saúde. Os profissionais terão que aprender a lidar com essa questão, os serviços de atendimento terão que se reorganizar e haverá a ampliação da atual estrutura", disse Padilha.

Doença rara é aquela que afeta até 65 pessoas para cada grupo de 100 mil pessoas. Segundo o Ministério da Saúde, entre 6% e 8% da população brasileiro têm alguma doença rara.
FONTE - http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=152802

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

MULHERES/VIOLÊNCIA - Criada a Comissão Permanente de Combate à Violência contra a Mulher

Congresso cria Comissão Permanente de Combate à Violência contra a Mulher

(imagem - Mortalidade de mulheres por agressões - um gráfico com a mortalidade de mulheres antes da Lei Maria da Penha, com uma linha decrescente, antes, em marrom, indo de 2001 até a metade de 2005, e começando a crescer, após queda maior em 2007, indo até 2011, com novo pico de mortalidade feminina. Fonte Estudo "Violência contra mulher: femicídios no Brasil; Ipea 2013 - Câmara )
O presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, promulgou no último dia 16 de janeiro a Resolução 1/14, que altera o Regimento Comum para criar a Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher.
A comissão foi solicitada pelos parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência Contra a Mulher, que encerraram seus trabalhos em 2013 com a apresentação de 13 projetos de lei, 1 projeto de resolução e mais de 70 recomendações a diferentes órgãos.
De acordo com a resolução, será competência da nova comissão:
  • diagnosticar as lacunas existentes nas ações e serviços da Seguridade Social e na prestação de segurança pública e jurídica às mulheres vítimas de violência;
  • apresentar propostas para consolidar a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres;
  • realizar audiências públicas;
  • solicitar depoimento de autoridades públicas e cidadãos; e
  • promover intercâmbio internacional para o aperfeiçoamento Legislativo.
A comissão funcionará até 2026 e será composta de 37 titulares, sendo 27 deputados federais e 10 senadores, com mandatos de dois anos.
fonte - http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/461137-CONGRESSO-CRIA-COMISSAO-PERMANENTE-DE-COMBATE-A-VIOLENCIA-CONTRA-A-MULHER.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email
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MULHERES, DIREITOS HUMANOS HOJE E SUA EXCLUSÃO, em tempos pastorais... http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2013/03/mulheres-direitos-humanos-hoje-e-sua.html


EDUCAÇÃO INCLUSIVA/AVANÇOS - Alunos com deficiência recebem atenção e investimentos em Dourados

Com atenção redobrada, Dourados faz inclusão de alunos especiais

Prefeitura investe para garantir a inclusão de alunos especiais na sala de aula e oferece programas no contraturno como o “Mais Educação” Com atenção redobrada, Dourados faz inclusão de alunos especiais
(Imagem - foto colorida de uma sala de aula, com uma professora no canto direito, com uma interprete de LIBRAS se comunicando no canto esquerdo, ambas em frente aos alunos vestidos de azul, com um quadro atrás delas - fotografia de A. Frota)
Prefeitura investe para garantir a inclusão de alunos especiais na sala de aula e oferece programas no contraturno, como o “Mais Educação”
Com o aumento do número de alunos especiais na medida em que Dourados cresce, a prefeitura investe para garantir a inclusão com educação de qualidade.
O trabalho da educação na administração do prefeito Murilo é tão bem avaliado que profissionais médicos estão recomendando que os pais façam a matrícula nas escolas públicas quando constatado algum tipo de deficiência na criança.
Em 2013 foram 472 alunos especiais matriculados nos Ceims (Centros de Educação Municipal) e escolas urbanas, indígenas e rurais, contra 386 alunos em 2012. O crescimento médio anual é de 15%, de acordo com a coordenadora do Núcleo de Educação Especial da Secretaria de Educação, a professora e psicóloga Terezinha Aparecida Piva Espósito.
São alunos com alguma deficiência física, visual, auditiva e autista que recebem toda a atenção do município. Terezinha conta que, quando necessário, é deslocado um profissional de apoio educacional, que atua como mediador entre o professor regente e o aluno especial. Esse profissional apóia o especial também na higiene, alimentação e locomoção nos casos necessários.
Para cuidar ainda melhor dos seus alunos especiais, a Prefeitura de Dourados mantém 29 SRM’s (Salas de Recurso Multifuncional) espalhadas pela cidade e que funcionam no contraturno. Ou seja, os especiais têm um programa de educação integral. O atendimento nessas salas, segundo Terezinha, é feito com base nas necessidades de cada aluno.
Na Escola Avani Fehlauer, que fica na Avenida José Roberto Teixeira, no Jardim Flórida I, funciona um programa de atendimento e orientação e ainda avaliação emocional para pais e alunos com deficiência visual.
Dois profissionais especializados no ensino de Libras garantem todo o apoio ao sistema de educação especial. A Secretaria de Educação também oferece três cursos por ano nessa linguagem, para capacitar os profissionais da área, um básico, um intermediário e outro avançado.
A prioridade gestão do prefeito Murilo é a educação, com foco no ser humano, na sua formação integral, preparando-o para viver bem em sociedade e com ótimo desempenho profissional no futuro. Por isso, o prefeito tem se preocupado em ampliar os programas “Mais Educação” e “Mais Cultura”, para garantir as atividades do contraturno para cada vez mais alunos.
Neste sentido, o trabalho de qualidade desenvolvido com os alunos especiais tem recebido diariamente o reconhecimento de profissionais da área da saúde e dos pais dos alunos.
“Ao observar algum comprometimento na criança, neuropediatras, psiquiatras, psicopedagogos, fisioterapeutas e outros profissionais da área medica têm recomendado aos pais fazer a matrícula na escola pública, pela qualidade da formação que é oferecida”, afirma Terezinha.
Na reunião que fazemos com os pais eles nos revelam que estão muito satisfeitos com o trabalho que vem sendo oferecido pelo município”, afirma a coordenadora. “Nós trabalhamos o aluno como um todo, como ser humano. Eles participam das festas, das atividades culturais, dos jogos; enfim, Dourados faz a verdadeira inclusão dos seus especiais”.  *(o DefNet não concorda com o uso do termo 'nossos especiais', mas sim que sejam tratados como cidadãos e cidadãs com deficiência, e tratados terminologicamente como alunos com deficiências)
FONTE - http://www.agorams.com.br/jornal/2014/01/com-atencao-redobrada-dourados-faz-inclusao-de-alunos-especiais/
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A INCLUSÃO ESCOLAR AINDA USA FRALDAS? http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/07/inclusao-escolar-ainda-usa-fraldas.html

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

EDUCAÇÃO INCLUSIVA/DEFICIÊNCIA INTELECTUAL - Software muda conceitos na alfabetização e inclusão escolar

Nova ferramenta muda conceitos para alfabetização de deficientes intelectuais

Software é sucesso nas escolas do DF e deve ser distribuído pelo governo para mais de 90 mil escolas

imagem - foto colorida de uma pessoa com síndrome de down, o jovem estudante/ator Antônio da Silva Filho, no canto esquerdo, com a mão em um mouse, ao lado do Professor Wilson Veneziano, que aponta para uma tela com o software, fotografia de divulgação Alan Sampaio/IG Brasilia)

A Universidade de Brasília (UnB) criou – e distribui gratuitamente – uma ferramenta inovadora para alfabetizar jovens e adultos com deficiência intelectual. Fugindo de métodos tradicionais e da infantilização, comuns nos materiais convencionais usados nesse processo, o software educacional auxilia os professores a ensinar palavras, expressões e até códigos matemáticos a esses estudantes. Sucesso nas escolas de Brasília, o programa deve ser distribuído no País.

O Ministério da Educação pretende entregar a ferramenta a mais de 90 mil escolas públicas. Por enquanto, está analisando como distribuir o software. Para os criadores do material, esse trabalho será simples. O programa foi elaborado para rodar em qualquer computador (sem a necessidade de muita memória ou tecnologia muito avançada) e as explicações sobre os exercícios são fáceis.

Nosso desafio era produzir uma ferramenta que não fosse pesada e pudesse ser usada em computadores mais simples. Nosso objetivo sempre foi distribuir o software gratuitamente às famílias, organizações não-governamentais e escolas”, conta Wilson Henrique Veneziano, professor do Departamento de Ciência da Computação da UnB e coordenador do projeto. Até aqui, ele e a idealizadora pedagógica da ferramenta, Maraísa Helena Pereira, pagaram tudo do próprio bolso.

Maraísa trabalha há 23 anos com alfabetização de adolescentes e jovens com deficiência intelectual. Sentia, no trabalho diário, a falta de materiais mais específicos e menos infantis. “Havia uma lacuna para esse público. Esses estudantes adoram tecnologia, mas não sabem o significado das letras do teclado, por exemplo. Eles querem se comunicar. Comecei a desenhar as primeiras com base na minha experiência prática mesmo”, conta.

Para tirar as ideias do papel, a professora de ensino especial da Secretaria de Educação do Distrito Federal procurou o Departamento de Ciência da Computação da UnB. Veneziano e alguns estudantes do curso de licenciatura em Computação encararam o desafio. “Dois alunos ficaram encantados com a possibilidade de fazer algo diferente para a conclusão do curso. Não é uma monografia que fica na prateleira e não tem valor social prático”, ressalta Maraísa.
Alfabetização social
Apelidado de Participar, o primeiro software construído por eles ficou pronto em 2011. Aos poucos, Maraísa começou a utilizar a ferramenta com seus alunos e apresentar a outros colegas. Logo, várias escolas públicas da capital estavam utilizando o material como apoio às aulas (hoje, são 750). As Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de todo o país distribuíram aos colégios especializados vinculados a elas.
A nova versão do programa, lançada neste início de ano, oferece mais lições e exercícios, que ensinam os estudantes a compreender as letras do teclado, formar palavras e os estimulam a bater papo com outros jovens, participar de redes sociais. Todas as atividades são sugeridas em mais de 600 vídeos gravados por estudantes com Síndrome de Down. “Eles se enxergam como pares e se sentem capazes também, já que quem está passando a lição é outro colega”, comenta Maraísa.
A proposta dos criadores do programa é contribuir, sobretudo, para a inserção social desses jovens. A pedagoga faz questão de ressaltar que a ferramenta não é para “letramento” dos alunos, mas para inserir o estudante em uma vida social e no mundo da tecnologia. “É uma comunicação alternativa. Queríamos que eles participassem do mundo”, diz. Nas escolas do DF, as tarefas são feitas no contraturno das aulas regulares. Todas as atividades têm orientações para os professores.
A nova versão do Participar possui lições de acentuação e pontuação. Um novo software, o Somar, também será lançado em breve para ajuda-los a aprender matemática. De novo, a proposta é colocá-los em condição de participar da vida prática. “É uma ferramenta construída com, por e para os alunos. Mas não tinha noção que pudesse ter tamanha repercussão. Além das três mil Apaes que já usam o material, o MEC agora quer distribuir para mais escolas. Nosso objetivo era atingir quem precisa”, afirma a pedagoga.
Na opinião de Maria Margarida Romeiro Araújo, mãe de um dos atores que gravaram os vídeos, o material precisa se espalhar. Ela e o filho, Antonio Araujo da Silva Filho, 34 anos, visitam escolas e divulgam a ferramenta. “A coisa mais importante na vida de uma pessoa é a alfabetização. O Tonico tem qualidade de vida, uma vida social, por causa disso. Procuro colaborar ao máximo, porque o método é excelente e nem todas as crianças tiveram a oportunidade do Tonico para aprender”, diz.
Ao contrário do que se fazia à época do nascimento de Antonio, o Tonico, Margarida nunca escondeu o filho do mundo. Procurou todas as atividades – terapia, equoterapia, fonoaudiologia, psicomotricidade, fisioterapia – possíveis para ajudá-lo a se desenvolver. “Eu fiz o contrário. Contava pra todo mundo, para descobrir as melhores atividades. O Tonico estudou até a 8ª série. Hoje, ele pinta, vende os próprios quadros, tem conta no banco, usa o próprio cartão”, fala.
Futuro
Qualquer interessado pode fazer o download do programa no site http://www.projetoparticipar.unb.br/. Em breve, o Somar também estará disponível. Alguns países africanos de língua portuguesa solicitaram a utilização do material e, em audiência com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ele sugeriu que a ferramenta fosse traduzida para o espanhol e partilhada com outros países da América Latina.
Veneziano garante que a metodologia tem potencial para ser expandida em mais versões que permitam uma alfabetização completa desses jovens. A limitação agora é financeira. Os dois professores já chegaram ao limite do que poderiam gastar do próprio bolso com o projeto. “A gente precisa que o governo assuma isso para dar continuidade. O mais caro foi feito”, pondera Maraísa
fonte - http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-01-26/nova-ferramenta-muda-conceitos-para-alfabetizacao-de-deficientes-intelectuais.html
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CARTA A UM JOVEM COM SÍNDROME DE DOWN NA UNIVERSIDADE http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/02/carta-um-jovem-com-sindrome-de-down-na.html

domingo, 26 de janeiro de 2014

ACESSIBILIDADE/AEROPORTOS/AVIAÇÃO - Atendimento e direitos na hora de viajar de avião

Anac obriga companhias aéreas a obedecer regras de acessibilidade

Idosos, grávidas, pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida ou com bebê de colo têm direito a atendimento especial.


Uma resolução da Agência Nacional de Aviação Civil obriga aeroportos e companhias aéreas a obedecer a algumas regras pra melhorar o serviço aos passageiros que precisam de atendimento especial.

Percorrer o saguão, ir à sala de embarque, chegar ao avião. Para os passageiros com necessidade de assistência especial isso vai ficar mais fácil.
Quando a gente está com criança, carrinho e várias malas é um transtorno. Às vezes não tem a rampa, ainda tem que pegar um ônibus, não tem como subir no ônibus carregando as bolsas de mão”, conta a psicóloga Patrícia Laguardia.
Idosos, grávidas, pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida ou com bebê de colo têm direito a atendimento especial. O embarque e o desembarque só podem ser feitos por pontes de acesso acopladas à aeronave, ou por um elevador. As companhias aéreas e administradores dos aeroportos precisam ainda ter profissionais treinados para atender este público. 
Seu Crisolon Terto Vilasboas e outros amigos cegos foram barrados em um voo em 2013. “Voltando de um torneio de xadrez nós fomos barrados já na sala de embarque, sob a alegação de que mais de um deficiente visual na aeronave trazia risco ao voo. Embarcamos, cada um, em voos separados no outro dia”, conta o analista de sistemas.
A resolução também determina que as companhias aéreas não podem limitar nos voos o número de assentos para pessoas com alguma necessidade especial. Quando o passageiro não puder viajar sozinho, a empresa deve disponibilizar um acompanhante ou cobrar até 20% do valor do bilhete para que o passageiro leve alguém.
Ele tem que se declarar pessoa com deficiência na compra do bilhete. Ele tem que dizer se precisa ou não de um acompanhante. Ele tem prazos para fazer isso, inclusive a companhia aérea tem prazo pra aceitar ou não esse acompanhante”, explica Ana Lúcia de Oliveira, Com. Defesa Dir. da Pessoa com Deficiência.
Carlos Alberto Ribeiro Pena tem problemas de locomoção. Ele passou todas as informações para a companhia aérea e, na chegada ao Aeroporto de Confins, desembarcou sem problemas. “Eu tinha requisitado uma cadeira de rodas, eles me puseram na cadeira e trouxeram até aqui. Isso facilita muito para a gente viajar”, diz.
FONTE - http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/01/anac-obriga-companhias-aereas-obedecer-regras-de-acessibilidade.html
VEJA panfleto ( em PDF) - ACESSIBILIDADE - ANAC http://www2.anac.gov.br/dicasanac/pdf/novo/anac_panfleto_acessibilidade.pdf

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

PSIQUIATRIA/HISTÓRIA - Como manter a Saúde Mental em lugares insanos e psicopatologizantes?

Experimento sobre saúde mental que mudou a psiquiatria completa 40 anos.

Grupo simulou sintomas de esquizofrenia para ser internado em hospitais. Objetivo era descobrir se psiquiatras perceberiam normalidade.

(imagem - foto em preto e branco com uma enfermeira utilizando uma máquina para administrar choques em um paciente sentado, em uma cadeira reclinavél, e ligadoà máquna por alguns eletrodos  conectados com seus braços- fotografia da internet)
Um experimento psicológico publicado na revista Science há 40 anos mudou a psiquiatria mundial. Conduzido pelo professor de Stanford David Rosenhan, o estudo ‘Sobre ter saúde mental em lugares insanos’ aborda a maneira esquemática como os indivíduos fazem julgamentos a respeito de pessoas de uma determinada comunidade.
O próprio pesquisador e mais três psicólogos, um pediatra, um pintor, um estudante e uma dona de casa simularam sintomas de esquizofrenia para serem internados em hospitais psiquiátricos de renome. Após a internação, eles se comportaram de maneira absolutamente normal e se dedicaram a anotar o que acontecia e a fingir que tomavam a medicação.
O objetivo era descobrir se os psiquiatras perceberiam que eles não eram loucos. O experimento concluiu que não. Alguns dos falsos pacientes chegaram a ficar internados por 52 dias e, após receberem alta, foram diagnosticados como “esquizofrênicos em remissão”. Segundo a pesquisa, os únicos que detectaram que eles não tinham problemas mentais foram os verdadeiros pacientes dos hospitais: quase um terço chegou a afirmar que eles deveriam ser jornalistas, pesquisadores ou fiscais. 
FONTE - http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2014/01/experimento-sobre-saude-mental-que-mudou-psiquiatria-completa-40-anos.html  (veja um vídeo da experiência neste link)
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SAÚDE MENTAL? QUANDO INTERNAMOS OS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL? http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/11/saude-mental-quando-internamos-os.html

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

EQUOTERAPIA/LEGISLAÇÃO - Projeto de lei aprova a prática de equoterapia na Câmara

Comissão aprova regulamentação da prática da equoterapia


A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou projeto de lei (4761/12) que regulamenta a prática da equoterapia, ou seja, método de reabilitação que utiliza o cavalo em abordagem interdisciplinar, voltado para o desenvolvimento da pessoa com deficiência.
A equoterapia pode ser feita várias vezes por semana, não havendo limite de idade, cujos resultados aparecem já nas primeiras sessões.
(imagem - foto colorida de um menino segurando com os cotovelos uma bola, montado em um cavalo, com um lindo sorriso em sua sessão de equoterapia - fotografia TV Integração)
O texto aprovado é o substitutivo da deputada Nilda Gondim (PMDB-PB), que alterou o projeto para definir que os centros de equoterapia deverão contar com equipe de apoio composta essencialmente por fisioterapeuta, psicólogo e profissional de equitação e uma consultoria de médico e médico veterinário, sem, contudo, com a obrigatoriedade de tempo integral. “Tanto o médico quanto o médico veterinário não participam das sessões de equoterapia, somente estão relacionadas a avaliação de indicação ou contra indicação da prática e da saúde do animal.”
Curso específico
O substitutivo também exige que a equipe de apoio tenha curso específico em equoterapia, e que, além desses profissionais essenciais ligados diretamente ao método de reabilitação, a equipe poderá ser integrada por pedagogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e professor de educação física, vez que inserido na área de exercício físico.
Além disso, a relatora incluiu no texto a exigência de que essa terapia de reabilitação seja feita com cavalo exclusivo para a equoterapia, “pelo simples fato que o animal tem adestramento específico para a atividade, vez que cada raça de equino possui características próprias, sendo a docilidade do animal fundamental para segurança e obtenção dos resultados esperados”, assinalou a deputada.
O texto aprovado exige ainda que a remoção do acidentado somente ocorrerá em localidades onde não haja serviço de atendimento móvel de urgência – Samu e/ou atendimento similar. “Observando-se que somente pessoas com capacitação profissional poderão assistir e dar ao acidentado o primeiro atendimento.”
A deputada também sugeriu nova redação por considerar as dificuldades geralmente enfrentadas pelos municípios que se encontram mais distantes das unidades estaduais de vigilância sanitária, cujos agendamentos para vistoriais locais acabam se arrastando meses afora, para que o órgão fiscalizador realize os procedimentos de praxe e, por conseguinte, libere o alvará. “Por isso facultamos a possibilidade de intervenção do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) para emitir o laudo técnico atestando as condições de higiene das instalações e sanidade dos animais.”
Além disso, a relatora acatou sugestão da Associação Nacional de Equoterapia (Ande), substituindo o termo “esporte” por “equitação”, vez que a palavra “esporte” no meio equestre engloba diversas modalidades (Tambor, Baliza, Polo, Salto, Vaquejada, Adestramento, etc), enquanto equitação (como a arte de montar a cavalo). “No contexto do projeto de lei é direcionada ao desenvolvimento biopsicossocial da pessoa com deficiência.”
Tramitação
O projeto segue para tramitação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania em caráter conclusivo.

Íntegra da proposta:

Da Redação - RCA


fonte - http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/460788-COMISSAO-APROVA-REGULAMENTACAO-DA-PRATICA-DA-EQUOTERAPIA.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email

sábado, 18 de janeiro de 2014

CÂNCER DE MAMA/EXAMES - Novo aparelho usa ondas sonoras e água e não Raio X

Nova máquina detecta câncer de mama sem a utilização de raios X

Utilizando ondas sonoras e um tanque de água, o SoftVue localiza rapidamente qualquer indício de tecido canceroso nos seios das pacientes
Nova máquina detecta câncer de mama sem a utilização de raios X
*(imagem- fotografia colorida de divulgação do aparelho SoftVue, com uma mulher deitada, de bruços sobre ele, com outra pessoa, em pé, uma mulher que acompanha em uma tela ligada no aparelho a realização do exame das mamas -Fonte da imagem: Divulgação/Delphinus Medical Technologies )

Pode parecer irônico, mas realizar uma mamografia utilizando raios X pode justamente desenvolver o tumor que tantas mulheres procuram evitar ao efetuar o exame. Pensando nesse problema, a Delphinus Medical Technologies desenvolveu o SoftVue, uma máquina que consegue identificar o câncer de mama por meio de ondas de som em um tanque de água – trazendo assim mais segurança durante a prevenção desse problema que tanto preocupa as mulheres.
O novo mecanismo também é mais confortável para as pacientes, que não precisarão comprimir os seios para realizar o exame. A mulher precisará se deitar de bruços em uma mesa sobre água morna, posicionando as mamas sobre duas pequenas aberturas. As ondas sonoras passarão pelo interior do tanque, e, através do eco do som emitido, será possível identificar o tumor maligno na paciente.
Segundo a fabricante da nova máquina, o tecido canceroso libera uma resposta diferente quando entra em contato com as ondas sonoras, e o SoftVue pode detectar esse sinal e identificar o local afetado. A operação dura dois minutos para cada seio examinado, e uma câmera dentro do tanque permite rapidamente mostrar com a posição do câncer de mama.
Além de tudo, a máquina não requer nenhum operador especializado, realizando todo o processo por conta própria. Resta saber, no entanto, se uma alternativa tão segura e confortável estará disponível em pouco tempo e de forma acessível para o público feminino.

fonte: http://www.tecmundo.com.br/medicina/49291-nova-maquina-detecta-cancer-de-mama-sem-a-utilizacao-de-raios-x.htm#ixzz2qlSryFf6

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

CÂNCER/PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - O chamado 'Homem-Elefante' poderá ajudar nas pesquisas de câncer

Restos mortais de homem-elefante podem ajudar a desvendar causas do câncer

Uma análise dos restos mortais de Joseph Carey Merrick, mais conhecido como o "Homem-Elefante", pode ajudar a desvendar as causas do câncer, afirmam cientistas britânicos.
Joseph Merrick | Crédito: BBC
(imagem - uma fotografia de Jonh Merrick, com as "deformidades" cranianas geradas por sua doença rara, a Neurofibromatose, com tom sépia, como foto muito antiga sem definição precisa do retratado, visto de perfil, divulgação BBC)

Nascido na Inglaterra em 1862, Merrick sofria de uma forma severa de uma doença que provocava o crescimento excessivo de seus ossos e tecidos. (Informa o DefNet: Merrick tinha a condição de doença rara chamada Neurofibromatose, associada à Síndrome de Proteus  vide: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Proteus)

O apelido "Homem Elefante" veio das deformidades físicas decorrentes de sua condição que, não raro, atraíam o olhar de curiosos na segunda metade do século 19 e o tornaram em uma celebridade na Grã-Bretanha vitoriana.
Antes de morrer, aos 27 anos, Merrick doou seu corpo à ciência, mas, até hoje, pouco se sabe sobre as causas de sua doença. Tentativas anteriores de extrair o seu DNA fracassaram uma vez que seu esqueleto ainda estava sendo higienizado.
Agora, amparados por novas tecnologias, cientistas da Universidade Queen Mary, em Londres, onde o esqueleto do inglês está armazenado, acreditam que a rara condição do "Homem Elefante" possa ajudá-los a entender como as células cancerígenas se formam.
"Merrick sofria de uma doença que provocava o crescimento excessivo de partes de seu corpo, daí a comparação com um elefante", explica o professor Richard Trembath, coordenador do estudo.
"Mas outras partes de seu corpo apresentavam uma aparência normal e isso revela muito sobre os fundamentos da formação da célula, ou seja, como uma célula cresce e quanto ela para de crescer", acrescenta.
A pesquisa começou faz pouco tempo, mas os cientistas já demonstram entusiasmo com a possibilidade das descobertas.
"Não acredito que o estudo levará à cura do câncer, mas penso que a pesquisa ampliará o nosso conhecimento sobre a má formação celular", prevê Trembath.

Do circo à corte

Joseph Merrick foi uma figura bastante conhecida na Inglaterra vitoriana. Vítima de humilhações públicas e rejeitado pela madrasta devido à sua aparência física, ele decidiu sair de casa ainda adolescente.
Sem dinheiro, sobreviveu de pequenos bicos em apresentações circenses, nas quais era anunciado como uma das atrações de shows de aberrações.
Rapidamente, rumores sobre sua condição espalharam-se pelo Reino Unido e atraíram a atenção da alta sociedade vitoriana.
Alexandra da Dinamarca, futura rainha consorte, interessou-se pelo caso, fazendo com que outros membros da Corte também compartilhassem do mesmo interessante.
Devido à sua popularidade, Merrick chegou a se tornar próximo da Rainha Vitória (1819-1901), trisavó da atual Rainha Elizabeth 2ª do Reino Unido.
Por muito tempo, médicos acreditavam que o inglês sofria de um tipo raro de elefantíase, mas pesquisas recentes concluíram que Merrick teria sido portador da Síndrome de Proteus, cujas causas ainda não são totalmente conhecidas.
A doença, que deriva do nome do deus grego capaz de assumir formas monstruosas, consiste no crescimento exagerado e patológico da pele.
Em 1980, a vida de Joseph Merrick foi tema do filme O Homem Elefante, dirigido por David Lynch e estrelado por Anthony Hopkins.
FONTE - http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140107_homem_elefante_pesquisa_lgb.shtml
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VULNERAÇÃO E MÍDIA NO COTIDIANO DAS DEFICIÊNCIAS http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/04/vulneracao-e-midia-no-cotidiano-das.html

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

ALZHEIMER/PESQUISAS - Pesquisadores da Unicamp/Usp procuram resposta para resistências diferenciadas à doença

Mentes Persistentes

Pesquisadores querem entender o que faz o cérebro de algumas pessoas resistir aos efeitos do mal de Alzheimer
IGOR ZOLNERKEVIC | Edição 215 - Janeiro de 2014
(imagem - representação de um sistema nervoso central, com referência às áreas mais afetadas pelo desenvolvimento da doença, com o córtex, o hipocampo e a amídala, com esquema sobre o processo de diferenciação de perdas neuronais e sintomas para cada tipo de cérebro pesquisado, com três cérebros diferentes no alto, com cores diferentes - desenho de Ana Paula Campos - Revista Pesquisa).
Os cérebros de quatro senhoras com idades entre 80 e 82 anos que morreram recentemente em São Paulo contam um pouco mais sobre a complexidade do mal de Alzheimer. Amostras desses cérebros, doados ao banco de encéfalos da Universidade de São Paulo (USP), foram analisadas ao microscópio e revelaram o amontoado de placas e emaranhados de proteínas que são a marca típica dos estágios avançados do Alzheimer. Era de esperar, portanto, que essas mulheres tivessem sofrido na última década de vida sérios problemas de perda de memória e de cognição, como dificuldade de se expressar e de perceber o espaço a sua volta. Entrevistas com familiares e cuidadores das idosas, porém, provaram que elas viveram lúcidas até o fim.
“Ninguém entende exatamente por que essas pessoas não desenvolveram demência”, admite o neuroanatomista Carlos Humberto Andrade-Moraes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Seu doutorado, feito sob a supervisão do neurocientista Roberto Lent, da mesma universidade, é o primeiro no mundo a analisar o número total de células do cérebro de idosos conhecidos como doentes de Alzheimer assintomáticos. O estudo, publicado com outros pesquisadores da UFRJ e da USP em dezembro na Brain, concluiu que o número de neurônios dos assintomáticos é praticamente igual ao de idosos saudáveis, diferentemente do que se vê no cérebro de pessoas com Alzheimer que desenvolvem demência, a perda de memória e da capacidade cognitiva. Na demência há uma redução drástica de neurônios no hipocampo e no córtex, as regiões cerebrais responsáveis pela consolidação da memória e pelo raciocínio.
Em média, uma em cada 10 pessoas com mais de 65 anos apresenta os sinais clínicos do Alzheimer. A doença se manifesta primeiro com pequenos deslizes de memória, que com o tempo ficam mais frequentes, seguidos de falhas no julgamento moral, na percepção do espaço e do tempo e do aumento na dificuldade de se comunicar. A sobrevida média é de oito anos, ao longo dos quais os sintomas se agravam até a incapacitação total.
Há algum tempo se sabe que a demência é provocada pela destruição das sinapses, os trilhões de conexões entre os 86 bilhões de neurônios, as células cerebrais que armazenam e transmitem informações, das quais emergem as memórias e os pensamentos. Um neurônio saudável recebe até 10 mil sinapses de outros neurônios, trocando sinais elétricos e substâncias que o mantêm vivo. Impedidos de manter as sinapses no Alzheimer, os neurônios atrofiam e morrem. Como consequência, o volume do hipocampo e a espessura do córtex diminuem, o que pode ser visto em imagens de ressonância magnética. Segundo o neurologista Márcio Balthazar, que atende pessoas com Alzheimer no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), as neuroimagens podem ajudar no diagnóstico da doença, mas ainda não substituem os testes laboratoriais, clínicos e psicológicos.
Em parceria com o neurologista Fernando Cendes, da Unicamp, Balthazar e seus colaboradores vêm apostando no aperfeiçoamento de uma nova forma de identificar o Alzheimer precocemente: o uso de neuroimagens para avaliar a atividade cerebral, e não apenas a anatomia. A ideia é observar em imagens de ressonância magnética funcional a atividade do cérebro quando os pacientes estão relaxados, sem pensar em nada. “Mesmo com a pessoa em repouso, vemos que algumas áreas do cérebro são ativadas simultaneamente, pulsando em uma mesma frequência, o que sugere que sejam grupos de neurônios se comunicando”, explica Balthazar. “Uma pessoa com Alzheimer tem essa rede menos conectada.”
Em artigo publicado em novembro na Psychiatric Research: Neuroimaging, o grupo da Unicamp conseguiu distinguir com cerca de 70% de acerto as neuroimagens da atividade cerebral em repouso de pessoas com sintomas moderados de demência daquelas de idosos saudáveis. Os pesquisadores observaram ainda uma relação entre as falhas de conexão da rede e o grau de perda de memória.
Quanto mais cedo melhorEsperamos aperfeiçoar o método para realizar o diagnóstico cada vez mais precocemente”, conta Balthazar. Apesar de o Alzheimer permanecer sem cura, quanto antes o diagnóstico for feito mais eficazes são as intervenções que aliviam os sintomas: o uso de inibidores de acetilcolinesterase e a realização de terapia ocupacional, reabilitação psicológica e atividade física, além do planejamento da família para o futuro.
Como a demência senil pode ter outras causas – problemas vasculares e outras doenças degenerativas –, o diagnóstico do Alzheimer em geral só é confirmado após a morte. A autópsia do tecido cerebral revela um excesso das chamadas placas neuríticas, ancoradas em ramificações dos neurônios, e dos emaranhados neurofibrilares, no interior dos neurônios atrofiados. Esses sinais são encontrados especialmente no hipocampo e no córtex cerebral. Até alguns anos atrás, a maioria dos pesquisadores acreditava que as placas neuríticas eram as responsáveis pelas disfunções sinápticas. Mas estudos recentes feitos pela equipe da neurocientista Fernanda De Felice e do bioquímico Sergio Teixeira Ferreira, ambos da UFRJ, vêm demonstrando que as placas, apesar de tóxicas, não são a causa principal da eliminação das sinapses e da morte dos neurônios (ver Pesquisa FAPESP n. 157).
De fato, as placas são formadas pelo acúmulo de pequenas moléculas de beta-amiloide. Normalmente produzida pelo cérebro, essa proteína sofre deformações no Alzheimer. Muitos pesquisadores, porém, hoje acreditam que são amontoados bem menores de beta-amiloide – os oligômeros, capazes de se difundir para dentro e para fora dos neurônios – os responsáveis por interferir nas sinapses. Outras pesquisas sugerem que esses oligômeros também formam os emaranhados neurofibrilares, que impedem o transporte de substâncias dentro dos neurônios e contribuem para a sua morte. Segundo esse raciocínio, a formação das placas seria uma tentativa do organismo de varrer os oligômeros para fora das células e para longe das sinapses. “As placas seriam protetoras e não causadoras da demência”, diz Andrade-Moraes.
A descoberta dos doentes de Alzheimer assintomáticos reforçou essa hipótese. As primeiras descrições desses casos surgiram em estudos que acompanharam centenas de idosos nos Estados Unidos. A comparação dos exames clínicos a que essas pessoas eram submetidas periodicamente com a análise de seus cérebros após a morte revelou que de 25% a 40% dos casos diagnosticados histologicamente como sendo Alzheimer não haviam desenvolvido demência. “Embora permaneça duvidoso se esses indivíduos continuariam clinicamente normais se tivessem vivido mais tempo, eles parecem ter sido capazes de compensar ou atrasar o aparecimento dos sintomas de demência”, escreveu em 2012 o neuropatologista Juan Troncoso, da Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos, um dos primeiros a chamar a atenção para os pacientes assintomáticos.
Segundo Andrade-Moraes, antes do estudo publicado na Brain nenhum trabalho sobre o impacto do Alzheimer no número de células do cérebro havia comparado indivíduos com e sem demência. “Queríamos saber se os assintomáticos teriam alguma alteração na composição das células cerebrais”, ele diz.
A pesquisa foi feita em parceria com a equipe da neuropatologista Lea Grinberg, coordenadora do Banco de Encéfalos Humanos da USP, que, além de analisar os cérebros de idosos mortos em São Paulo, investiga, por meio de questionários com familiares e cuidadores, como era o desempenho cognitivo dessas pessoas até 10 anos antes de sua morte.
Os pesquisadores da USP e da UFRJ selecionaram 14 cérebros de mulheres que morreram entre os 71 e os 88 anos (a prevalência do Alzheimer é um pouco maior entre as mulheres). Cinco tinham um nível de placas considerado normal para a idade, enquanto as demais apresentavam o excesso característico do Alzheimer. Dessas últimas, cinco apresentavam sinais de demência e quatro eram assintomáticas.
Menos neurônios, mais gliaOs cérebros foram processados na UFRJ em uma máquina, o fracionador isotrópico automático, construído pela equipe de Lent (ver Pesquisa FAPESP nº 192). A máquina transforma porções de cérebro em uma suspensão homogênea, contendo o núcleo das células. Anticorpos coloridos que se ligam ao núcleo dos neurônios permitem distingui-los das demais células do cérebro, as células da glia.
Como esperado, o hipocampo das mulheres com demência tinha metade do número de neurônios encontrado no hipocampo das saudáveis e das assintomáticas – aquelas com demência também tinham menos neurônios no córtex todo. Ao mesmo tempo, o cérebro das pessoas com demência tinha uma proporção maior de células da glia. “Essas células aumentam de número para proteger os neurônios, mas com o progresso da doença provocam uma inflamação que piora os sintomas de demência”, explica Andrade-Moraes. Ele, porém, não encontrou diferença significativa -– no número de neurônios e de células da glia – entre o cérebro de idosos saudáveis e o de idosos com Alzheimer assintomáticos.
Os assintomáticos devem possuir algum mecanismo fisiológico desconhecido que protege suas redes de neurônios dos efeitos dos oligômeros”, suspeita. “Algo afasta os oligômeros das sinapses, agregando-os rapidamente em placas.”
Para ele, um candidato a explicar esse mecanismo é a atuação mais eficiente da insulina no cérebro dos assintomáticos. Diferentemente do que ocorre em outros órgãos, o papel da insulina no cérebro parece não ser o controle do metabolismo de açúcar, mas a consolidação da memória e a formação de novas sinapses. Experimentos in vitro e com animais feitos por Fernanda De Felice e Sérgio Ferreira vêm demonstrando que a insulina protege os neurônios da ação dos oligômeros. Em artigo publicado em dezembro na Cell Metabolism, eles apresentaram novos mecanismos neuronais que provocam a perda de sinapses em camundongos e macacos com sinais semelhantes aos de Alzheimer. Parte do doutorado de Mychael Lourenço, esse trabalho mostrou ainda que um remédio usado para tratar diabetes tipo 2, a liraglutida, bloqueou os danos neuronais em modelos animais de Alzheimer. Atualmente uma equipe do Imperial College de Londres testa a liraglutida em 200 pessoas com Alzheimer.
Outra hipótese é que os assintomáticos possuem uma maior reserva cognitiva, talvez resultado de uma rede de sinapses mais complexa do que a dos que desenvolvem demência. Essa reserva permitiria resistir mais aos efeitos dos oligômeros. Essa ideia vem da observação de que os assintomáticos costumam ser pessoas com um nível de escolaridade maior ou que aprenderam a falar e a escrever cedo na infância. Na Unicamp, Balthazar tenta confirmar o efeito protetor da reserva cognitiva comparando a conectividade das redes neuronais em pacientes idosos com diferentes graus de escolaridade, hábitos de leitura e vida social. 
ProjetosInstituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia – Brainn (n° 2013/07559-3);Modalidade Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid); Coord. Fernando Cendes – FCM/Unicamp; Investimento R$ 13.621.302,32 (FAPESP).
Artigos científicosANDRADE-MORAES, C.H. et al. Cell number changes in Alzheimer’s disease relate to dementia, not to plaques and tangles. Brain. dez. 2013.
LOURENCO, M.V. et al. TNF-  Mediates PKR-dependent memory impairment and brain IRS-1 inhibition induced by Alzheimer’s ß-amyloid oligomers in mice and monkeys. Cell Metabolism. 3 dez. 2013.
BALTHAZAR, M.L. et al. Whole cortical and default mode network mean functional connectivity as potential biomarkers for mild Alzheimer’s disease. Psychiatry Research. 11 nov. 2013.
fonte - http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/01/13/mentes-persistentes/
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ALZHEIMER NÃO É UMA PIADA, mas pode ser poesia de vida http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/06/alzheimer-nao-e-uma-piada-mas-pode-ser.html

sábado, 11 de janeiro de 2014

CEGOS/TECNOLOGIA ASSISTIVA - Aplicativo criado na Itália usa mitologia para ajudar na cegueira

[Aplicativo Arianna ajuda deficientes visuais a andar em ambientes fechados]
Projeto foi inspirado em um história da mitologia grega e criado na Itália
A vida de um deficiente visual não é fácil e num mundo cheio de telas pode parecer que tudo fica pior, mas na verdade existem centenas de aplicativos para smartphones que ajudam o acesso de deficientes visuais a todos os tipos de informações muito mais facilmente do que seria possível sem a tecnologia.
Aplicativo Arianna ajuda deficientes visuais a andar em ambientes fechados
(imagem - uma representação de uma via pública com piso tátil em verde, com círculo pintado de vermelho em torno de uma árvore, no campo visual à direita, com uma figura representativa de um homem cego em preto, no qual estão desenhados um celular , uma câmera, um sensor e uma onda esquematizada, como funcionaria o aplicativo para orientar e avisar à pessoa dos obstáculos, barreiras e objetos na calçada - de mobile expert)

Entre esses aplicativos e recursos podemos citar os livros em áudio, apps que reconhecem cores e utilizam a voz de uma assistente virtual, entre vários outros recursos de usabilidade que estão presentes em smartphones e tablets. Existem até mesmo aplicativos que dão instruções de direção, igual ao GPS, mas para os deficientes visuais nem todos cumprem a proposta tão bem como eles precisam. E além disso, sistemas de GPS não funcionam em ambientes fechados como casas e lojas.
 
Porém um solução criada por Pierluigi Gallo e pela Universidade de Palermo na Itália oferece ajuda na navegação em qualquer tipo de ambiente fechado e que não tem nenhum tipo de distração de áudio ou a necessidade de GPS. A ideia é surpreendentemente simples e se baseou na história da mitologia grega entre Ariadne e Teseu.
 
No mito, Teseu se oferece para matar Minotauro, que vive em um labirinto na ilha de Creta. Para ajudá-lo, Ariadne lhe dá uma espada e um novelo de linha para que ele solte o fio pelo caminho e depois de matar o monstro, consiga retornar do labirinto. 
 
A ideia do pessoal da Universidade de Palermo se aproxima da história e o aplicativo é chamado de Arianna, o nome Italiano para Ariadne e que também é uma abreviação para pAth Recognition for Indoor Assisted NavigatioN with Augmented perception. A ideia deles é fazer o mapeamento de uma rota por uma casa ou prédio utilizando fita adesiva colorida no chão.
 
Em um ambiente mapeado, o usuário aponta a câmera do celular para o chão e põe o dedo sobre a tela, o usuário precisa fazer um movimento com a câmera e então ele escaneia o caminho. Enquanto isso o aplicativo analisa os quadros produzidos pela câmera e detecta a linha conforme ela se move na tela. QR Codes colocados no chão podem dar ao usuário outras informações, como a localização de lugares como banheiros, bebedouros de água, lojas e assim por diante.
 
Eles já testaram o projeto em dezembro e disseram que funciona muito bem, porém já planejam algumas novidades para o futuro. Uma das ideias é usar linhas de infravermelho, que não são visíveis, mas que podem ser detectadas pelas câmeras dos smartphones. E esta sensibilidade ao infravermelho é atualmente um recurso sub-utilizados na maioria dos smartphones, como eles próprios apontam. 
 
Eles não disseram quando a ideia estará disponível nas lojas de aplicativos, nem quanto irá custar. A adoção desse tipo de recurso pode ser muito barata devido a larga adoção de smartphones e aparelhos disponíveis em várias faixas de preço. Além do aplicativo é necessário colocar as linhas em lojas e ambientes de uso comum, mas certamente não será algo caro.
fonte -TechnologyReview http://mobilexpert.com.br/apps/utilidades/materias/7144/aplicativo-arianna-ajuda-deficientes-visuais-a-andar-em-ambientes-fechados  (abaixo reprodução de uma mão em três momentos de moviemento do smartphone e a orientação espacial desenhada)

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

HISTÓRIA/MANDELA - Projeto de lei promoverá Prêmio Nelson Mandela de Ensino da História da África

Projeto institui Prêmio Nelson Mandela de Ensino da História da África

Tramita na Câmara projeto de resolução que institui o Prêmio Nelson Mandela de Ensino da História da África e das Relações Étnico-Raciais. A proposta (PRC 205/13), de autoria da deputada Iara Bernardi (PT-SP), determina que o prêmio seja entregue, anualmente, a três pessoas físicas ou jurídicas, escolhidas entre as indicadas, cujos trabalhos ou ações mereceram especial destaque no ensino da história da África, das relações étnico-raciais e na defesa e promoção da igualdade racial.
(imagem - foto colorida de Nelson Mandela, com um belo e singelo sorriso, um homem que soube resistir à política segregacionista e racista em seu país, a África do Sul, um exemplo que ainda merecerá muitas reflexões e outros 'prêmios' em Direitos Humanos)
Ex-presidente da África do Sul e ícone da luta pela igualdade racial, Nelson Mandela morreu aos 95 anos, no último dia 5 de dezembro. Ele liderou a transição que encerrou a política doapartheid em seu país e foi ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1993.
Medalha
Pelo texto, o prêmio será conferido na forma de diploma de menção honrosa e outorga de medalha com a efígie de Nelson Mandela, em sessão da Câmara dos Deputados a se realizar no dia 18 de julho. Esta é a data em que se comemora o Dia Internacional de Nelson Mandela, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em referência à data de nascimento do líder sul-africano.
A indicação dos concorrentes será feita por integrante da Câmara dos Deputados, por instituições de ensino e por entidades não governamentais. Essa indicação será encaminhada à Mesa Diretora, acompanhada do respectivo currículo e justificativa, até o dia 22 de dezembro do ano anterior.
A escolha dos ganhadores será feita pela Comissão do Prêmio Nelson Mandela de Ensino da História da África e das Relações Étnico-Raciais, designada pela Mesa da Câmara dos Deputados, analisando os conteúdos, as estratégias de trabalho dos educadores, os projetos de ensino, o uso e a produção de materiais didáticos ou audiovisuais, além dos processos de avaliação e os resultados obtidos a partir do desempenho e do sucesso dos alunos nas aprendizagens.
Identidade
De acordo com Iara Bernardi, a homenagem será a melhor forma de invocar a Lei10.639/03, que tem o objetivo de enfrentar as omissões e inadequações nas abordagens sobre o negro e sobre a história da África. “Abordagens ou silêncios, esses que vêm sendo apontados por estudiosos como responsáveis pela evasão escolar de alunas e alunos negros vítimas de racismo no livro didático e, em consequência, com dificuldades de valorizar suas próprias identidades”, diz Iara Bernardi.
A deputada lembra que Nelson Mandela teve uma ampla formação educacional, influenciada pelos valores de sua própria cultura e da cultura europeia. “Com isso, ele conseguiu discernir como o pensamento colonial se ocupava em promover, entre os africanos, ideias sobre a superioridade da cultura do Velho Mundo. Após passar pelas melhores instituições de ensino da época, o jovem chegou à Universidade de Fort Hare”, diz Bernardi.
Tramitação
A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e pelo Plenário.

Íntegra da proposta:


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

ALZHEIMER/TECNOLOGIA - Aplicativo espanhol ajuda pessoas com Alzheimer com suas memórias e dados

Criada aplicação para ajudar doentes com Alzheimer a manterem as suas memórias

Uma aplicação para Tablets, Android e IPads foi criada pela empresa Indra tendo em vista os doentes com Alzheimer e idosos. A app está em fase de teste final e tem como objetivo a conservação das nossas memórias…

Criada aplicação para ajudar doentes com Alzheimer a manterem as suas memórias
(imagem - foto colorida de uma pessoa, uma senhora com um tablet à sua frente, no canto esquerdo, com uma pessoa de jaleco branco, possivelmente uma profissional da àrea da saúde - fotografia de divulgação no Diário Digital)
«Trata-se de “Mis Recuerdos”, uma solução criada pelos especialistas do Software Lab da Indra em Salamanca, que, através da associação de imagens, vídeos, textos e músicas, aproxima o utilizador das pessoas (familiares, amigos ou cuidadores) e lugares que lhe são mais familiares», refere um comunicado da multinacional de consultoria e tecnologia, que acrescenta que a ferramenta encontra-se em fase de validação em ambiente real.
«A Indra está também neste momento a trabalhar no sentido de fornecer o acesso ao aplicativo através da cloud, disponibilizando assim todas as vantagens de redução de custos e ganhos de eficiência associados aos modelos de cloud computing.»
A empresa revela que a «facilidade e simplicidade de utilização» são os principais trunfos da app. 
«O ecrã (a tela) de boas-vindas apresenta um conteúdo aleatório (uma pessoa, um lugar ou uma memória) que liga à secção correspondente. Através do dispositivo, o utilizador acede aos conteúdos nas secções, que se apresentam em forma de registo, com um nome e uma descrição associados a uma série de imagens e vídeos, que se podem reproduzir diretamente na aplicação. Por exemplo, a fotografia do filho do utilizador, com dados pessoais e profissionais e um link para um vídeo de uma celebração familiar.»
Mas a ferramenta apresenta outras aplicações, como revela o comunicado:
«A aplicação conta ainda com uma secção de músicas que podem ser reproduzidas com um simples clique, podendo também ser associadas a imagens para ajudar o utilizador a evocar as suas memórias. Por exemplo, pode associar a música favorita do utilizador (previamente gravada no dispositivo) a uma fotografia do casamento ou da esposa.

Outra das secções da aplicação, “Dados do Dia”, inclui breves notas que ajudam o utilizador a recordar as suas rotinas diárias e a obter um resumo do que fez no dia anterior. Para evitar a repetição de tarefas, o utilizador pode ir apagando as suas ações à medida que as vai concretizando, existindo também a opção de enviar automaticamente esta informação para os cuidadores, quando conectados aos respectivos sistemas de informação.

Outra contribuição muito importante desta aplicação é a ajuda na localização de pessoas, que se perderam, ou estão em risco de o fazer. Através do serviço “Perdi-me” o utilizador pode ligar ou enviar um SMS para uma pessoa de contacto predefinida, pedindo ajuda para que seja possível alguém ir buscá-lo.
Por outro lado, o dispositivo integra um serviço de localização, que envia um SMS de forma automática para a pessoa de contacto, sempre que o utilizador ultrapasse o perímetro previamente definido. A aplicação permite estabelecer um ponto de referência e uma distância máxima que o utilizador não pode ultrapassar. Se o fizer, o utilizador é notificado e é automaticamente enviado um SMS com a sua localização atual à pessoa de contacto. Para tal, apenas é necessário que o dispositivo esteja ligado à internet e disponha de GPS.»
FONTE - http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=678222
LEIAM TAMBÉM SOBRE ALZHEIMER NO MEU BLOG INFOATIVO.DEFNET - 

MÃES, ALZHEIMER E MÚSICA. http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/05/maes-alzheimer-e-musica.html