quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

AMAMENTAÇÃO - Leite materno e suas bactérias benéficas

Leite materno contém mais de 700 bactérias benéficas

 A colonização bacteriana muda durante a lactação e é influenciada por diversos fatores como o tipo de parto e a obesidade materna


Leite materno contém mais de 700 bactérias benéficas


Pesquisadores descobriram que o leite materno contém mais de 700 bactérias com funções ainda desconhecidas, mas provavelmente benéficas.

O estudo foi publicado no The American Journal of Clinical Nutrition e relaciona a existência da comunidade bacteriana a variáveis como obesidade e tipo de parto, que podem influenciar na qualidade do leite materno oferecido desde o primeiro jato produzido, o chamado colostro.

"A presença de bactérias em mães saudáveis sugere que elas devem ter uma importante função biológica", afirma a PhD e pesquisadora do Instituto de Agroquímica e Tecnologia da Alimentação do Centro Espanhol de Pesquisa Nacional, Maria Carmen Collado.

Segundo Maria Carmen, o primeiro trabalho a identificar a presença de micróbios benéficos no leite materno foi publicado em 2003, por um outro grupo de pesquisadores espanhóis, e até essa época o leite era considerado estéril a menos que existisse uma infecção e/ou contaminação. De lá pra cá, surgiram outros estudos e a presente pesquisa trouxe novidades no que se refere à presença dessas bactérias.

Utilizando técnicas baseadas em análise de DNA, os pesquisadores viram que os micróbios estavam presentes tanto em amostras de leite coletado no primeiro e no sexto mês de lactação, como também no colostro, indicando que essas bactérias não são uma contaminação. "Nossa hipótese é que esta função deve ser tanto metabólica, para o bebê digerir os componentes do leite, ou imunológica, na estimulação ou treinamento do sistema imunológico do bebê durante seu desenvolvimento", afirmou Carmen, em entrevista ao site de VEJA.

A pesquisa também observou a existência de variáveis maternas, ainda não claras, que influenciam na riqueza microbiana do leite. Entre elas, o tempo de lactação, o peso e o Índice de Massa Corpórea (IMC) da mãe, assim como o ganho de peso durante a gravidez. Outro fator de forte impacto é o tipo de parto, já que se observou diferenças nas comunidades bacterianas dos leites de quem teve parto normal e cesariana (eletiva e de urgência).

"O trabalho mostra que partos cesarianos alteram a composição bacteriana e que seus efeitos no desenvolvimento do sistema imunológico do bebê devem ser melhor compreendidos", explica Alex Mira, PhD e pesquisador do Centro para Pesquisa de Saúde Pública da Espanha.

Os resultados podem até sugerir que é possível uma mãe ter um leite mais saudável optando por um parto normal, por exemplo, ou mantendo o peso. Mas os cientistas afirmam que mais pesquisas são necessárias. Quando se fala em amamentação, os pesquisadores dizem que é necessário analisar se estratégias alimentares são capazes de modificar a composição microbiana sem mudar as outras propriedades benéficas do leite humano. "Nós também gostaríamos de fornecer novas informações à indústria alimentícia infantil para incluir micróbios nas fórmulas e imitar a real composição e efeitos do leite humano", acrescentou Mira.
FONTE - http://www.cenariomt.com.br/noticia.asp?cod=261370&codDep=8

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